Eu sou um pequeno feixe de luz. Eu sou uma penumbra na escuridão.
Uma linha tênue entre o "bem-estar" e a depressão.
Pois o vento que me conduz, também é o meu temor em meio a multidão.
Eu sou a ponte que liga os dois lados da guerra.
Sou apenas um cravo machucado lutando para prevalecer na terra.
Já que minha mente é instável e banhada em confusão,
Meus passos descalços são lentos, e meus sentimentos, como um furacão.
Eu sou uma minhoca sonhando em tornar-se uma borboleta.
Um rato que é capturado nas garras de um gavião.
Sou como uma traça apodrecendo dentro de uma gaveta.
Um ponto de interrogação, onde deveria haver uma exclamação.
Aquilo que sou, nem chega perto do que queria ser.
Minhas frágeis expectativas estão muito além do que posso viver.
Porque agora eu sou um buraco, onde deveria haver uma estrada.
Sou as cicatrizes vivas deixadas pelas sensações vagas.
A vida é como um belo castelo de vidro, eu sou suas rachaduras.
Sou um recipiente vazio, quebrado e colado, por conta das amarguras.
Porém, talvez eu continue apenas como este pote quebrado.
Sou um velho e complicado quebra-cabeças sem todos os seus "pedaços".
Assim, é impossível não voltar a se recordar.
Quando todas as noites frias vierem a retornar.
Que eu sou apenas como o cloro ingerido no organismo.
Uma mente obsoleta vivendo envolta de ilusionismo.
Como um peixe perdido fora dágua, sem respirar.
Como um cão dando voltas em círculos de si mesmo.
Não posso ser tão radiante quanto as belas estrelas.
Pois eu sou apenas uma mancha no céu, no lugar delas.
Porém, usar metáforas com este propósito, é somente uma forma gentil,
Um jeito eufêmico de dizer, o quanto sou inútil.
2019
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O Caderno Depressivo
Poesía"Em minhas experiências melancólicas vividas, encontrei um meio para esvair toda a dor e solidão ao qual senti, e estas se encontram nestes textos depressivos." - por Noah E. Dotta ! Este livro contém textos em formato de rimas básicas, tendo um co...
