Capítulo 15

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POV Ana

Saio de férias decidida a não pensar mais no RO35. É ótimo voltar para casa, estava com muita saudade de minha família. Revejo minhas amigas e é muito bom ser cuidada pela mamãe e pelo papai.

No fim de semana prolongado, o Artur vem nos visitar e reconheço que ele é um bom rapaz e faz minha irmã feliz. Vamos todos juntos a um show no domingo à noite.

- Boa noite, pessoal, esse lindo aqui é meu namorado Artur. Baby gatinho, estes são a Larissa, o Pedro, o Mateus e o Felipe.

Todos se cumprimentam e percebo os olhares do meu ex-namorado sobre mim. Terminamos há 3 anos, mas ele ainda tem esperanças. Às vezes penso em dar uma nova chance para nós. Passou-se bastante tempo, amadurecemos, pode ser diferente agora, tento me convencer, mas no fundo sei que não há volta.

- Está linda, Ana. Não trouxe um namorado também?

- Não estou namorando. E você, nas últimas férias estava saindo com a Paula.

- Ela não é você.

- Mateus...

- Desculpa, vou parar.

- Vamos apenas nos divertir entre amigos nesta noite. Sem pressão.

- Posso ter esperanças?

- Não foi o que disse...

- Tudo bem, aceito mesmo assim.

- Seus pais estão bem?

- Sim, estou trabalhando no escritório de advocacia com meu pai. Estava receoso dele não me valorizar, mas tem confiado muito em mim, estou adorando.

- Parabéns, que ótima notícia.

Continuamos conversando um pouco antes do show começar, e no final ele me chamou para tomar um sorvete no dia seguinte, sem expectativas. Aceitei, pois apesar de tudo que aconteceu entre nós, éramos amigos antes de namorarmos. Porém, percebo que não é possível reatar, o que sinto por ele não é suficiente. E minha mente se volta insistentemente para o RO35 e, às vezes, também para o Roberto.

- Mãe, saí hoje com o Mateus, mas não dá para voltar com ele, só o vejo como amigo.

- Tudo bem, filha. Não adianta insistir, isso só faria mal aos dois.

- Estou me sentindo tão boba! Acredita que me liguei a um rapaz que nem conheço, mas com o qual troquei apenas alguns bilhetes?

- Me conta esta história direito.

- Lembra que comentei daquela saga que estava lendo e que deixei um bilhete para apressar o usuário? Então, continuamos a nos corresponder, no início para falarmos sobre os livros, mas nos últimos falávamos de nós mesmos e foi ótimo. Ele não tentou saber quem eu era e eu só tive coragem quando já era tarde demais. Mas ainda não consigo tirar ele da cabeça.

- Acredito que sua solidão e desejo de ter alguém a levou a projetar, no RO35, o rapaz ideal. Como se o idealizasse. Um amor platônico. Precisa torna-lo real para quebrar o feitiço.

- Tem razão, mas como faço? Não sei como contatá-lo...

- Já falou com a bibliotecária?

- Ela não pode passar os dados dos usuários.

- Mas pode dar um recado, não?

- Sim, vou procurar a D Silvana assim que voltar das férias.

- E o Roberto, amigo do Artur. Sua irmã disse que tem conversado muito com ele.

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