Capítulo 5

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" A polícia de Nova York acaba de anunciar que o incêndio ocorrido na Universidade de Nova York foi um incêndio criminal. Uma perícia indicou que o objeto usado para dar início às chamas, foi um isqueiro com a bandeira da Venezuela.
Os estudantes Maia Campbell e Isaac Thompson, alvos do incendiador, que ficaram internados durante uma semana, tiveram uma parada respiratória ao mesmo tempo, mas incrivelmente melhoraram juntos. A indentidade do criminoso ainda é desconhecida, já que as vítimas alegam não saber o motivo do crime. Para a proteção dos alunos, eles irão morar juntos por tempo indeterminado em um apartamento oferecido pela polícia, com a proteção dos mesmos. "
Maia desligou a tv. Era estranho e assustador em saber como todos já sabiam do incêndio. Ela levantou do sofá e explorou o lugar que teria que chamar de lar por algum tempo. Tinha que admitir, era melhor do que pensava. Os pontos positivos eram uma lareira, pufs e alguns temperos em pequenos vasos na cozinha, mas os negativos eram inúmeras câmeras de segurança espalhadas pelo corredor, térreo e escadas e ter que dormir na mesma cama que Isaac. O que eles nem discutiram na hora. Estavam traumatizados demais para brigar.
As aulas começarão em menos de duas semanas e a polícia estava dando o melhor para achar os suspeitos antes deles começarem a faculdade. Mas enquanto isso, tinham uma ordem de ficar as duas semanas dentro do apartamento.
Maia não havia dado conta do quão sério aquilo era. Enquanto estava internada, quase teve um ataque do coração quando soube que alguém queria matá-los.
A polícia tinha uma teoria de que o alvo principal era a ruiva e que Isaac foi apenas um azarado que estava no lugar errado e na hora errada. Isso era insano demais para qualquer um, ela não imaginava ninguém que a odiasse tanto ao nível de realmente tentar matá-la.
Depois da polícia sair, Maia foi tomar um banho, parou na frente do espelho e viu seu reflexo, cicatrizes pequenas espalhadas pelo corpo, e então viu que o seu cabelo tinha sido cortado. Antes de tudo, ele estava um pouco abaixo do quadril. Um véu ruivo, sua mãe dizia. Mas agora, estava na altura dos ombros. Ela não era muito apegada ao cabelo, mas aquilo era uma transformação meio impactante.
Sem querer se olhar mais, entrou no chuveiro. Pegou um shampoo e colocou no cabelo, quando o cheiro de menta se espalhou por todo o banheiro, trazendo em flashs a imagem do Isaac, da fumaça por todos os lados e em seguida, do incêndio á sua cabeça. A lembrança a deixou tonta, fazendo Maia cair. Ela não conseguia respirar, sabia que estava tendo um ataque de pânico mas não tinha idéia de como parar. Só havia uma pessoa que a podia ajudar, porém estava completamente nua. Ela juntou todas as suas forças, mal cobriu seu corpo com uma toalha e gritou pela única pessoa que poderia salvar a sua vida. Parecia que algo pesado estava forçando o seu peito para baixo, fazendo ser impossível respirar. Ela já estava deitada no chão, seu corpo inteiro tremia mas ela não conseguia pará-lo, tinha perdido totalmente o controle. Em seu pensamento, implorava para Isaac chegar logo.

- Maia? - Ele bateu na porta - Você me chamou? Juro que ouvi a sua voz. Se você estiver tomando banho, avisa. Vou entrar. - Isaac abriu a porta lentamente, mas quando viu Maia deitada no chão, se abaixou na altura dela e levou cerca de 15 longos segundos para análisá-la e entender o que estava acontecendo.
Maia mal o conseguia enxergar através das lágrimas, mas sabia que tinha que tentar.

- Eu sei que você sabe que precisa respirar devagar. Mas preciso que você se esforce, Maia. Dê tudo de si. Acha que pode fazer isso? - Isaac pergunta, segurando seu rosto e encarando seus olhos castanhos. Aquela imensidão verde a fez perder um pouco mais da sua consciência, mas ela iria tentar. Tinha que tentar.

- Então respira comigo. Lentamente. - Maia tentou, respirando fundo e depois soltando devagar. Fez aquilo várias vezes, mas cada vez que puxava o ar, parecia que seu pulmão tinha menos capacidade de manter o ar e não estava ajudando. Seu coração já estava se apertando e ela achava que iria desmaiar. Aos poucos o quarto foi ficando escuro, Isaac estava cada vez menos nítido, mal sentia os seus dedos e quando estava cansada demais para continuar, sentiu um brusco puxão nos seus braços e uma leve pressão nos seus lábios que ela já tinha se habituado. Logo a pressão foi se tornando maior, seguida pelo extinto, abriu um pouco a boca e desfrutou aquele beijo. Aos poucos, sentiu a sua consciência voltando e os seus batimentos ficando mais lentos. Mas isso mal importava agora, ela só pensava em como ele era intenso e que nunca queria parar esse beijo.
Era incrível a forma como eles se encaixavam perfeitamente, como se fossem feitos um para o outro.
Flashs brancos passaram por sua cabeça, quase a deixando cega, o que a fez se separar de Isaac e o olhar assustada. Ele tinha a mesma confusão nos olhos, como se também quisesse saber o que estava acontecendo.
Eles já haviam se beijado outras vezes, mas essa era a primeira vez que isso acontecia.

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