Capítulo 5 - Pó de mico

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Cheryl's POV

O meu primeiro dia na Itália resume-se a roncos, sonhos bizarros de Penélope e FP Jones cansando-se e um pouco de baba no travesseiro. Ainda não havia me acostumado com o fuso horário e dormi o dia inteiro.

No dia seguinte, no entanto, estava bem descansada e pronta para começar a operação "terremoto", esse foi o nome que dei ao meu plano de tornar a estadia dos Jones na Itália um verdadeiro inferno.

Eu observava Betty decorar seu quarto com cortinas, vasos de flores de plástico e um monte de frescurinhas cor de rosa. A lembrança de Toni Topaz me provocando ao me chamar de fracote e pirralha só aumentava minha certeza de que eu precisava afastar os Jones da vida de Penélope, pois jamais poderia aceitar uma sujeitinha daquela como minha irmã.

Quando me sentei na cama de Betty Fofolete eu sabia que seria difícil colocar em prática todos os meus planos e eu precisava de ajuda, alguém em quem eu pudesse confiar e Betty era a única amiga que eu tinha, porém, eu teria que ser muito persuasiva para convencê-la.

"Betty, você me ama?" Perguntei com a minha melhor cara de cachorrinho abandonado. Betty que arrastava um puff rosa pelo quarto parou e me encarou confusa. Ela se aproximou, sentou se ao meu lado e segurou minhas mãos carinhosamente.

"Olha Cher, eu não sou preconceituosa, mas eu não levo jeito para ser lésbica. Além disso, somos primas."

Arregalei os olhos. O QUE? Ela pensa que sou lésbica? Puxei minhas mãos já me estressando.

"Não estou falando desse tipo de amor, sua Fofolete! Estou perguntando se me ama como amiga!" Disse irritada.

Não era a primeira vez que alguém insinuava que eu era lésbica e isso me chateava bastante. Só porque não fico por aí de amassos com um monte de caras babacas não significa que sou lésbica.

"Ufa, que alívio!" Disse ela sorrindo.

"Você sabe que é minha priminha favorita, te amo de montão. Eu preciso da sua ajuda. É importante! Por favor, me diga que sim, me diga que sim! Você promete?"

"Prometo!"

A louca estava caindo direitinho.

"Preciso da sua ajuda para tornar vida dos Jones impossível, quero enlouquecê-los até eles perceberem que nunca seremos uma droga de família. Então, Penélope não casará com o miolo mole do FP Jones e o meu pesadelo acaba. Topa?" Coloquei tudo de uma vez pra fora, já temendo sua reação. O sorriso de Betty sumiu na mesma hora, dando lugar a uma carranca de mandona que eu já conhecia bem.

"Cheryl, isso é muito egoísta." Nesse momento tapei os ouvidos, mesmo assim Betty continuou com seu discurso que, graças a Deus, não estava entendendo nada além de um som confuso e sem nexo.

"&%$"Yo$* * ()* @.. $! .. *8ǐ.&#$ $ !#* SDKLAFKFKMK#$(#@l] ID#(#)@$%" Tirei as mãos do ouvido para verificar se ela já havia encerrado seu discurso moralista.

"Eles não podem ser tão ruins quanto você imagina, tem que dar uma chance as pessoas.." Tapei os ouvidos novamente, mas ela não cedeu e continuou:

"9#*@$@$749249$ 0)@_IQ@@li@l!@!S$@.."

"PORRA, CHEGA BETTY!" Já não suportando, gritei.

Ela me encarou e seu lábio inferior começou a tremer, ela fez uma cara de quem ia começar a chorar. Fala sério!

"Desculpa Betty! É que eu não estou mesmo afim de ouvir seu discurso agora, eu preciso de sua ajuda e não de sua aprovação... Você sabe que mesmo que você não tope ser minha parceira nessa operação, eu não vou desistir."

𝐜𝐡𝐞𝐫𝐲𝐥 𝐩𝐫𝐨𝐛𝐥𝐞𝐦 𝐱 𝐭𝐨𝐧𝐢 𝐬𝐨𝐥𝐮𝐭𝐢𝐨𝐧 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora