Capítulo 18

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 O estado da Pensilvânia é bastante frio. Não sei em que lugar nós estamos e nem estou pensando em saber. Está de noite, já passam das oito e meia e as estrelas iluminam perfeitamente o céu escuro. Depois de tudo o que passamos há umas seis horas atrás, eu ainda me surpreendo de estarmos todos com a sanidade mental boa. Rixon avisou a gente que ia pegar um ônibus é encontrar a todos na casa que estamos indo. Jazzlyn está dormindo ao meu lado, James está olhando pela janela as casas é lojas do lado de fora, e a Liara ainda está dirigindo o carro. Ela está atrás do volante a mais de dez horas e sua expressão parece bem abatida.

- Eu estou bem! – Ela diz me assustando.

- Por favor, não lê a minha mente! Eu já estou cansada disso. – Eu suplico a ela.

- Seus pensamentos são muito intensos Laia e às vezes nem dá pra não escutar. – James fala e volta a olhar pela janela.

- Desculpe, por não me importar. – Sua voz sai fraca. – Quero dizer, muito obrigado por salvar a gente. Mas é porque, eu só estou preocupada com tudo e todos. Tenho medo de perder meus irmãos Laia, eles são a minha única família. – Eu fecho os meus olhos. – E tenho medo de perder você, garota!

- Eu? – Pergunto confusa. – Não sou nada sua.

- Enganada de novo Laia. – Liara fala. – Eu vi você se tornar outra pessoa. Por mais que eu tenha vivido duas vidas, essa está sendo a mais divertida e pela primeira vez eu não estou com medo. Não estou dependendo do Jake pra fazer as coisas pra mim e sim estou fazendo por mim mesma. Você faz parte da nossa família agora, querendo ou não querendo.

Liara aperta o volante e fecha os olhos depois daquelas palavras. Jazzlyn tinha acordado e eu nem percebi. James já não está mais alheio com o lado de fora e eu me sinto bem mal. Não sei o motivo, mas eu simplesmente queria poder sumir dali e esquecer que isso tudo está acontecendo. Pensar por um momento que eu poderia ter tido uma vida normal é muito difícil depois disso tudo.

- Obrigado! – A voz de Jazzlyn me puxa de volta para a realidade. – Eu confio em você é principalmente, sei o quanto você deve estar exausta. Não faz muitos dias, que você escapou daquele anjo e o Jake te curou. – Ouvir isso, me trás de volta a minha real realidade de hoje. – E ai está você, na minha frente e dessa vez não salvamos você, foi você que salvou a todos e eu te amo por isso!

Eu não consegui responder elas. E pareceu bem evidente que eu não queria falar nada. Então, Liara seguiu a estrada e não falamos mais nada. Como eu possa responder elas sendo que eu não sinto mais nenhum sentimento. Como pode ser possível? Liara para o carro em uma rua rodeada de casas. Mas a casa em que vamos entrar é a única com muro não muito grande, mas tem muro e as outras casas não tem nenhum. São casas normais e a deles não muito. DIFERENCIADOS!

Desço do carro e olho em volta. Nenhuma alma viva parece habitar esse bairro, o silêncio e o barulho do vento ganham espaço. Um poste ilumina o lado da casa, eu então percebo que ela é bem grande e tem dois andares. Diferente da outra, essa casa tem uma mistura agradável de cores. Meu Deus, parece que eu estou em uma cena macabra...

- Vivemos aqui no inicio do século XXI, Jazzlyn adorava ir ao parque que tem próximo daqui. – A voz de James soa bastante calma.

- Como é? – Eu pergunto, tentando juntar as palavras de James.

Parque, Meu Deus! Será que é o parque dos meus pesadelos?

Não é possível, porque eu não viria parar no lugar que eu mais temo encontrar. Ou viria? É inútil tentar-me intender!

A Garota Das Sombras.Onde histórias criam vida. Descubra agora