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Virei para o lado mais uma vez e bufei irritada por não conseguir dormir. Enterrei o rosto no travesseiro e resmunguei antes de sentar na cama e encarar Violet estirada na cama do outro lado do quarto. Levantei devagar para não acordar a garota e peguei o cartão do quarto, logo saindo dele, ainda de pijama e descalça. Caminhei até o elevador e apertei o botão que indicava o andar da sala de jogos. Encarei a área com pouca luz e me dirigir até onde ficava a TV, vendo-a ligada em um jogo de videogame. Me sentei no sofá vazio em frente à TV e desliguei o aparelho, me escorando no encosto do sofá.

- Não posso nem ir ao banheiro que já estragam meu jogo – me assustei ao escutar sua voz atrás de mim.

- Que susto – coloquei a mão no peito e ele riu fraco – O que está fazendo acordado? Você tem treino cedo amanhã – levantei e me virei para ele.

- Não consigo dormir – deu de ombros – Imagino que você também não – concordei sorrindo fraco – Olha, eu quero me desculpar com você – seus ombros ficaram tensos – eu não deveria ter gritado com você.

- Tá tudo bem – respirei fundo – acho que eu precisava de alguém gritando comigo para refletir sobre algumas coisas.

- Não, Tasha – se aproximou – Eu gritei com você, não deveria ter feito isso e você não tem que aceitar isso, nem de mim, nem de ninguém. Você não precisa que ninguém grite com você, você não fez nada de errado, e mesmo que tivesse feito, nenhum homem tem o direito de gritar com você.

- Lipe... – seu corpo estava próximo ao meu.

- Foi estupidez minha e eu preciso me desculpar. Você me deixa de um jeito que eu não entendo e não sei como me acostumar com isso.

- Eu te deixo nervosa? – minha mente perguntou alto.

- Demais – suas mãos puxaram minha cintura deixando nossos corpos colados – desde meus 12 anos.

- Mas muita coisa mudou desde que éramos adolescentes – minha respiração estava descompassada.

- Mas o que eu sinto por você, não -  meu coração errou a batida quando vi seus lábios se aproximarem dos meus e seu olhar descer para lá.

- Philippe... – o chamo quase sem fôlego e ele murmura alguma coisa – Você é casado – digo e ele congela o corpo, voltando olhar em meus olhos.

- Eu estou me divorciando e...

- Mas ainda não se divorciou – me afastei.

- Isso porque se Tite achar que eu estou abalado emocionalmente, não vai me deixar jogar na Copa. Não estou mais com Aine faz meses – tentou se aproximar.

- Mas ela está aqui – dei mais alguns passos para trás, batendo as costas na parede.

- Por causa da Maria. – Parou em minha frente – assim que os jogos acabarem, nós assinamos os papéis e acabou.

- Mas enquanto isso não acontecer, ainda estará casado.

- Natasha, eu ainda sinto alguma coisa muito forte por você e nem tente dizer que você não sente, porque eu sei que sim – fechei os olhos forte quando senti sua respiração em meu rosto – Por que você sempre tenta me afastar de alguma forma? – sussurrou roçando sua boca e minha orelha.

- Como eu disse – falo baixo – você ainda é casado. – saí dali – E enquanto for, não me procure.

Virei as costas saindo da sala e soltando o ar que segurava.


(...)


- E então ele foi para Milão e eu não tinha mais o visto até agora – terminei de contar toda minha história com Philippe enquanto me aconchegava no peito de Jesus.

- Por que você nunca me contou? – Neymar perguntou.

Assim que eu saí da sala de jogos, esbarrei com Gabriel, que estava voltando de alguma festa com alguns dos garotos. Ele me viu chorando e me trouxe para o quarto dele, que era o de Neymar também. Eu contei aos dois oque havia acontecido comigo e Philippe. Desde que nos conhecemos, até o dia de hoje.

- Não achei que fosse necessário. Achei que era só uma coisa do passado.

- Mas e a leucemia? – Jesus perguntou cuidadoso, com medo de eu não querer falar disso.

- Eu faço exames anualmente e duvido que posso ter outra recaída – dei de ombros.

- E o que vai fazer em relação ao Couto? – Neymar.

- Não tenho o que fazer – suspirei me sentando direito na cama – Não sei o que eu sinto. Ele me deixa...sem rumo. Mas talvez seja só porque é estranho ter ele por perto de volta. – tentei me enganar – Eu não sei mais o que fazer – resmunguei voltando a me escorar em Gabriel.

- E nem tem oque fazer – Gabi fez carinho no meu cabelo – precisa deixar o tempo resolver, deixar as coisas fluírem... Ele e Aine não estão mais juntos a meses e se vocês dois quiserem ficar juntos, precisam ficar juntos. Já passaram muitos anos separados, está na hora de deixar o que aconteceu no passado, no passado. – deu um beijo singelo no topo de minha cabeça, me fazendo refletir sobre suas palavras.

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leucemia ⭐{Philippe Coutinho}Onde histórias criam vida. Descubra agora