can we fall one more time || neytinho [neymar+coutinho]

35. I Want You Back

Neymar

"Que horas são?" Eu escutei a voz de Philippe após muito tempo em que permanecemos em silêncio.

Tal silêncio onde ficamos apenas deixando que nossos corpos conversassem entre si — em um longo diálogo, o qual não cabia nem a mim nem ao menor fazer parte. Eu apenas inclinei o meu pulso, onde Philippe apontava o meu relógio prateado, olhando que horas eram a pedido do garoto.

"São 23:23" Eu respondi aconchegando o meu braço melhor abaixo do pescoço daquele que brincava com os meus dedos da mão livre, semelhante a uma criança curiosa. "Faça um pedido, babe"

"Ahm, como assim?" Ele perguntou de volta, pendendo levemente sua cabeça para trás, fitando os meus olhos.

"Sempre que as horas e os minutos estiverem iguais cada pessoa no mundo tem direito a um pedido, você não sabia disso?" Eu expliquei, assistindo o mais novo pegar, da maneira mais delicada possível, em minha mão e a entrelaçar a sua calmamente.

"Uh, eu não, não sabia..." Murmurou pensativo, aproximando suas pernas das minhas, em uma tentativa falha de parecer discreto.

"Agora você já sabe, e hey, você não está mais bravo..." Eu observei, escutando o menor soltar um suspiro alto, pesado.

Em instantes eu ergui minha cabeça, direcionando os meus lábios até o topo da cabeça de Philippe, deixando um beijo demorado ali.

O fato do quarto estar inteiramente fechado e pela falta harmoniosa de iluminação, involuntariamente se criara um ambiente perfeito, que abrigava nossos corpos, cheiros e pensamentos tão distintos.

Vai Neymar, esse é o momento perfeito, não deixa ele escapar, pensei.

"Phil?" Eu chamei, recebendo apenas um aperto em minha mão, como se o mesmo dissesse que estava ali. "Você já pensou em... deixar o Barcelona e vir comigo para a França?" Questionei sentindo minha respiração travar, temendo a resposta que ouviria a seguir.

"Sim."

"Sim?"

"É, sim. Eu costumo pensar muito nisso, Júnior, na realidade, ultimamente eu só tenho pensado em você e... na França." Ele se explicou enquanto aumentava o contato do seu rosto com o meu peito, ao aconchegar-se, que estava sendo coberto por uma camiseta preta.

"Sério? E o que você acha disso?" Eu quis saber, extremamente apreensivo com as possíveis respostas que ele poderia me dar naquele momento.

"Eu não posso ir com você para a França, Neymar" Ele finalizou e eu engoli em seco, sentindo a dor de um tiro atingir fortemente o meu peito, pegando em cheio no meu coração.

"C-como não?" Eu gaguejei nervosamente, vendo Philippe acariciar as costas da minha mão com o seu polegar, fazendo movimentos circulares.

"Não posso deixar minha vida aqui em Barcelona para ir com você para a França, morar sabe-se lá onde, sem ao menos ter certeza se irei ficar com você ou-..." Eu instantaneamente o cortei, sentando-me com a mesma rapidez.

"Eu quero viver com alguém, quero dividir minha vida com essa pessoa: e esse alguém é você, Philippe" Eu falei sinceramente, recebendo um olhar um tanto quanto incrédulo vindo do menor.

"Eu não estou pronto para fazer isso, você também não está pronto para fazer isso, Neymar..." Ele concluiu e eu neguei com a cabeça freneticamente.

"Eu vim da França até aqui decidido a levar você comigo, porque eu pensei que partilhassemos do mesmo sonho, do mesmo desejo... Acho que eu estava errado." Eu comentei assim que desvencilhei nossas mãos.

"Ney, vem cá" Ele disse baixinho me abraçando por trás instantaneamente, fazendo com que seus dedos deslizassem para dentro da minha camiseta rapidamente.

Sem dizer uma palavra se quer, o mais novo inclinara o meu rosto para o lado, com seus lábios indo em busca dos meus de forma mais que desesperada.

Após receber seu beijo em minha boca que permanecera imóvel, eu me deixei levar, levando minhas mãos para a parte traseira da sua cabeça, impulsionando-o cada vez mais contra mim, como se pudéssemos nos fundir a qualquer momento.

Gabriel

"Amor você acha que eles ficaram bem?" Eu perguntei a Firmino, assim que o maior se sentara ao meu lado no sofá, posicionando os copos que trazia em mãos sobre a mesinha central de vidro.

"Ahm, sim!?" Ele respondera com outra pergunta, se posicionando entre minhas pernas e repousando sua cabeça sobre minha barriga.

"Eu não sei, eles estão muito quietos..." Eu disse pensativo, passando minhas mãos delicadamente por entre seus cabelos.

"Mas isso é bom, não?" Ele tornara a perguntar, me olhando por cima de sua testa.

"Eu realmente não sei, Fir"

"Mas veja bem, se tivesse algo errado, contando todas as horas desde que ambos subiram para o quarto, acho que nós já teríamos escutado os barulhos da briga, não acha?" Comentou ele e eu pendi a cabeça para o lado, considerando sua afirmativa.

"Mas se está tudo bem por que não estamos ouvindo os gemidos? Porque você lembra daquela outra vez, dava até mesmo para contar nos dedos quantas vezes o Philippe gemia 'Neymar'..." Eu falei imitando os gemidos do rapaz, vendo meu namorado sorrir.

"Isso foi fofo, mas prefiro você gemendo o meu nome, deixa o nome do Ney para o Coutinho, hum" Retrucou ele, fingindo estar bravo e eu baguncei seus cabelos.

"Isso foi extremamente fofo agora, amor" Eu disse vendo o maior se inclinar sobre mim, vindo em busca de meus lábios.

Eu amava tanto aquele homem, pensei.