8. Don't Kiss Me

2.5K 212 497
                                    

Philippe

Sentado no sofá da minha sala, eu me encontrava revirando as minhas redes sociais em meu celular, após entrar na galeria de fotos e apagar algumas que Lionel havia tirado do Rafael e de si mesmo há poucos dias atrás.

Lembrei-me da cena icônica, onde os dois tomaram o meu celular e começaram a fazer uma espécie de 'bobinho' comigo. Enquanto eu corria desesperado de um lado para o outro, com a tentativa falha de recuperar o aparelho.

Havia se passado alguns dias desde a minha conversa por ligação com Neymar, ainda que tivesse sido poucos dias até então, e talvez, apenas talvez por ainda ser recente , eu não conseguia tirar a voz do mesmo da cabeça.

Cada coisa que conversamos, a rapidez que Gabriel passara a chamada para o mesmo, a felicidade por estar ouvindo a sua voz... Eu ainda podia sentir a emoção de tudo aquilo como se estivesse a acontecer. Como se o tempo tivesse sido congelado.

A verdade era que eu não o conseguia tirá-lo da cabeça de maneira alguma, pensei, independentemente de quantos dias ficasse sem o ver ou conversar, ele não saía de mim.

Resolvi me pôr de pé, arrastando os mesmos lentamente em direção a cozinha, em busca de algo que eu pudesse comer naquele momento para saciar a minha fome.

Abri o armário que ficava embutido na parede, analisando todos os produtos que haviam ali. Decidi escolher algo que não desse muito trabalho para preparar, na verdade, que não me desse trabalho algum, e nada era mais indicado do que alguns salgadinhos assados.

Fechei o armário, com o pacote em umas das mãos, buscando uma tigela mediana encima do balcão de granito escuro. Após rasgar o pacote, despejei desajeitadamente os salgadinhos dentro da mesma, fazendo inconsequentemente com que parte dos mesmos caíssem sobre a pedra gelada.

"Porra" Xinguei baixo, levando uma mão até onde o salgadinho havia se espalhado, tomando uma mínima parte deles entre meus dedos, jogando-os em minha boca logo em seguida.

Escutei a campainha da minha casa tocando altamente, que em meio ao silêncio que a preenchia, acabara por ecoar por entre os cômodos. Tomei a tigela em minhas mãos, caminhando rapidamente em direção a sala, deixando a mesma sobre a mesinha central, abrindo a enorme porta instantaneamente, dando de cara com Rafael, que tinha um sorriso tímido em seus lábios.

"Oi?" Eu disse, por mais que tenha soado mais como um interrogatório do que uma exclamação de surpresa.

Eu juro, eu não fazia ideia do que o mesmo estava fazendo ali, pensei.

Ele abrira a boca algumas vezes, sorrindo nervosamente, como se estivesse tentando se concentrar, enquanto eu apenas franzia o meu cenho.

"Oi, Lippe" Ele disse por fim, usando aquele apelido que eu estranhei por poucos segundos, já que o mesmo nunca havia me chamando daquela maneira.

"Perdão, você está perdido ou...?" Eu perguntei enquanto gesticulava, apontando para o homem e para a rua atrás de si, fazendo o mesmo fitá-la.

"Pode-se dizer que foi... exatamente isso o que aconteceu. Eu estava passando e avistei a sua casa, as luzes estavam acesas então eu pensei... por que não?"

Ele se explicara, risonho, até demais na minha opinião. Eu apenas forcei um sorriso em sua direção, o assistindo encarar-me por completo. Como se analisando cada pequeno detalhe sobre minhas roupas e... minhas expressões faciais.

"Ahm, você quer entrar por um minuto? Está um pouco frio aqui fora"

Eu afirmei abraçando meus próprios braços, que estavam a mostra por conta da simples regata branca que eu estava usando. Rafael assentiu devagar com a cabeça e eu dei espaço para que o mesmo entrasse.

Fechei a porta assim que o mesmo adentrara a sala, se encostando ao canto da parede e começando a tirar os seus sapatos. Eu o fitei, completamente confuso, recebendo um olhar óbvio do maior.

"Em nome de deus, o que está fazendo?" Eu quis saber, vendo-o dar de ombros.

"Bem, quando eu vivia no Brasil com meus pais, tínhamos o costume de sempre tirar os sapatos para entrar em casa, caso contrário a mamãe ficava brava"

Ele se explicou, sussurrando baixinho a última parte, como se aquilo fosse um segredo seu. Eu apenas sorri minimamente para o lado.

"Sente falta?" Perguntei e o mesmo negou rapidamente.

"Não muito, eu me acostumei, sabe..." Murmurou vindo até mim, sentando-se ao meu lado no sofá.

"Aceita?" Eu lhe ofereci a tigela com os salgadinhos, enquanto ele apenas negava com a cabeça novamente.

Eu simplesmente dei de ombros, lançando alguns salgadinhos em minha boca rapidamente.

"Eu não fui completamente honesto com você..." Ele comentou após alguns segundos e eu franzi o cenho.

"Huh?" Murmurei para o mesmo, assistindo o mesmo fazer uma careta amarrada.

"Sobre o motivo de ter vindo aqui, eu não estava apenas passando na rua, eu... Eu queria ver você"

Ele falou finalmente, fazendo com que minha boca se abrisse rapidamente, enquanto eu não conseguia acreditar no que acabara de ouvir do homem.

Em questão de milésimos, Rafael aproximara seu rosto do meu, fazendo com que nossas bocas se tocassem rapidamente, e por poucos segundos eu o senti passar desesperadamente a sua língua a minha, que permanecera imóvel.

Com a mesma rapidez que o mesmo iniciara aquilo, eu o empurrei pelos ombros, o fitando com uma careta incrédula, quase que assustada, com o que tinha acabado de acontecer.

"O que pensa que está fazendo?" Eu perguntei, aparentando estar levemente bravo, e naquele momento, eu estava um inferno por dentro.

Quem ele pensava que era para fazer aquilo?, pensei.

"Desculpa, eu não consegui resistir, você estava tão bonito daquela forma, ainda está, na verdad-..."

Eu rapidamente o interrompi, assistindo o homem abaixar seu olhar para seus pés.

"Isso não é motivo para me beijar. Você não pode fazer isso com as pessoas, o que está pensando que eu sou?"

Esbravejei, vendo ele se encolher, arrependendo-me no mesmo instante por estar sendo tão rude.

"Saí daqui, por favor, eu não quero olhar para você e muito menos te magoar... Vai embora" Pedi sentindo meus olhos lacrimejarem.

Sem pestanejar, o mesmo fora em direção a seus sapatos e logo deixou a sala, batendo a porta ao passar.

Eu me sentei novamente ao sofá, perplexo demais com o que acabara de ocorrer, sentindo um peso enorme em minha consciência. Enquanto apenas uma coisa viera em minha cabeça.

Neymar.

(n/a): oioi pessoas, como estão vocês nessa linda noite agradável? kkkk peço que não me matem, por favor, isso que aconteceu era preciso. 3K PORRA, MAMÃE AMA VOCÊS.

can we fall one more time || neytinho [neymar+coutinho]Onde histórias criam vida. Descubra agora