Você percebe como é vazio chegar em casa após um dia farto.
Olhar para a cama, para o armário e ver que tudo está como você deixou.
Totalmente silencioso e quieto dentro do quarto.
Na sala, escura e fria, sem sinal de que alguém por lá passou.
O único som vem do chuveiro que você acabou de abrir.
Logo mais, a única coisa audível são seus passos ao chão.
O ar pesa, uma sensação de sufocar, não tem como fugir.
Aí então você pega o prato e mastiga lentamente sua refeição.
Desejando apenas que o dia chegue mais depressa.
Para ver-se livre, poder ocupar mais a sua mente.
Então você liga a TV, mas nada lá te interessa.
O ladrar dos cachorros lá fora te assusta tão de repente.
Agora de pé, você carrega a louça até a pia.
E caminha até o quarto torcendo para fechar os olhos.
Estirando o corpo na cama seca, dura e fria.
Pois mais tarde só te aguardam os pesadelos, apostos.
Ainda acordado e no silêncio, ouvindo apenas a pia ecoar.
Levantando por fim e abrindo a janela da varanda.
Olhando para o céu e esperando ansioso pela manhã chegar.
Mas parece que a brisa para e o tempo não anda.
Sem sono, você senta no sofá e abre o vinho calmamente.
É até possível sentir a presença de alguém do seu lado.
Mas tudo não passa de alucinação da sua mente.
Você então abaixa a cabeça e fica ali, totalmente parado.
Quando você se dá conta, já é hora de trabalhar.
E pelo dia você esquece daquelas premonições frias.
Mas no final da tarde, quando para casa você voltar.
Mais uma vez vai ter que se deparar, com essas noites vazias.
Decadência • 2016
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O Caderno Depressivo
Poetry"Em minhas experiências melancólicas vividas, encontrei um meio para esvair toda a dor e solidão ao qual senti, e estas se encontram nestes textos depressivos." - por Noah E. Dotta ! Este livro contém textos em formato de rimas básicas, tendo um co...
