cappuccino, mocca e expresso

Iced Americano

🍀🍀🍀

Changbin estava estressado. Havia passado a noite toda sem dormir produzindo uma nova música para o estúdio que trabalhava. O homem era ridículo, havia lhe feito o pedido em um dia, e duas horas depois já queria o resultado, como se fosse fácil assim. Ele ainda se perguntava o porque de aceitar trabalhos idiotas como esse.

Mas então, se lembrou que eles pagavam bem o suficiente para não precisar produzir nada durante um mês.

A única coisa que poderia curar seu mal-humor de uma noite não dormida era um café expresso grande e o sorriso iluminado de seu atendente favorito. O Lucky Charm Cafe era conhecido por suas bebidas tão quentes e energéticas quando os próprios atendentes – se é que isso era possível.

Suas olheiras denunciavam seu cansaço. Estava com roupas largas, inteiras pretas – a não ser por seus all stars vermelhos bem velhos – e cheio de correntes. Quem o visse na rua acharia que é totalmente amargo, mas só quem o conhece de verdade compreende sua doçura natural.

Finalmente alcançou o estabelecimento, e permitiu-se sorrir. Finalmente veria seu crush de eras e, mesmo que quisesse pedir-lhe uns bons beijos, se contentaria com alguns expressos grandes e as perguntas curiosas do recentemente ruivo sobre seu caderno de composições.

Entrou o espaço quentinho e já dirigiu seus olhos até seu alvo, mas encontrou diante de si algo que não desejava.

O fodido Hwang Hyunjin.

O conhecia desde as épocas de colegial, já haviam namorado uma vez mas, sempre que estavam juntos, parecia que faltava algo. Então desistiram do relacionamento.

Logo na semana seguinte, Hyunjin já estava com outro. E depois com outro, e outro e mais um... e Changbin estava sempre ali, vendo-o com esses terceiros e se remoendo por ainda amar o garoto.

Mas ele não seria mais uma barreira!

...Certo?

Digo, eles não se veem há anos, e Changbin já o superou, não há motivo para se preocupar – ele repetia em sua mente.

Mas ele percebeu que havia sim um motivo para se preocupar, quando percebeu que Hyunjin estava cantando seu atendente, então apenas se posicionou atrás dos dois, esperando sua vez.

— Estou dizendo, meu mel, por que não saímos um pouquinho e voltamos antes do seu turno acabar? — Hwang pediu, se apoiando na bancada e piscando para o ruivo, que revirou os olhos.

— Sinto muito, mas não será possível. Você sabe que eu não sou esse tipo de gente — respondeu, cruzando os braços. Desviou o olhar dos olhos do mais velho apenas para olhar diante de si, e ver que ali Changbin esperava. — E ande logo com seu pedido, Jinnie hyung, que há mais gente na fila.

— Certo, eu vou querer — olhou para os lábios do australiano e sorriu de leve. — Um cappuccino sem açúcar, um scone de canela e um encontro com você.

E mais um suspiro de exaustão foi escutado pelo baixinho no fim da fila. Mesmo não querendo admitir, estava irritado pela resposta.

— Olha, se eu aceitar ir nesse encontro com você de uma vez, você me deixa em paz? — o menor pediu, por fim, temendo que o gerente aparecesse e o Hwang estivesse mais uma vez empacando a fila.

Não é como se não gostasse do mais velho, apenas não gostava de quando ele tratava tudo tudo e todos como seus objetos, mas já havia tido conversas o suficiente com o mesmo para ter noção de que é uma boa pessoa.