Capítulo 22

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Segundo o primeiro romance literário de Machado de Assis, A Ressurreição, "Cada qual sabe amar ao seu modo; o modo, pouco importa; o importante é que saiba amar". Seu romance é contido, moderado e sem excessos sentimentais, exemplos dos quais não compõe a minha vida, entretanto, em certos momentos eu deveria me espelhar. Tomamos certas decisões que nos fazem repensar, analisar e concluir um fato, uma nova experiência, uma nova sensação. Nos trazendo à tona e nos mostrando que nem tudo é da forma da qual planejamos, da forma de esperamos. Meu romance é tão puro, mas ao mesmo tão perturbador. O amor não é simplesmente você amar tudo de bom na outra pessoa, amar é você amar as imperfeições do outro, é você saber lidar, perdoar, conviver, aturar e até mesmo cuidar. Amor é afeto. Amor é companheirismos. Amor é amor. O modo de amar pouco importa, o importante é amar, e aceitar o diferente.

Eu caminhava quietamente seguindo os passos de Harry, ele estava quieto. Desde que saímos do cômodo das garotas ele não da um suspiro que só, me deixando cada vez mais intrigada. Será que eu fiz algo de errado? Vejo um ponto de luz por cima de seu ombro e noto que é a saída. Ao passarmos por uma pequena porta vejo a rua.

O clima estava estranho hoje, o sol querendo "sair" mas ao mesmo tempo a temperatura estava muito baixa, fazendo com que os nova-iorquinos ficassem mais agasalhados que o comum. Observo um carro a minha frente com a porta aberta e um senhor ao seu lado.

"Leo leve Nicola até meu apartamento, cuidado nas ruas, sabe como está as coisas agora..."

"Sim chefe!" O senhor respondeu.

"Cuida bem da minha menina, se algo acontecer com ela você vai ver." Ele ameaçou-o e então me encarou com uma cara extremamente espetacular. "Só não cuidar melhor que eu."

"Pode deixar." Leo deu a volta no carro e entrou no lado do motorista e Harry de aproxima de mim.

"Quando eu chegar mais tarde, nós conversamos. Qualquer coisa peça para Leo me ligar, ele é de confiança. Aconteceram algumas coisas e não é bom abaixar a bola." Ele me surpreende com um abraço e claro que correspondo.

"Não se preocupe comigo, eu irei ficar bem..."

"Você tem que ficar bem. Se algo acontecer com você eu me culparia pelo mísero resto de vida. Eu te amo tanto, espero que saiba disso" Aí meu Deus.

"Eu também te amo! Volte para mim". Falo com manha.

"Eu irei voltar, mas você não vai voltar aqui nem tão cedo, já conversei com Liam. Não sei oque deu na sua cabeça de arranjar emprego aqui. Achei que estivesse claro que você é apenas minha." Suas mãos fazem caminhos até minha cintura e ele agarra possessivamente me aproximando mais dele fazendo com que nossos corpos se chocassem.

"Pare de ficar falando que eu sou sua. Eu sou minha." O pego desprevenido.

"Não insista, você é apenas minha. Terei que provar isso novamente?" Harry me olha com um olhar sedutor e entendo sua referência.

"Olha, acho que sim, não me lembro muito bem..." O provoco.

"Pois quando chegar em casa você nunca mais irá se esquecer." Seus lábios selam os meus em uma ferocidade inigualável. Sua língua entra em contato com a minha causando um arrepio por todo meu corpo e quando já me faltava ar ele se separou de mim e fitou meus olhos.

"Se cuida minha Angel." Ele diz com a voz rouca.

"Até mais meu Devil." Sorrio safadamente para ele e entro no carro fechando a porta logo em seguida.

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