Capítulo 18

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Eu estava caindo. Meu corpo estava leve como uma pena, como uma pluma. Eu claramente estava esperando pelo impacto ao chão mas eu apenas senti água. Água entrando em meu corpo me deixando sufocada. Uma hora eu estava caindo de um penhascos e agora cá estou eu, me afogando. Deixando toda água invadir meu corpo e então o desespero toma conta de mim. Meus pulmões doem e me dão a sensação de que eles estão sendo rasgados ao meio, mas então uma nova sensação me invade me trazendo um outro tipo de leveza. A leveza de nenhum peso nas costas, a sensação da morte cair em meu corpo, me trazendo paz e calmaria, tirando toda aquela agonia que eu estava sentindo. Era como se um tsunami tivesse me atacado e agora ele tivesse passado. Tudo estava bem, eu estava bem. Às vezes a morte nos faz bem.

Sinto minhas pestanas se abrirem encontrando um local totalmente diferente do qual estou habituada. Sinto o confortável sofá embaixo de mim e tenho a vontade de voltar à dormir, mas o despertador em meu quarto não para de tocar. Segunda-feira, dia de trabalho. O final de semana passou extremamente rápido que nem me dei conta. Posso lhes dizer que esse com toda certeza, foi o melhor final de semana de toda a minha vida. Harry e eu nunca tivemos um momento tão íntimo e puro, eu me sinto literalmente renovada e que nada poderia estragar o meu dia. Mesmo com a repentina saída de Harry, não me entristeci, sei que ele tem seus compromissos, seja lá onde e também ele não deixou de um minuto se quer de se comunicar comigo, sendo extremamente gentil e amoroso.

Como o amor é engraçado... Tem amores que doem, tem amores que curam e tem amores que são apenas aproveitados, e tenho quase certeza que o nosso amor é puro, aquele que é mistura de todos. Nosso amor dói de tão forte que é, nosso amor cura nossas feridas nos trazendo de volta à vida, à vida colorida, e sem sombra de dúvidas, nossos amor é aproveitado, aproveitado de um jeito onde não é desperdiçado, ele é apenas sentido e sempre suficiente, coisa que me encanta de certa forma.

Levanto-me do sofá indo em direção ao meu quarto e desligando o despertador, espreguiço a coluna de um jeito estranho, porém de um jeito habitual e sigo até o banheiro com o intuito de tomar um banho para despertar.

Ao terminar o banho e fazer as devidas higienes, boto minha saia lápis, uma blusa social rosa bebê e um blazer preto o vestindo e vendo a roupa em meu corpo. Eu deveria a usar mais vezes.

Vou até a cozinha e tomo um café rápido feito pela cafeteira, e pego uma torrada passando manteiga e comendo rapidamente.

"Bom dia, Nicola"

"Aí que susto dona Sandra, não faz isso comigo não..." Rio para a senhora. "Bom dia!"

"Tá no mundo da lua?" A diarista me pergunta me fazendo voltar à realidade.

"Mais ou menos isso. Bom, vou indo, você já sabe como é o esquema. Qualquer coisa me liga." Digo pegando a minha pasta e indo até a porta, mas sem antes de dar um beijo da bochecha de Sandra.

(...)

O trânsito em Nova Iorque geralmente é horrível, mas até que hoje estava um pouco melhor, a movimentação dos carros estava leve e parecia que todos em volta estavam felizes. Cada pessoa que eu via pelas avenidas tinham um sorriso estampado no rosto, como se a felicidade tivesse sido alcançada, e eu não estava diferente. Eu estava feliz, eu finalmente estava feliz, eu estava me sentindo bem em relação à tudo. À minha vida financeira, amorosa e profissional. Tudo estava dando certo dentro do possível, e eu seria eternamente grata à Deus por tudo isso. Nunca fui uma pessoa religiosa, mas eu tinha fé, e sei que a minha fé me trouxe até onde estou.

Chego em frente ao enorme edifício onde trabalho, entro no estacionamento e ponho meu carro na mesma vaga da qual estava habituada. Saio do carro e vou até o elevador clicando no meu andar de trabalho.

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