a chuva.

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12/08/2018

e então eu me entrego ao mundo.
desisto de tudo
e de todos.

tiro a máscara de minha face
e desacoberto os meus sentimentos.
me deixo livre pra ser quem eu sou,
mas a questão é,
eu nao sou livre.

nao é só porque nós homens,
mesmo que nascemos livres,
nos acorrentamos às coisas,
e sim porque talvez a vida esteja pesada,
tão pesada que eu não consiga segurá-la.

portanto,
desisto de tentar.
apenas aceito que sou e estou fraca
e que nada nem ninguém pode me ajudar,
apenas eu mesma.

queria que fosse mais fácil.
queria que eu estivesse melhor
mas nao tenho mais forças para tentar melhorar.

eu sou a razão pela qual me sinto assim,
mas também sou a única coisa que pode me salvar.
me salve de mim mesma.
eu imploro,
porque o que não te mata,
te faz desejar estar morto.

tenho um buraco na minha alma crescendo gradativamente,
e eu não consigo aguentar
mais um momento se quer deste silêncio.

isso vem em ondas,
eu fecho meus olhos,
seguro o meu fôlego
e deixo isso me enterrar.

as coisas me corroem.
a vida me destrói
e eu fecho os meus olhos
e deixo a tempestade vir,
apenas esperando esta passar.

ainda chove.

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