No livro que eu estou lendo, um cara que era considerado um matemático por entender muito de números, nunca acreditaria que o infinito mais um existe. Nunca até se apaixonar por um adorável garota, e essa o fazer mudar de ideia. Depois que eu li isso, virou a minha metáfora favorita, mas também me fez pensar se eu sou, ou, se algum dia poderei ser esse tipo de pessoa. O tipo de pessoa que faz alguém mudar de ideia. Eu gosto de pensar que sim, mas nem todos os meus desejos pessoais são verdadeiros ou tornam-se realidade...
- O que tanto você vê nesse livro, afinal? - Brad interrompe minha linha de pensamento e u abaixo um pouco o livro, para olhar para ele
- Tentando descobrir que tipo de pessoa eu sou
- Ora! - Ele ri- Pensei que você já tivesse conhecimento e já tivesse aceitado também, você é do tipo louca. - Eu reviro os olhos e ponho o marcador na página do livro, e o fecho
- Eu estou falando sério!
- E eu também!- Ele sorri e eu acabo sorrindo junto com ele, um dos muitos fatos que eu sei sobre o Bradley, é que o sorriso dele é tão contagiante quanto é irresistível
- A menina do livro, conseguiu fazer o mais impossível dos homens mudar de ideia, estava tentando imaginar se eu teria esse poder também... De fazer alguém que eu goste acreditar em algo que não acreditava antes- Abaixo a cabeça e volto a encarar a capa do livro que estava no meu colo. Brad ficou calado por um tempo olhando pra mim, e como sempre, parece que leu os meus pensamentos quando respondeu
-Sim, você consegue. Consegue fazer o Connor acreditar até em ET's se quisesse - Eu rio, voltando a olhar pra ele
- Nem eu mesma sei se acredito nisso ainda, mas obrigada pela resposta, eu adorei- Sorrio. Brad dá de ombros como quem não está mais dando importância para o assunto e pega o celular de cima da cama
- Tudo pode acontecer, minha cara, tudo pode acontecer- Ele passa para a próxima música e eu sorrio ao ouvir as primeiras notas, logo nós dois começamos a cantar junto com a música
"Jack when we were younger we hung out We were inseparable But now, Jack, you stole my thunder Like my girl became my nemesis He might be Mr. Popularity, but I wouldn't wanna change a thing about me Uh, oh, oh, don't take this as jealousy Just cause you're with him and not me He drinks Daniel's at the bar Drives his daddy's jaguar Rocking clothes with wills on the tag Girl he's all up on your face Wanna put him in his place But right now I'd rather be Jack Saying "look, can't you see?" He's a dick compared to me You should know he ain't really all that I still need you in my world But he's got you as his girl And that's why I'd rather be Jack"
Enquanto cantávamos, ríamos bastante fazendo uma guerra de travesseiros. Talvez meu quarto acabasse cheio de penas e minha mãe tivesse um tremendo ataque quando visse, mas valeria a pena se eu ganhasse. E eu estava mesmo prestes a ganhar, se uma Anne completamente desnorteada e com a cara inchada de quem já chorou toda a água do corpo e mais um pouco, não tivesse entrado no meu quarto aquela hora. Eu e Brad paramos e ficamos olhando pro estado dela. A manga e a bainha da blusa rasgadas, o cabelo mais desgrenhado que eu já tinha visto, o rosto vermelho. Ou seja, a pior imagem que eu já poderia ter visto da minha melhor amiga
- Anne...? - Eu consegui sussurrar sem nem mesmo perceber que estava tentando fazer isso. Ela balançou a cabeça, acho que juntando forças para falar também
- Eu... eu.... não sabia... que você tava ocupada... depois eu volto- Anne me respondeu entre soluços, passando a mão pelo nariz antes de se virar e começar a sair do quarto
- Anne! Espera - Me levantei em um pulo da cama e a puxei de volta para dentro do quarto- Me fala o que aconteceu, eu não vou deixar você sair assim - Com a cara de choro cada vez mais inchada, ela olhou de canto para o Brad que já estava de pé também. E por mais que eu saiba que ele queria ficar para poder ajudar em alguma coisa, ele foi solidário ao entender o recado e só afirmou devagar antes de sair do quarto. E assim que ele fechou a porta, a ruiva desabou na cama, cobrindo o rosto com as mãos e começou a chorar copiosamente. Me aproximei dela e falei no tom mais baixo e suave que já ouvi sair da minha boca
- Anne... me fala o que aconteceu, por favor...
- Kyle - Ela levantou o rosto e me olhou com os olhos mais assustados que eu já vi- Ele... tentou me agarrar e... foi horrível! eu joguei um vaso na cabeça dele e sai correndo... mas ele me jogou no chão antes e eu me machuquei... - Meus olhos procuram desesperadamente algum sinal de sangue, mas para o meu alivio não vi sangue, só uma mancha roxa no braço dela. Ela continuou chorando por muito tempo antes de dormir, enquanto eu só a abraçava, porque na verdade eu não sabia o que dizer. Nada que eu dissesse poderia apagar a dor que ela estava sentindo por ter confiado em alguém e uma coisa dessas acontecer. É como às vezes os jornais falam mesmo, o perigo pode estar mais perto do que imaginamos, e tudo realmente pode acontecer....
Depois de algumas horas, Anne finalmente abriu os olhos. Eu fiquei sentada do lado dela o tempo todo e posso afirmar que o sono foi inquieto, e que por isso ela ainda ficara muito tempo sem forças. Porém, eu já tinha recuperado as minhas, e enquanto ela não pudesse agir para se defender sozinha, eu faria isso por ela. Kyle, nem nenhum outro animal voltaria a tratar uma menina assim comigo por perto. Se poder feminino é o que é preciso para enfrentar aquele babaca, bom eu o tenho mais que o suficiente agora. Então assim que eu percebi que ela estava acordada o suficiente para me ouvir e compreender muito bem, eu apenas disse:
- Dois dias, é o tempo que você tem para encontrar com aquele canalha e acabar tudo com ele, porque se você não fizer isso Anne, eu juro pra você que eu vou me meter nisso e eu mesma farei- Pra falar a verdade, eu estava bem obstinada, mas até eu fiquei surpresa com o quão séria, firme e segura minha voz soou ao dizer aquela verdade, e eu de repente fiquei muito orgulhosa de mim mesma por isso. Anne ficou apenas me olhando por um longo tempo, com os olhos e rosto ainda vermelhos e acabados. Bem, eu não esperava outra coisa como já tinha pensado mesmo antes, por causa do sono inquieto pelos pesadelos. Ficamos sem falar nada todo esse tempo até que Anne, em um movimento bem sútil de cabeça afirmou devagar, e voltou a enfiar a cara nos travesseiros. Ótimo, nos livraríamos dele finalmente depois de tudo, mas eu suspirei triste ao pensar em quantos mais pesadelos sobre isso minha amiga ainda teria nas próximas noites , e me afundei mais na cadeira também, olhando para ela e rezando tanto para que nada mais de ruim tivesse acontecido antes disso e ela não tivesse me contado por medo dele.
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Kiss me, my lovely drama
FanfictionElizabeth McVey tinha certeza sobre algumas coisas em sua vida. A primeira, é que ela tinha sorte. Ela tinha uma família linda, um irmão mais velho maravilhoso e um melhor amigo que muitas pessoas gostariam de ter. A segunda, é que ela tinha um...