Capítulo 8

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Conhecer Harry foi sem dúvidas uma das melhores coisas das quais fiz nessa viagem. Não me arrependo nem um pouco de ter ido à Casa de Julieta naquele dia, de ter esbarrado nele. Sei que de cara não foi lá muito legal, contudo, as aparências enganam, principalmente a primeira. Aquele momento no parque meio que me tirou dos eixos. Seu olhar parecia me mandar alguma mensagem, ou transmitir alguma sensação. Não sei ao certo. Apenas sei que foi uma coisa intensa e não vou lhes enganar, essa "coisa" me desperta um certo desejo por mais, estranho não é mesmo?

Encaro o celular em minhas mãos lendo novamente aquela mensagem sem nem acreditar. Olho em volta na esperança de achar algum suspeito do qual está me mandando essas mensagens, oque foi falho. Subo meu olhar para Harry e seus olhos ainda permanecem em mim.

"Está tudo bem Nicola?" Ele perguntou preocupado.

"E-esta sim, não precisa se preocupar." Tento parecer o mais tranquila possível para que ele não precise se preocupar, oque foi em vão.

"Nicola, o que está acontecendo?" Ele insiste.

"Rosie, vai brincar lá no balanço, preciso conversar com o tio Harry." Me direciono para Rosalie.

"Tá bom titia, tchau tio". Ela da um beijo na bochecha de Harry e ele devolve. Eu com toda certeza tiraria foto desse momento, mas uma Nicola nervosa não consegue ao menos mexer um dedo sem tremer. Logo a criança vai correndo em direção ao balanço e começando a brincar.

"Agora fala Nicola" Disse exigente.

"Olha, não se preocupe, só estou a receber mensagens."

"Que tipos de mensagens?" Perguntou receoso.

"É... algumas ameaças." Digo com um tom mais baixo.

"Em relação à o que?" Disse nervoso.

"As minhas companhias." Falo sem tirar meus olhos dos seus. Pego meu celular e mostro as mensagens.

"Que estranho... Você tem algum palpite de quem seja?" Perguntou preocupado.

"Eu não faço a mínima ideia de quem seja, e vou te confessar, eu estou com medo."

"Ei, não precisa ficar com medo, eu estou aqui. Se quiser pode dormir na minha casa..." Disse enquanto levantava o braço para um abraço e meu Deus, que abraço bom.

"Acho que não é uma boa ideia." Digo saindo de seus braços.

"Aaa vamos lá, você já dormiu lá uma vez. Podemos ver filme" Falou e então abriu um sorriso com entusiasmo. Harry pode ter seus 24 anos, mas parece ter uns 4.

"Hmmm... Okay, apenas filmes".

"Ah assim nem tem graça... não vou poder desfrutar do que é meu?" Disse passando a mão por minhas bochechas enquanto a outra me puxava pela cintura. Talvez Harry não pareça ter 4 anos.

"Quem disse que eu sou sua?" Rebato.

"Eu!!" Disse com convicção.

"Hahahaha ata né Harry!" Debocho.

Ele me encara com seus olhos verdes penetrantes e sua expressão passa varias coisas, menos deboche.

"Você é minha, aceita."

"Quem sabe um dia..."

(...)

A casa de Harry era literalmente maravilhosa. Na noite em que dormi aqui não tinha reparado na decoração da casa por estar muito aérea e ainda por ter álcool presente na minha corrente sanguínea. Entretanto, sua residência tinha um toque de fresh com clean. As paredes brancas contrastavam com as grandes colunas de sustentações de mármore no meio da sala, estilo construções gregas. Tinha um piano branco no meio da sala, acompanhada de um sofá enorme com um tapete felpudo embaixo do mesmo dando um certo clima de conforto e acolhimento. A TV enorme alojada na parede trazia a contemporaneidade de volta ao cômodo. Eu estou sem palavras.

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