Capítulo 3

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Meu coração parou por um minuto ao escutar seu tom debochado logo atrás de mim, fiquei tensa automaticamente enquanto ele passava por nós com um sorriso irritante e depois dobrou o corredor indo para o jardim onde os professores se reuniam sempre ...

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Meu coração parou por um minuto ao escutar seu tom debochado logo atrás de mim, fiquei tensa automaticamente enquanto ele passava por nós com um sorriso irritante e depois dobrou o corredor indo para o jardim onde os professores se reuniam sempre quando havia sol, ou seja, quase sempre.

— Como ele sabe o meu nome? – meu melhor amigo perguntou e eu franzi a testa pensando o mesmo.

— Eu sinceramente não faço a menor ideia! Esse cara é maluco.

Ao chegarmos no refeitório fui ver o que tinha de lanche, arroz e feijão, uma coisa que não como, então peguei apenas uma maça, Austin preferiu não pegar nada, segundo ele a comida de escola é igual a do hospital. Algumas até que são boas, em compensação outras...

Decidimos ir para um local aonde quase ninguém vai, talvez porque ali desse para ver os professores a alguns metros de distância e, falando sério, quem gosta de comer sendo que pode ser observado por eles? Parece até uma cena de um filme psicótico onde o aluno come e os professores ficam a observa-lo sem piscar. Credo!

Terminei de comer minha maçã e joguei-a no lixo que tinha ali perto. Assim que voltei sentei-me na grama do lado de meu melhor amigo.

Faltavam poucos minutos para o sino tocar, nossa conversa aleatória tinha me feito rir a maioria do tempo que estávamos ali, uma qualidade perfeita do sagitariano era o seu humor. Nessa altura do campeonato estava em silêncio observando o céu com minha cabeça encostada em seu ombro, porém logo voltei a fitá-lo ao escutar meu nome saindo da sua boca. Sem mais nem menos sinto seus lábios nos meus. Isso está realmente acontecendo? Arregalo os olhos e tento me afastar, mas não é possível por conta dele estar me apertando um pouco forte demais. Aos poucos vou cedendo e permito passagem para sua língua. Meus braços sobem até seus cabelos e lá começo e brincar e a dar leves puxadas. Suas mãos param em minha cintura e me puxam mais pra ele, fazendo sentar em seu colo com uma perna de cada lado. Estava mesmo fazendo isso? Beijando meu melhor amigo? O garoto que sempre esteve ao meu lado e que sente uma queda por mim? Eu sempre tive medo de fazer isso novamente por conta da nossa amizade e agora eu estou aqui, adorando o nosso beijo.

Separei-me dele e olhei em seus olhos. Ele puxou-me novamente e me beijou. Afastamos-nos quando o sino tocou e nos levantamos. Voltamos para dentro do colégio e andamos pelos corredores agitados sem pronunciar nenhuma palavra. Estou tão confusa agora. Olhei pra Austin e senti meu rosto ficar quente.

Sorri pra ele e dei um abraço no mesmo assim que chegamos até a minha turma já que era rotineiro o moreno me levar até ela depois do intervalo.

As aulas passaram voando. Fui a primeira a sair da sala e fui para o portão esperar Austin que logo apareceu. Fomos pra minha casa conversando o tempo inteiro sobre assuntos aleatórios, em nenhum momento tocamos no que ocorreu mais cedo e dei graças a Deus por isso.

Logo depois do almoço ele foi embora, pois tinha que ir visitar a mãe na clínica onde ela está. Vez ou outra eu vou lá com ele, mas hoje estou tão indisposta e cansada que não fui. Mas dei boa sorte a ele e falei que tudo vai dar certo. Sua mãe tem Alzheimer desde há dois anos, com apenas quarenta e dois anos de idade, vez ou outra se lembra de Austin ou de seu marido, que todo o dia vão lá.

𝘔𝘦𝘶 𝘘𝘶𝘦𝘳𝘪𝘥𝘰 𝘗𝘳𝘰𝘧𝘦𝘴𝘴𝘰𝘳 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora