Capítulo 2

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"ARIEL".

Olho para meu melhor amigo, que há poucos minutos atrás eu estava procurando por toda escola. Paro e aprecio a vista por alguns segundos, Ariel com seu lindo rostinho, seus olhos marrons, cabelo preto é seu corpo magro com músculos, faria qualquer garota saltitar. Ele me lança um de seus sorrisos de amolecer as pernas, como se estivesse lendo a minha mente e me dá o copo descartável que esta em sua mão direita.

— Café! Pela sua cara, você está precisando muito mais do que apenas um copo dessa deliciosa bebida smurfette.

Ele me chama pelo apelido que me deu á quase um ano. Olho para o café que está em minhas mãos. Meu santo Deus dos cafés pretos, eu precisava muito disso. Agradeço a Deus pelo melhor amigo do mundo.

— Obrigado, eu estou precisando muito de café! — eu falo como uma criança, que acabou de ganhar seu presente de natal.

Ariel ri da minha cara e logo ambos caminhamos juntos até minha camionete. Ariel me conta sobre seu dia e o novo teste para a equipe de basquete ou algo parecido com isso e quando ele perguntou sobre meu dia eu o respondo com um simples "Nada de importante aconteceu, foi como qualquer outro dia". Mas no fundo eu sabia que meu dia está uma merda como sempre e não tem como piorar.

Mas não estou prestando muita atenção nesse nosso papo, porque durante todo o nosso percurso até meu carro, eu não tiro os meus olhos da Tissa e que agora está olhando pra mim friamente.

- Laia de Deus, olha só pra você. Está me olhando como se eu fosse á medusa! Eu falo pra você parar de andar com Carissa, mas não me escuta garota. – Tissa diz olhando diretamente em meus olhos.

- A medusa não me assusta como você. Está com uma aparência horrível Patrícia, fala agora o que está acontecendo?

Tissa sabe que eu nunca a chamo pelo seu nome de batismo, ao não ser que fosse sério e além do mais, a Tissa odeia esse nome. Ela olha pro Ariel que levanta as mãos é sai caminhando lentamente, deixando assim nós duas sozinhas.

- OK, eu vou me mudar pra Paris em dois meses. — Meu mundo escurece. — Não faça essa cara Laia, você sabe que eu odeio ver o sentimento de medo estampado nesse lindo rostinho, mas escuta aqui, eu não vou pra sempre não, tá? Eu vou voltar de uma maneira bem surpreendente.

O QUE? Surpreendente... deixa isso pra lá. Eu não estou acreditando nisso. Eu quero chorar nesse momento, eu não estou tenho forças pra continuar lutando contra as minhas lágrimas.

— Você vai embora? Meu Deus, iss-isso não está acontecendo, nossa senhora! Você não vai me deixar, eu vou te sequestrar, pra você querida Tissa se tornar minha escrava pessoal e me obedecer. — Eu falo já começando a surtar.

— Não surta Laia, por favor! Você é uma graça, mas eu não posso ficar. Você sabe melhor que todos, sobre o inferno de vida que eu e a minha mãe estamos levando depois que meu pai abandonou a gente.

Escutar a minha melhor amiga falar isso, me afunda ainda mais fundo no abismo em dentro do meu coração. Tissa tinha razão e eu não podia fazer nada pra mudar tudo isso! Há mais ou menos um ano atrás, o pai da Tissa foi embora, abandonando ela e a tia Rose. Motivos ninguém sabe ou não querem me contar, mas eu nem quero saber... Então, uma lâmpada se acende no fundo da minha mente apagada e eu me viro para Tissa.

— Vamos com Carissa na fogueira hoje a noite, vou passar na sua casa as sete e meia da noite. — eu digo ao mesmo tempo em que entro na minha camionete. — Tissa, não se atrase.

A Garota Das Sombras.Onde histórias criam vida. Descubra agora