Epílogo - Cappuccino, Mocca e Expresso

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🍀dois anos depois🍀

Yongbok estava animado, eletrizante, havia bebido seu mocca com pó de baunilha naquela manhã fria de domingo, montava as bebidas da cafeteria com o melhor de seus humores, sorria para todos os clientes, fazendo suas sardinhas se juntarem sobre seu nariz e melhorando o dia da pessoa de pior humor.

Era seu último dia na loja. O último dia usando o avental com um trevo de quatro folhas bordado. O último dia desejando um bom dia de sorte e magia para todos que atendia.

Não negava que iria sentir saudades, mas estava extasiado em sua própria felicidade para pensar em qualquer outra coisa.

O sininho da porta tilintou por todo o estabelecimento, e um garoto alto, com máscara, chapéu bucket e cabelos tingidos da linda cor de chá com leite entrou, fazendo alguns olhos se virarem para si. Felix reconheceria aquela pintinha fofa embaixo de seu olho há quilômetros de distância, e se animou mais, com borboletas no estômago.

Bom dia de sorte e magia — falou, animadamente, aquele slogan que por muitas vezes achou ridículo. — O que vai querer hoje?

O Hwang abaixou a máscara para seu queixo e se inclinou sobre a bancada, abrindo um sorriso maroto, mas mostrando que estava imensuravelmente feliz apenas com o brilho em seus olhos.

   — Eu vou querer... Um cappuccino sem açúcar, um scone de canela e um encontro com você — respondeu, não segurando seu sorriso honesto, que mostrava os dentes fofos. Tirou um pequeno buquê de lavanda do bolso de seu casaco e o arrastou pela mesa, para o atendente que sorria bobo e negava com a cabeça.

   — Olha, se eu aceitar ir nesse encontro com você de uma vez, você me deixa em paz? — ironizou, rindo consigo mesmo e olhando o pequeno cartão mas flores.

Parabéns pela loja – era o que estava escrito, em inglês, numa bela letra cursiva.

   O sino da loja tocou novamente. O frio entrou, fazendo um cafuné rápido nos fios do australiano, e ele sorriu ao sentir a essência de cigarro, praticamente extasiado.

— Não dou mais nem um piu — o Hwang respondeu.

   — Achei que galinha cacarejasseuma terceira voz se pronunciou, chegando por trás de Hyunjin e o abraçando pela cintura. Os três jovens se olharam e começaram a rir, como se não houvesse uma fila, como se não houvesse mais ninguém no café e, por mais que fosse estranho admitir, a risada deles não incomodava ninguém, mas enchia o local de alegria e luz.

   — Eu não acredito em vocês — Felix murmurou, anotando o pedido do Hwang e acrescentando um expresso grande com um cookie de chocolate – o pedido de sempre de Changbin.

   — Pois acredite — o mais velho respondeu, rindo e deitando a cabeça no ombro de Hyunjin. — Que horas seu turno acaba?

   — Daqui meia hora — concluiu, olhando no relógio em seu pulso. — Depois eu pego meu último pagamento e estou livre!

   Os mais velhos riram da animação de Yongbok e se entreolharam. Queriam tanto poder abraçar e encher aquele australiano de beijos no momento, mas não seria possível, já que ele estava trabalhando.

   — Certo, vamos esperar na mesa 8, okay? — o Seo declarou, logo vendo o mais novo concordar. Changbin pagou por todos os pedidos e logo foram se sentar no lugar dito.

    Os trinta minutos se passaram até que rápido. Minho chamou Felix, pegou o avental de volta e deu-lhe um abraço. Disse que ia ser difícil sem o raio de sol aquecendo os dias frios na cafeteria, mas que estava feliz já que o australiano is conseguir abrir sua própria loja, realizar seu sonho.

cappuccino, mocca e expressoOnde histórias criam vida. Descubra agora