Capítulo 17

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POV Artur

Minha Bela parecia uma criança em uma loja de doces diante de todos aqueles romances, mas comprou poucos. Não resisti e adquiri para ela outros que percebi ter gostado muito.

Conversei em vários stands e observei as formas de divulgação e apresentação do produto. Várias ideias já estão se formando em minha mente e me dedicarei com empenho em fazer do livro do meu amigo um sucesso.

Combinamos de visitar o zoológico municipal no próximo final de semana. Meu solzinho está cursando veterinária e adora animais.

As meninas estão nos esperando e é nítido quem foi a responsável pela escolha das roupas, já que ambas estão de vestidos primaveris, sapatilhas confortáveis e maquiagem. Ana Clara está visivelmente constrangida com a produção, mas minha Bela está em seu habitat natural.

- Como estamos?

- Lindas, meu solzinho.

- Sim, adoráveis.

- A Ana queria short e tênis.

- Era uma escolha mais confortável.

- Sem brigas, meninas. Tenho certeza que estão lindas das duas formas e que nos divertiremos muito.

Ana Clara desiste e partimos. Percebo que Roberto a olha a todo instante e nem vê nada além dela. Visitamos todos os animais e o dia está ameno, próprio para um dia ao ar livre.

- A Isa sempre gostou de bichos, todos eles.

- Menos cobras e morcegos.

- Únicas exceções? E lagartixas, insetos, sapos?

- Sim. Perdemos a conta da quantidade de bebês Óscar que tivemos.

- Como assim?

- Lembram-se de um desenho animado com um lagartinho marrom claro, muito desastrado e azarado?

- Sim, era muito divertido.

- A Isabela encontrava e capturava os filhotes de calango, aquele lagarto que fica pelas paredes, e fazia uma casinha para ele. Todos tinha o nome de Bebê Óscar, houve o 1, o 2, o 3, o 10.

- E como alimentava o animalzinho? O que eles comem?

- Acho que bichinhos minúsculos, mas como não conseguia tratar de pobrezinho, morriam de inanição se minha mãe ou meu pai não os soltassem.

- Em minha defesa, eu era pequena e não entendia que estava maltratando o bichinho, só queria ficar com ele. Mas o que a Ana não está contando, é que ela me ajudava, apesar de ser mais velha.

- Bonito, hein cunhada? Falando mal do meu solzinho e escondendo sua participação.

- Tenho que admitir que, em nosso desejo de ter os bichinhos para nós, os maltratávamos.

- Artur, sabia que a Isabela é uma ótima caçadora de passarinhos?

- Sério, Bela?

- Sim, adorava montar armadilhas para os passarinhos. E todos ficavam surpresos quando dava certo. Mas a maioria que tive foram filhotes que caíram dos ninhos.

- E o que fazia com os animais?

- Soltava os maiores, por insistência dos adultos. Tentamos salvar os bebezinhos, mas a maioria morreu porque precisava da mãe para alimentar-se. Então tínhamos velório, flores e enterros.

- O mesmo para os peixes.

- Ana, lembra do Sr Sapo?

- Sim, pena que seu feitiço nunca foi quebrado.

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