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Demorei um pouquinho por conta de um pequeno bloqueio criativo que tive com minha outra história, mas aqui está mais um capítulo pra vocês!

Obrigada por todos os comentários.
Sou grata a todos vocês. De coração.

 De coração

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—•—
James


Após quase meia-hora sentado sem fazer absolutamente nada, ouço um som no corredor e me levanto abruptamente, vendo-a enxugar os cantos dos olhos ao entrar no quarto.

Mary —sussurro, nervoso.

Ela levanta o rosto ao escutar a minha voz. Parece surpresa dentro de uma agitação absurda.

— O quê você ainda está fazendo aqui, James?

— Eu não poderia simplesmente ir embora sem saber o que foi aquilo que aconteceu aqui. Você… Sentiu o mesmo que eu senti? A eletricidade…

— Fala sério, James! —retruca, completamente desconcertada com a minha questão.  — Nós somos duas pessoas jovens em situações fodidas que acabara nos fazendo criar atração sobre isso, resultando num beijo, que, verdadeiramente não significou nada. De todo modo, eu… não sinto nada por você, James. Se é isso que você quer saber!

— Você tem certeza?

É tudo que eu consigo pronunciar.

— Absoluta!  —ela afirma — Até por quê você sinceramente não faz o meu tipo, Rodríguez.

Encaro-a fixamente diante daquela afirmação dilaceradora. Estou surpreso demais para me mover, retrucar, ou até mesmo lembrar como se respira.

Sinto-me impactado de forma que não consigo controlar o turbilhão de sentimentos que me atinge de uma só vez, dentre eles, a decepção. Eu nunca havia sido rejeitado antes. Diante disso, começava a questionar-me internamente se estava me apaixonando por Mary. Obviamente não! Nós nos conhecemos há o quê… uns dias? Como eu poderia?

— Acho melhor eu ir embora —balbucio, sem graça.

— É.  —ela murmura.

Engulo a seco o que acabara de acontecer e sigo em direção a porta do apartamento, antes de abri-la e ir embora, me viro para ela:

Já você… Você faz muito o meu tipo, Mary.


                        ••••••




Enfio o cartão-chave na porta e entro sorrateiramente no quarto de hotel gigantesco.

— Papai —Grita Salomé, pulando sobre mim em um abraço completamente apertado e aconchegante.

— Olá, meu bem. —beijo sua testa.

Daniela surge em minha linha de visão.

— Vá assistir tevê, Salomé.

Ela protesta, agarrando-se a minha camisa meio borrada — Mas eu quero ficar com o papai!

— Não me desobedeça, garota!

Me levanto, irritado.

— Meu amor —deslizo os dedos pelos cabelos dourados — Você pode ir assistir aquele desenho que você gosta só por um pouquinho? Daqui a pouco eu te chamo para nós passearmos. Pode ser?

Ela sorri complacente e sai correndo até o próximo cômodo do quarto do hotel, jogando-se no sofá.

— Que porra você está fazendo, Daniela? —vocifero.

— Quem é ela?  —ela grita, histérica.

Balanço a cabeça, inacreditado.

— Você viu o modo do qual você tratou a sua própria filha por conta dessa loucura? Ela tem não culpa.

— Não se faça de desentendido, James David Rodríguez Rubio.  —me empurra contra a parede em puro ódio — Me diga o nome da vagabunda que está tentando roubar você de mim! Me diga!

Eu a empurro de volta, soltando-me de suas garras afiadas contra meus braços cobertos pela camisa manchada de sangue. Entretanto, não sou bruto ao ponto de machucá-la.

— Ninguém precisa me roubar de você —retruco impaciente — Você vive a gritar aos quatro cantos do vento que tenho interesse em qualquer mulher que ouse respirar o mesmo ar que eu. Você diz a todo momento que eu te traio e que tenho outras na rua, mas, eu não sou assim, porra. Eu nunca fui assim. Entretanto, não me culpe se de repente eu começar a ser. É isso o que você acha, né? Então que tal eu começar a te dar motivos?

Ela recua, surpresa com o meu tom.

— David… Você sabe que eu te amo, amor.

Esfrego as mãos no rosto, confuso.

Eu sabia que ela me amava.

O problema é que dentro de meu consciente, bem lá no fundo, eu sabia que já não a amava mais.

Tinha medo por isso; por não pôder jogar a toalha e simplesmente dizer a ela que estava cansado pois sabia do que ela era capaz. Ela me tiraria Salomé.

Eu preciso de um tempo para pensar, Daniela.

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