- Então você está escrevendo uma música nova? - Arqueio uma sobrancelha, olhando no olhos dele
- Sim.
- E você não vai nos deixar ouvir ou pelo menos saber o nome enquanto você não achar que está perfeita?- Anne pergunta, fazendo a mesma expressão que eu
- Sim- Brad sorri- Mas para acalmar vocês, posso dizer que a música ainda não tem nome.
Anne que tinha se esticado para pegar uma uva e agora estava de volta no lugar, quase colocando a uva na boca, parou no meio do caminho e franziu o cenho
- Mas o nome não é a primeira coisa que vem quando se faz uma música?
- Nem sempre, de vez em quando é preciso terminar o conteúdo para enfim achar um título- Brad da de ombros e Anne sorri de lado, colocando a uva na boca
- Então é como em capítulos de livros, isso sempre acontece quando eu tento escrever alguma coisa - Agora quem parou o que estava fazendo para olhar para ela fui eu
- Espera ai, você escreve textos e essas coisas e nunca me disse?! - Coloco a mão no peito - Não sei se me sinto extremamente ofendida ou extremamente orgulhosa de você
- Desculpa- Ela encolhe os ombros- É que na verdade eu não falo isso pra ninguém, eu não acho que eles sejam bons
- Eles devem ser ótimos, tenho certeza disso - Brad pisca pra ela daquele jeito que faria meio Alasca se derreter, e o rosto dela ficar ainda mais vermelho do que o cabelo.
- Você precisa me mostrar um algum dia, agora eu estou doida pra ler! - Tomo um gole do meu suco enquanto ela coloca as mãos o rosto e balança a cabeça, envergonhada
- Eu troco minha música por um dos seus textos, quando ela estiver terminada é claro
- É uma proposta muito interessante, a letra por acaso está ai dentro? - Anne aponta para uma pasta que estava ao lado da mochila dele
- Talvez, não posso revelar pela própria segurança de minhas palavras - Eu reviro os olhos terminando meu suco
- Não seja ridículo - Escuto o apito do professor de educação física- Salvo pelo apito, meu caro amigo, salvo pelo apito.
Ele sorri, e nós nos levantamos e jogamos a embalagem das comidas no lixo. Para mim nunca fez sentindo colocar essa aula logo depois do almoço, mas muitas coisas na escola não fazem sentindo para mim, e eu odiaria ter aula com esse maldito apito em qualquer horário mesmo, então no fim das contas tanto faz.
Depois da escola eu e Anne fomos para um lugar especial. Não que ele tivesse alguma ligação para gente como a nossa mesa na escola, mas era especial porque é lindo, novo, e na visão mais romântica das coisas, até mágico. Escolhemos o parque da cidade, o mesmo local da onde seria a festa dos fogos daqui a alguns dias, porém eu terei que curtir essa noite sem a Anne, já que ela iria amanhã de manhã. Mas agora com o por do sol, quase sem ninguém no parque, com todas as roseiras floridas, e com a companhia da minha melhor amiga só posso ter certeza de que esse é o melhor lugar do mundo.
- Você disse hoje mais cedo que queria ver um dos meus textos... - Ela abre a bolsa e tira de dentro um envelope branco- Uma carta não é bem um texto, mas acho que já dá para dar uma ideia do meu jeitinho de escrever - Ela estende a carta na minha direção- Eu fiz a alguns dias atrás para você
Eu olho para ela e depois para a carta pegando a mesma , quando eu estava prestes a abrir o envelope, Anne me interrompeu
- Abra só no dia da festa, perto da hora dos fogos. Vai ser o meu jeito de estra pertinho de você nessa hora, só não se esqueça - Eu sorrio e abraço ela. Esses três meses sem ela vão ser mais difíceis do que eu pensava.
- Você é a irmã que eu pedi a minha vida toda para ter, sabia disso? - Eu digo e aperto o abraço
- James sabe disso? - Ela ri
- Não - Rio - E nem vai saber se você não contar
- Você sabe que eu nunca faria isso - Ela sorri quando separamos o abraço. Fico um tempo em silêncio olhando para ela e me lembrado do dia em que a gente se conheceu, foi em uma fase tão louca e ela foi um ombro amigo tão bom, tão especial... Acho que nem sempre as almas gêmeas são para um casal, e apesar de nós duas termos um jeito diferente de pensar e agir, eu nunca poderia achar uma pessoa que me entende tanto quanto ela. Sorrio pensando nisso, porque se é realmente difícil encontrar algo assim na vida, então eu sou uma pessoa extremamente honrada e sortuda. Seguro as mãos dela e dou um beijo em cada
- Eu vou sentir muito a sua falta esses dias, demais Anne.
- Eu também vou - Ela ri pelo nariz e depois sorri, limpando uma lágrima - Você me fez chorar droga! Você é muito má, Elizabeth
- Você que é uma manteiga derretida com açúcar, Annelise - Eu rio e pego uma das taças com o suco de maçã - Um brinde a nossa bela amizade, senhorita Anne
- Um brinde - Anne sorri, pega a taça dela e bate de leve com a minha. Entrelaçamos nossos braços e bebemos um grande gole do suco uma da taça da outra.
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Depois que eu deixei a Anne na casa dela, pude perceber três coisas sobre a minha própria vida. A primeira é que não importa quantos Kyles tenham cruzado ou ainda poderão cruzar a vida da minha amiga, ela tem um brilho no olhar e no sorriso que nunca vão poder se apagar, e isso me inspira a manter isso em mim também, pois isso é movido pelo sentimento mais lindo do mudo: Esperança. A vida não é nada se não tivermos um pouco de esperança a cada dia que passamos vivos para seguir em frente. A segunda é que nem todos os amores são da forma que esperamos, ou nem todos os amores são tranquilos e plácidos. Mas aprendi com o Connor, que esse amor doido, bagunçado e que tem tantas reviravoltas no meio da história, pode ser o melhor tipo de amor do mundo, porque o nosso é assim e sobrevive a tudo sem nunca se acabar. E a terceira é que esmaltes trazem mesmo bons presságios.
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Kiss me, my lovely drama
FanfictionElizabeth McVey tinha certeza sobre algumas coisas em sua vida. A primeira, é que ela tinha sorte. Ela tinha uma família linda, um irmão mais velho maravilhoso e um melhor amigo que muitas pessoas gostariam de ter. A segunda, é que ela tinha um...