Londres
Mansão Spencer.
Três semanas depois
Depois que a duquesa praticamente saiu correndo do enterro dos próprios pais, Lucien voltou a sua residência com sua mãe falando o caminho todo da volta, e se a ida tinha sido rápida, a volta estava demorando como o sermão de uma missa em dia de domingo.
Não sabia o que fazer, estava se sentindo perdido, tinha ido ao enterro dos sogros esperando ver uma jovenzinha muito tímida e amedrontada ou quem sabe não encontrá-la ali e descobrisse que foi mais uma artimanha de sua mãe para comparecer ao velório, mas foi totalmente o contrário. Encontrou a mulher mais bonita e elegante que ele já tinha olhado na vida, e olha que ele já tinha visto muitas mulheres, de todos os tipos possíveis.
Primeiro pensei em dar um pouco de espaço pra ela, fazia anos que ela não via a família deixaria que matasse a saudade dos seus, ia esperar pacientemente que ela o procurasse, alguns dias seriam mais que o suficiente. E assim fiz, dei um espaço necessário a ela de alguns dias.
Duas semanas depois e a mulher não tinha mandado um bilhete sequer, nem pra explicar o que ainda fazia em Londres, e se ficava, porque na casa do irmão e não em sua casa. Já não estava gostava tanto da idéia de esperar que ela fosse a que fizesse o primeiro movimento.
Pra piorar a situação mais ainda, sua mãe invadia seu quarto todos esses dias pedindo explicações, de por que ainda não tinha a nora em casa e isso impossibilitava que eu esquecesse da situação. Ainda iria enlouquecer com minha mãe, pensando bem deveria mandar a mãe para alguma casa de campo da família, ele tinha tantas, ela até poderia escolher a que mais gostasse.
Por isso que na manhã daquela terça-feira, três semanas depois da chegada da esposa em Londres, eu parei minha carruagem em frente a mansão da família Turner.
Um mordomo com cara de poucos amigos me atendeu, parece que todas as pessoas dessa família me odeiam, a começar pelo os criados e terminar no cabeça da família, esse me detestava sem sombra de dúvidas. Mas não me impediria de falar com a Lady Spencer, na verdade ninguém tinha direito a nada ali. Estava decidido, só sairia de lá quando eles dois conversassem.O criado voltou e pediu para esperar no salão de visitas da família, e quase caiu na risada quando entrou na sala toda decorada entre tons de rosa e marfim, sala parecia com a aquelas de casas de bonecas. Tudo parecia muito pequeno, a começar pelas as cadeiras que estavam distribuídas pela sala, olhou em dúvida para os móveis e decidiu sentar em um pequeno sofá de dois lugares, que mais parecia feito para uma pessoa. Tinha quase certeza que ela fez aquilo de propósito. Estava deixando claro que receberia ele, porém do seu jeito. Sendo assim sentiria prazer em mostrar a ela que estava muito enganada, se achava que podia lhe vencer.
Quarenta minutos depois de ficar sentado em um quarto de bonecas, escutei passos pelo corredor e a porta da sala foi aberta, uma figura muito feminina e graciosa apareceu entrando na sala. Eu estava muito irritado, por ter que esperar tanto pra ter uma conversa com minha própria esposa, e se no começo eu estava disposto a ouvi-la, agora não estava com o melhor dos humores.
- Vossa graça. - Minha bela esposa fez o cumprimento mais impecável que já vi, nem a própria rainha faria algo melhor.
- Boa tarde, senhora. - Me limitei a olhar-lá de cima a baixo, apesar de ela está em um vestido preto de luto, pela morte de seus familiares, e seu cabelo estar preso em um penteado um pouco desarrumado, tudo a deixava ainda mais adorável.
- Então, a que devo a sua visita? o que o senhor gostaria de tratar comigo? - perguntou indiferente, sentou em uma cadeira em frente a que eu estava, uma diminuta mesa de centro entre nós dois. Muito bem, ia fazer o jogo dela. Estava morrendo de curiosidade pra saber até onde ia a sua petulância.
- Sinceramente, acho que você deve saber o que me trouxe aqui. - falei firme.
- Excelência, sinto muito. Mas não faço a mínima idéia do que lhe trás aqui. - falou desinteressada.
Tinha escutado direito? Descarada! Acabou de se fazer de desentendida bem na minha frente, estava quase levantando do assento e partindo em sua direção. O mordomo, escolheu justo aquele momento para fazer a sua aparição, trazia em mãos uma bandeja com chá e alguns quitutes. Aproveitei a interrupção do criado para me acalmar, dois podiam jogar esse jogo.- Pode deixar na mesa, eu mesma vou servir. - minha esposa alcançou um xícara e olhou para mim. - Aceita uma xícara de chá, meu Lorde?
- Não quero chá nenhum. - falei demonstrando mais iandê minha irritação e recebi uma arqueada de sobrancelha dela em troca. -Quero que você me leve a sério.Vou explicar meu ponto de vista, então.
- Prossiga. - Fez um gesto com a mão esquerda e levou a xícara aos lábios com a outra. Me olhando por cima do objeto. Foi o movimento mais sensual, que uma mulher faz em minha frente com uma xícara e quase tirou minha concentração da conversa. Quase!
- O que a senhora ainda faz em Londres e porque ainda está aqui na casa do seu irmão?
- Ah! isso... - ela fez uma expressão de surpresa.Queria esganar essa mulher, como ela ousava ficar de joguinhos com ele. Era melhor eu começar a pensar em algo. Eu ia desarmar aquela mulher.
- Sim, isso... -falei sem terminar minha frase, incentivando ela a falar e em nem momento ela se alterou.
- Pensei, que não quisesse nenhum tipo de contato comigo. - falou com muita tranquilidade. - Foi o que o senhor me disse.
- Se lembra tão bem do que eu falei, deveria lembrar que queria cada um de nós em um canto diferente desse país! - afirmei, minha voz mais alta que o normal.
- Claro que me lembro, senhor. Mas o que me traz e também me faz ficar aqui são assuntos pessoais. - ela falou com naturalidade. - Se eu fosse você, não me incomodaria tanto, com algo tão simples.
- Deixe que eu descida com o que me preocupar. - respondi entre dentes, meu mau gênio já dando sinais de querer e muito aparecer. - E quanto tempo pretende ficar aqui? - perguntei.
- O suficiente, Vossa graça. - Ela desconversou, mas não ia deixar ela sair livre dessa conversa.
- Quantos tempo? - Insistir na pergunta.
- Até que minha irmã Emilly, debute no ano que vem. - ela falou muito baixo, quase um sussurro. Mas mesmo assim eu consegui ouvir e percebi que a duquesa começou a alisar as rugas inexistentes da parte de baixo de seu vestido negro.
- Como? - Aquilo me pegou desprevenido, era pra ela ter ficar no máximo uma semana. Não uma temporada inteira.
- Isso mesmo Lorde Spencer, estou encarregada dos últimos detalhes da apresentação de Emilly a sociedade. - Me olhou com um misto de coragem e determinação em seus olhos. - Por isso vou ficar em Londres, por mais ou menos um ano. Se incomoda? - constatei depois de uns segundos lhe observando, que ela não estava tão interessado na minha resposta. Algo me dizia que mesmo respondendo sim, não faria diferença alguma pra minha esposa.
Aí dizer que sim, mais algo dentro dele retrocedeu, não ia deixar ela vencer, em vez disso ele falou algo que surpreendeu até ele mesmo próprio.
- Não me incomodo. - Ela suspirou aliviada com a minha resposta. - Mas você vai ter que ficar em WhiteHill. - Decretei. Por dentro eu sorri quando ela me olhou apavorada.
- Desculpe? Acho que não escutei direito? - Ela falou alterada.
- Vou repetir então, você só fica aqui se for pra ficar morando em WhiteHill. - Viu? Se você tivesse me procurado, talvez eu fosse mais bondoso, pensei.
- Mas senhor, eu estando aqui será mais prático. - Ela não tinha escapatória, já começava a sentir o gosto da vitória.
- Pra você. Pra mim é mais prático que fiquei em minha casa. - Ou minha mãe ia me deixar louco com tanta cobrança.
- Senhor, devo recusar. Acho que não parece sensato.
- Você acha que alguém vai aceitar sua irmã, se você estiver aqui? - toquei no assunto de seu interesse, agora eu queria ver ela ter argumentos contra isso. Ela me encarou incrédula. Talvez não esperasse minha abordagem.
- Eu... preciso pensar. Falar com meus irmãos primeiro. - olhei bem fundo em seus olhos, me inclinei um pouco, me aproximando mais dela.
- É tão ingênua assim? Acha que as pessoas vão te aceitar, sem meu apoio? - Perguntei. - Se está tão decidida assim em arrumar um bom casamento pra sua irmã. Saberá qual a coisa certa a se fazer. Espero você amanhã em WhiteHill. - me levantei do sofá e fiz uma breve despedida.Saí da sala e deixei a duquesa sentada, pelo jeito pensando em minha palavras. Eu já tinha dado por encerrado o que eu fui fazer na mansão.
Voltei pra casa e informei a minha mãe para organizar o quarto da duquesa, minha mãe saiu exultante mais do que satisfeita em fazer suas tarefas. Eu tinha o pressentimento que teria uma resposta favorável, muito em breve.
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Galera, desculpa a demora pra publicar, minhas aulas na universidade começaram e por isso eu demorei um pouco. Vou me comprometer a postar um capitulo do livro toda quarta-feira. Comentem aqui, eu gostaria de saber o vcs acharam do capítulo.
Beijos e boa leitura!
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Escândalos A Meia Noite
Historical FictionNa tentativa de ajudar sua melhor amiga a fugir de um casamento arranjado, Laura Turner é flagrada em uma cena muito comprometedora com Lucien Spencer, o sétimo Duque de Richmond e pretendente de sua melhor amiga. Sem saber ao certo o que realmente...