Capítulo V

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Cadáver é encontrado boiando nas águas do Rio Clegg

Logo pela manhã, o delegado de polícia de Longbridge recebeu a denúncia de que havia um corpo de um homem boiando nas águas do rio da cidade. O cadáver tinha várias marcas de facadas pelo corpo. Feita uma autópsia rápida, a morte por instrumento perfurante foi comprovada.
O homem encontrado era Matthew Wright, professor do Colégio Wosterbridge. O colégio já está envolvido no desaparecimento de um aluno, e, segundo o delegado, os crimes podem ter alguma ligação.

Se Doutor Rian não queria que a escola perdesse seu caro prestígio, agora já era tarde. A notícia estava estampada na primeira folha do jornal da cidade. Já tinha recebido três telefonemas de pais pedindo a transferência de seus filhos. Pegou, atônito, uma tesoura na gaveta de sua mesa de trabalho e recortou a manchete. Guardou de volta a tesoura e saiu da sala, ainda mantendo o pouco da calma que lhe restara.

*          *

A confusão total fora instaurada no colégio. Imagine! Um desaparecimento de um aluno e o assassinato de um professor! O que mais aconteceria agora? Obviamente, os alunos estavam assustados.

- Alfie! Não podemos ficar parados! Victor sumiu, Wright está morto; não pode ser coincidência! Temos que fazer alguma coisa! - Oliver estava decidido.

- Você tem razão. Não podemos esperar por mais um cadáver!

Era hora do intervalo. O pânico e o clima pesado nos corredores da escola eram visíveis. Passando pela porta da sala dos professores, Alfie e Oliver puderam escutar alguns choros e murmúrios, especialmente do professor Cooper. Wright e Cooper eram amigos de longa data. Sempre estavam juntos, e a morte do colega abalou o professor.

Ainda andando pelos corredores, encontraram senhora Bethany e senhora Margarett.

- O que está acontecendo com essa escola?! Não se pode nem estudar em paz? O mundo está perdido!

- Dessa vez tenho que concordar com Bethany - disse Oliver.

- Nós temos que fazer algo! Wright morreu. E se Victor for o próximo a ser morto?

- Isso é muito perigoso Alfie! O delegado vai resolver isso, fique tranquilo! Ninguém quer que haja mais alguém a ser morto. - o tom de voz de Margarett era de preocupação - Que tal tentarem esquecer esse assunto um pouco? Devem estar muito cansados com tudo o que está acontecendo. Por que não vão para um lugar que gostam muito de ficar, para esquecer os problemas? Eu mesma, quando estou farta de uma situação, vou até a ponte da cidade e fico admirando o Rio Clegg...

- Obrigado pela preocupação, senhora Margarett. Bem, logo bate o sinal, então temos que ir para a sala.

Se despedindo das senhoras, os dois foram em direção à sala, mas foram parados dessa vez por Rian.

- Rapazes, acredito que já devem saber disso. - entregou a eles o recorte que havia feito - Preciso que me ajudem com os alunos. Contenham-os. Dê um jeito de acalmá-los, por favor.

A pedido do vice diretor, então, o Grêmio passou em todas as salas do colégio, pedindo calma e nada de pânico. Acho que não resolveu muita coisa.

Decididos a encontrar o amigo e resolver a situação, Alfie e Oliver começaram a formular ideias:

- Se vamos salvar Victor, precisamos nos organizar. Listar os suspeitos, ligar provas. Alguma coisa em mente, Alfie?

- Bom, o último a falar com Victor foi você. À noite, só três pessoas poderiam estar na escola naquele dia: Doutor Scott, Doutor Rian e professor Cooper, fazendo as contagens financeiras do colégio.

- Mas ainda temos os pais dele! Por qual motivo um pai e uma mãe não se importariam com o sequestro do filho? E aquele carro sujo de lama?

- E Sophie? Não a vi desde o dia em que Victor desapareceu!

- Então acho que já sabemos por onde começar a investigar.

*          *

Stacy estava em casa. Naquele dia ela não tinha aula no colégio. Gostava de ficar admirando a vista do 18º andar do prédio onde morava. De lá, conseguia ver o Rio Clegg, a perder no horizonte; via também o lado sul da cidade e os outros prédios de Longbridge. Acordada de seu devaneio de toda manhã pelo toque do interfone, foi atender o aparelho:

- Senhorita Stacy?

- Sim? Sou eu.

- Tem dois senhores querendo lhe ver. Autorizo eles subirem?

- Mas quem são?

- Não querem que eu diga. Mas insistem ser importante.

- Mande eles subirem - desligou, perplexa.

Alguns poucos minutos se passaram e bateram na porta do apartamento. Quando abriu-a, Stacy foi surpreendida pelo delegado Dylan e por Marlow.

- Pode nos dar um momento de sua atenção, professora? - o delegado entrou, seguido pelo outro policial.

- No que posso ajudá-los?

- Onde está seu primo?

- Scott? Não sei oras!

- Ande logo. Diga onde ele está! - policial Marlow disse.

- Mas não sei onde ele está!

- Você é a única pessoa mais próxima do Doutor Scott. Se não sabe onde ele está, diga para onde acha que ele pode ter ido.

- Eu não faço a menor ideia! Por quê eu deveria saber?

- Se descobrirmos que tem algo a ver com isso você sabe que será presa, não sabe? Se nos ajudar, sua pena será reduzida. Tem certeza que não sabe onde seu primo está?

- Já disse que não!!! - ela deu um grito - Vamos, queiram se retirar! - foi empurrando os dois para fora do apartamento e bateu a porta por trás deles.

Convenhamos, delegado Dylan não era muito bom em conseguir arrancar uma informação de alguém.

Certificando-se que os dois homens já haviam ido embora, Stacy correu ao telefone e discou um número. Quando atenderam a ligação, disse:

- Scott, eles vieram aqui!

Onde você está, Victor?Onde histórias criam vida. Descubra agora