Olhando para o céu

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Quando criança costumava olhar o céu e ver admirado que apesar de meu dia ser ruim, ele continuava a ser lindo,
Notava que o ar, os pássaros, as borboletas, as nuvens e os sabiás seguiam o seu rumo, apesar de minhas lágrimas,
Me intrigava ver como todos os seres, dos menores aos maiores, seguem o seu caminho mesmo quando eu desisti do meu,
Até que cresci. Eu não era mais uma criança que procurava ser como o ar, mas era um adolescente que queria ser como o tempo.

O tempo rege a tudo e todos, nada escapa de suas ações e tudo é a consequência de sua existência,
Mas porque eu desejava ser como o tempo?
Por mais que haja dor, por mais que impere a tristeza e a insegurança, o tempo jamais para, ele sempre segue em frente.

Algumas coisas se consertam com o tempo, outras desaparecem e muitas mudam,
O tempo não tem humor, não tem julgamento, não tem descriminação. O tempo é imparcial e justo, pois é o mesmo para todos.

Cresci mais um pouco. Agora não sou mais um adolescente, sou o que chamam de adulto e isso não me trouxe benefícios,
Agora, mais do que nunca, o que importa não é viver e sim existir, pois tudo é sobre quem um dia você foi e sobre o que nunca será.

Hoje penso nas dores, nos pedidos de desculpas, das memórias esquecidas e das dores sofridas,
Eu aceitei suas desculpas, mas nunca me esqueci de suas ofensas,
Eu aceitei o seu amor, mas nunca me esqueci de seu ódio,
Eu aceitei sua presença, mas nunca me esqueci de seu vazio.

As Dores do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora