゚⋆ seventeen ⋆ .༄

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Deitado ao meu lado estava o ser que eu mais odiava na terra, com um abdômen definido e olhos encantadoramente ridículos, mas o meu ódio por ele era maior que o seu peitoral. Era uma pessoa que eu já odiava, mas que aparentemente não viu que ele já tinha arruinado a minha vida suficiente. Escroto, repugnante, nojento, mas seu nome mesmo, era Chuck Clayton.

Lágrimas caíam dos meus olhos ao ver o rosto do homem que aparentemente tinha me violado, não só fisicamente, mas sim, havia violado a minha alma. Havia sangue no lençol e nele também. Assim que pude me voltar para o cheiro do ambiente, eu notei que o quarto estava com um forte aroma estranho, mas que tinha também outra coisa, Jingle Jangle e maconha.

Eu não estava crendo no que havia acontecido, nada me passava pela cabeça além do ódio e nojo por Chuck, eu não podia permanecer mais nem um 1 segundo sequer ali. Me levantei cuidadosamente para evitar que aquele monstro acordasse e eu tivesse que ouvir sua voz, que provavelmente me levaria a ter que matá-lo. Logo pude ver minhas roupas espalhadas pelo chão, peguei-as e me vesti o mais rápido possível.

Eu desci as escadas calmamente, mas apenas eu sabia o colapso que reinava dentro de mim. Pude ver a casa totalmente uma bagunça, a maioria das pessoas que estavam nela já haviam ido embora, mas ainda sim havia pessoas no chão, ao lado de copos e garrafas de bebidas resmungando. O cheiro de vômito e bebida misturado era dominante no local, oque mais me enjoou ainda. Uma acidez subiu pela minha garganta, eu não me contive e logo vomitei no chão mesmo. Sai daquele local o mais rápido possível.

Pela posição do sol, já era perto da hora do almoço, eu caminhei rapidamente, para poder chegar logo em casa e desabar. Eu não estava sentindo mais nada além da dor que dominava meu corpo, havia manchas roxas por ele todo, olhando elas, eu logo perdi o equilíbrio, caindo na calçando e tudo escureceu.

...

- Você está bem? - disse uma garota de cabelos curtos e cacheados me olhando ajoelhada ao meu lado

- Não sei... - eu disse fechando os olhos

- É melhor eu chamar uma ambulância. - ela disse pegando seu celular

- Não, não, é só ressaca. - eu disse

- Betty, é apenas ressaca mesmo? - disse a garota

- Como sabe meu nome? - eu questionei

- Fazemos algebra juntas em Riverdale High. Meu nome é Ethel Muggs. - disse a garota abrindo um largo sorriso

- Acho que eu lembro do seu nome sim... - eu disse quase fechando os olhos

- Vou te levar pra casa então. Qual o endereço? - Ethel questionou

Eu não tinha mais forças para caminhar até em casa, então, Ethel era minha única saída, eu tive que dizer meu endereço, mas como eu explicaria pra minha mãe? Falaria que eu dormi na casa da Veronica e depois vim andando no caminho no qual eu quase desmaiei?

Ethel me colocou em seu carro, que era uma mini van prateada, com banco de passageiro muito confortável por sinal.

Logo cheguei em casa, Ethel me ajudou a bater na porta e explicou a situação para minha mãe, que logo disse:

- Vai pra noitada e volta assim? Parabéns Elizabeth!

Logo eu subi as escadas me apoiando aos corrimões, oque me fez sentir em um deja vu, como se eu já tivesse passado por aquilo, provavelmente eu me apoiando na maldita festa para chegar naquele maldito quarto.

Eu sou tão burra, como eu pude não pensar que coisas do tipo não aconteceriam naquela festa? Porque eu não tranquei a porta? Ou simplesmente permaneci no andar de baixo junto de Archie e Veronica?

Logo entrei no meu quarto, tirei a blusa de manga longa e a camiseta de gola que estava por baixo. Eu estava diante o espelho, me olhando, vendo aquelas manchas roxas. Elas apenas não doíam mais do que a dor que eu sentia por dentro. Decidi entrar para um banho gelado, para passar a ressaca e talvez aliviar a dor dos hematomas que haviam por todo meu corpo.

Eu pude sentir a água gélida correndo pelo meu corpo, nunca pensei que tomar banho seria tão dolorido. O simples ato de passar sabonete pela minha pele era como levar um tapa...

Flashback on

- Vai loira vadia, geme pra mim!

Flashback off

A dor tomava conta de mim, eu não podia me conter, as lágrimas já estavam se misturando com a água do chuveiro, ambas geladas. Meus soluços eram como gritos de socorro, mas no caso, um socorro que ninguém além de mim ouviria, afinal, se eu contasse pra alguém oque havia acontecido, minha vida seria mais desgraçada do que já estava, todos me olhariam, ou imagine só, uma manchete no jornal que eu fui estuprada.

Jamais pensei que um banho pudesse doer e demorar tanto. Após o banho, eu fechei minhas janelas, coloquei uma roupa confortável e tomei um calmante, oque logo me fez desabar em minha cama.

A cama estava macia e fofinha, então eu logo me apeguei á ela, abracei o meu segundo travesseiro como se estivesse abraçando Jughead com força e medo dele escapar de mim. O sono invadia a minha mente, então mesmo em prantos, eu dormi feito uma pedra.

POV Jughead

Tem dias que acordo chorando sem saber o porquê... E o que quer que eu tenha sonhado, nunca me lembro. A única coisa que me resta quando acordo é um sentimento de perda que dura muito tempo.

Me pergunto se sou apenas eu que sinto isso...

•ू♡

✎ Nota dos autores: Não faça como Betty caso for vítima de um estupro ou souber de alguém. Não esconda, denuncie imediatamente.

Estupro é crime!
A culpa NUNCA
é da vítima.

Não se cale.
Denuncie!

LIGUE 190

As long as you love me ⋆ ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈ Onde histórias criam vida. Descubra agora