Prólogo

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Pensilvânia – 1959



Um homem olha para o céu e um brilho ensurdecedor o cega. Toda a luz dele se apaga e esse homem só consegue enxergar sombras. Ele cai no chão e começa a chorar desesperadamente. Olhando para o céu sem conseguir ver nada ele pergunta:

— Tu me cegastes diante dos teus olhos. O que queres de mim?

Já soluçando de tanto chorar, ele abaixa a cabeça derrotado... Então ele escuta um estrondo vindo do céu e sente a presença de uma pessoa diante de ti. Ele começa a tremer demasiadamente de medo, nunca em toda a sua vida, ele sentiu algo desse modo.

— O senhor se chama Gideon Clark? — Uma mulher pergunta a ele com a voz firme e sem falhas.

Ao ouvir seu nome ser pronunciado pela pessoa. Gideon começa a se arrastar pra longe e é impedido. Ele sente a sua costa bater contra o asfalto frio e um pé em cima de seu pescoço. Gideon começa a ter dificuldades em respirar e tenta puxar ar para seus pulmões.

— Eu lhe perguntei algo? Eu exijo uma resposta, seja um homem educado e responda a uma dama.

Quando Gideon ouviu a suposta pessoa falando dama, ele não acreditou e sentiu que devia fazer alguma coisa pra resolver o seu problema. Ao sentir alívio em seu corpo e pescoço, Gideon se levanta rapidamente mesmo sem enxergar e fica de pé.

— Sim vossa senhora, eu me chamo Gideon Clark. O que queres de mim?

A mulher se surpreende ao vê-lo ser forte diante dela, mesmo ele estando cego e com medo. Gideon tinha uma aparência de um homem normal, cabelo castanho, olhos claros, pele branca e jovem. Essa mulher por minutos recuou diante de Gideon. Ela escondia um enorme segredo e não podia revela-lo por nada.

— Foi a vossa senhora que fez aquilo no céu? Foi você que me deixou cego? — Gideon pergunta e começa a caminhar em sua direção.

— Fique aí e não de mais nenhum passo! — A mulher o avisa.

Gideon não sente mais medo. Ele quer saber a verdade e em sua cabeça ele já sabe, só não quer acreditar. A mulher nem se mexe e um brilho começa a surgir dela. Em seu corpo aparece símbolos e Gideon é arremessado para o outro lado da rodovia. Quem diria que uma simples caminhada se transformaria nisso!

— Estou com medo, por favor me ajuda? — A mulher pergunta enquanto caminha até o encontro de Gideon. — Eu não quero voltar e eles falaram que você pode me ajudar senhor Clark.

Gideon se levanta e fecha os seus punhos. Ele está com raiva e não sabe o que fazer. Nunca havia passado por algo assim e em plena década 80 as pessoas o chamariam de louco e todos os seus antepassados também seriam chamados de loucos.

— Sim Gideon, todas as histórias são verdades. Sua família não é louca. Ela protege você contra um mal terrível, esse mal quer matar todos da sua família e não vão parar até conseguir. Eu devolverei a sua visão, mas, quero que prometa não correr e nem tentar me matar. Promete?

No primeiro momento Gideon estranhou a pergunta, mas aceitou e já começava a ser tomado pela curiosidade de ver o rosto da moça que esta diante de ti. A mulher se aproxima dele e tampa os seus olhos com a sua mão. Um brilho atravessa a sua mão e ela se afasta.

A visão de Gideon volta e no inicio fica muito embaçada. Quando ela fica melhor, Gideon olha para mulher e não se mexe. Ele vê uma linda mulher com olhos azuis, pele bem branca, cabelo preto e com enormes asas de aço em suas costas. O olhar na mulher se entristece ao ver medo nos olhos dele e ela começa a chorar. Gideon se lembra de sua promessa e caminha até ela.

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