PRÓLOGO

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ABRIL DE 1997

-Pronto. Viu, nem doeu, não é mesmo? – a mulher perguntou com um sorriso enquanto grudada com fita o algodão no local onde ela havia feito a vacina.

- Não – respondi.

- Tenha um bom dia, coisa fofa.

Ela me entregou minha carteirinha e eu sai da sala à procura de minha mãe, que havia saído para atender o celular. Ela não estava na recepção, então voltei para os corretores cheios de portas daquele hospital. Procurei em algumas daquelas salas, mas todas estavam vazias, com exceção da última, onde havia uma garotinha que dançava com suporte que prende a seu soro.

- Ãh...com licença – chamei sua atenção e ela apareceu se assustar um pouco – você viu a minha mãe?

- Quem é sua mãe? – perguntou segurando a barra de sua camisola de hospital.

- O nome dela é Esmeralda.

- Eu não conheço nenhuma Esmeralda. – negou – Meu nome é Natasha e o seu?

- Philippe – respondi simples.

- Quantos anos você tem, Philippe?

- Cinco e você?

- Cinco também – se sentou na cama. – O que você está fazendo no hospital?

- Vim fazer uma vacina, mas eu não precisei do soro que nem você. Por que você precisa de soro?

- Eu escutei meus pais falando que era algo no sangue, mas eles não sabem que eu escutei – sussurrou a última parte.

- Isso dói?

- Não sempre – deu de ombros.

- Philippe – escutei a voz de minha mãe e me virei a vendo na porta – eu te procurei por todo canto.

- Desculpa mamãe, eu estava conversando com ela – apontei para Natasha.

- Sua mãe é bonita, Phil – falou e minha mãe sorriu para ela.

- Obrigada querida. Você também é.

- Posso te contar um segredo? – perguntou e quando minha mãe assentiu, ela veio até nós – eu era mais bonita quando tinha meus cabelos.

leucemia ⭐{Philippe Coutinho}Onde histórias criam vida. Descubra agora