Heeey brotheeeerrrrs
*Capítulo narrado por um narrador oniciente. A nossa narradora atual Rayrah não tem conhecimento dos fatos aqui narrados.*
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☆Sua mente parecia um turbilhão.
Ele se sentia terrivelmente, profundamente e esmagadoramente culpado.
Foi uma escolha. Sua escolha.
William, desesperado e com a cabeça entre as mãos, encarava as centenas de inscrições nos papéis na mesa. Todas escritas por ele, nenhuma fazia sentido.
As anotações não podiam estar certas. Se estivessem, nada teria valido a pena.
Ele pegou a pedra com as duas mãos e a observou como já havia feito centenas de vezes. Tinha que ter restado algo. Ela não podia estar morta, tinha que ter magia, qualquer resquício servia.
William lançou um longo olhar para a estátua que era seu pai. Tinha a expressão de terror e dor marcadas no rosto. Petrificado. Jurou que iria salvá-lo. Era um juramento e não podia ser quebrado.
Custasse o que custasse.
Soltou um som animalesco do fundo da garganta. Tentava pensar, estava agonizando na incerteza, na culpa. O que faria se não houvesse restado magia na Genus Lapis? Tudo teria sido em vão.
Continuaria sozinho no mundo. Seu pai continuaria uma estátua de pedra. Nada teria mudado, a não ser o fato de ter sido o responsável por cada morte no Palácio da Lua.
Esmurrou a mesa. William não queria acreditar que fizera parte de algo tão terrível. Por motivos tão egoístas! Se sentiu o pior dos assassinos mesmo sem nunca ter manchado as mãos de sangue.
De repente, tudo fez sentido. Uma idéia mirabolante se formava em sua mente.
A pedra não tinha mais nenhum poder. Porque outra pessoa acumulava-o todo para si. Todos de Évbad ainda estavam vivos não porque o coração da rainha fora protegido, pois ele havia perdido a magia, mas sim porque Rayrah havia se tornado o próprio Coração de Évbad.
Era a única explicação.
A magia não havia se perdido. Havia se reunido.
William pulou da cadeira com a descoberta. Pegou papel e caneta, tinha de armar um plano o mais rápido possível.
Precisava salvar o seu pai.
***
Longe do quarto de William, por escolha própria num quarto vazio como uma cela, outra pessoa também tinha a cabeça fervendo com pensamentos.
Agente Três não entendia por que Rayrah Scarllet a chamara de Jenny. Milhares de questões como essa a atormentavam.
Ela não tinha mais um propósito, havia cumprido seu objetivo. Seu senhor seria coroado rei dali a três dias.
Não pudera matar Rayrah Scarllet, mas não via problema, o destino da jovem havia sido ainda pior.
Desde que ouvira aquele nome teve muitos 'erros'. Erros, como chamava Maori, eram lapsos de memória que Jennifer tinha muito raramente. Ela sempre ignorava-os, era melhor do que contar ao futuro rei. Ela não se lembrava de como os erros eram apagados, mas sabia que era um processo doloroso.
Levantou-se, cansada de perturbar a mente com essas questões e decidiu ver Maori. Que seria dela agora? Tendo cumprido seu objetivo?
Seus olhos mais pareciam indagadores holofotes. Novamente ele estava diante do maldito quadro. Três teve arrepios, olhar para aquela chama pintada lhe fazia ter náuseas pela lembrança de um dia nenhum um pouco ensolarado.
Jennifer conhecia tão bem o homem que admirava o quadro mas não conseguia entendê-lo. Como alguém como ele, tão marcado e traumatizado pelo fogo podia ver beleza num quadro como aquele?
- Minha querida tenente... - sua voz suave parecia vigorosa pela satisfação de conseguir tudo que almejara. - O que a traz aqui?
Maori mal podia acreditar, sua vingança havia se tornado real. Seu reinado havia se tornado real. Tudo o que foi tirado dele lhe era entregue novamente.
Mas algo lhe faltava. Algo inquietava-se dentro dele, uma sensação esmagadora de vazio, tal como Três que não tinha mais nenhum objetivo. Há alguns minutos o futuro rei havia se sentado com uma dor de cabeça e olhado para o quadro da pequena chama. Por mais que ainda tivesse pesadelos horríveis com a noite do incêndio, observar aquele quadro lhe trazia uma profunda sensação de paz. Era uma chama surreal, pintada num quadro branco e inofensiva. Maori sentia dizer a ela: eu lhe venci, sou mais do que meu medo.
O que era verdade, em parte. Aquele homem tinha um medo enraizado de fogo. Um trauma.
- Quero perguntar - ela hesitou - O que vai fazer de mim agora? Já não sou útil.
Ela temia fazer aquela pergunta, poderia ser descartada, morta, posta de lado como um brinquedo velho. Mas precisava saber.
Maori virou a cabeça como um cão confuso. Para ele aquilo que ela dizia não fazia sentido, Três inútil? Jamais. Ela era uma peça importante naquele jogo, talvez mais do que isso. O futuro rei estava incerto dos seus sentimentos, sentia uma mínima afeição por aquela mulher, ou talvez aquilo fosse algo puramente criado por seu ego. Não sabia. Queria que ela estivesse perto dele, mas sentia um profundo medo de fazer mal à ela. Nada como amor claro, ele já não se sentia capaz de amar novamente.
- Que pergunta imbecil. - debochou. - Você é... importante. Talvez devesse saber que não é apenas mais um soldado em meu exército. Não a vejo dessa forma.
Ela tentou entender, mas não pôde.☆
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☆Capítulo curtinho mas só pq o final ta chegando...
O FINAL ESTÁ CHEGANDOO AA
THE END IS COMING
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Rayrah Scarlett: O Coração Pulsante de Evbád [RETIRADA EM 25/10/22]
Fantasi*Recomendo que leia o primeiro livro antes de ler esta sinopse.* Uma prisioneira. Uma princesa. Acima de tudo uma guerreira. Depois de ser traída, levada à Evbád e forçada a ficar em troca da vida de seu melhor amigo, Rayrah Scarllet está com o cora...