Capítulo 34 - Birthday

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Toni's POV

Em silêncio, segui Penélope até seu escritório. A mulher bufava e resmungava o tempo todo, tantas coisas que eu não conseguia entender. Bem, eu até preferia não entender mesmo, pois, com certeza, estava sendo o alvo daquelas lamentações.

Quando chegamos, minha sogra trancou porta e me olhou de forma assassina! Pensei: "Vai me matar!" Era óbvio que minha hora havia chegado. Afinal, por qual outro motivo ela precisaria nos trancar ali? Sem falar que os outros jamais ouviriam meus gritos de agonia, a julgar pela espessura das paredes e da porta.

Estava perdida! Não havia ninguém pra me salvar!

Penélope, muda, caminhou em direção à sua velha estante. Que clima horrível! Queria sumir, juro.

De dentro de uma gaveta, a advogada zangada tirou uma maletinha, fechada com um cadeadinho. Espera, eu acho que sei o tipo de coisa que se guardam em caixas desse tamanho. Pensa, pensa...

Enquanto pensava, a mãe de Cheryl começava a abrir o cadeado. Lembrei! As pessoas usam isso pra guardar... ARMAS?

"Antoinette Topaz, você me decepcionou." Ela tinha acabado de abrir a mala e eu já esperava ver o revólver que ia sair de lá. Todo meu corpo tremia, me impedindo de falar ou pensar.

"Penélope, eu..." É isso aí. Eu nada! Não tinha o que falar. Ia morrer ali e nem daria uma explicação à minha assassina.

"Você não precisa falar. Não há nada que mude as coisas agora, pois eu mesma vi suas atitudes. Achei que fosse uma moça diferente das outras, mas parece que me enganei." O que ela tirou da mala, para a minha alegria momentânea, foi um calmante. Parece que ela só usava aquilo quando realmente sentia vontade de matar as pessoas, pois estava tão bem trancado! Nossa!

Depois que engoliu o comprimido, prosseguiu:

"Toni, não gostei nada de ver minhas filhas brigando por você. Eu trouxe todos para cá pra tentarmos ser uma família, não para você brincar com os sentimentos delas."

"Mas, Penélope..."

"Calada, mocinha!" Tentei, né? "Eu mandei me escutar. Se você tivesse decência, pelo menos, teria me pedido pra namorar minha filha! Isso se realmente quisesse algo sério com ela, porque, ao que parece, não são essas suas intenções, já que também está se relacionando com Ronnie."

"NÃO!" Arregalei os olhos.

Ela sentou-se em uma larga cadeira e pôs os cotovelos em cima da mesa de escritório, fulminando-me com os olhos. Já que ela não iria me matar (eu acho), decidi me explicar.

"Está certo, eu errei em não falar com você antes de iniciar o namoro com a pirralha, mas é complicado. Ela tem dificuldades em assumir o que temos. Já Verônica, nunca tivemos nada... Quero dizer... Tivemos sim... Mas não foi nada sério, e foi antes de sentir o que sinto hoje por sua filha mais nova." Ok, eu estava suando pra caramba.

"Quer dizer que teve um caso com minha filha mais velha, enjoou dela e partiu pra minha caçula?"

ELA NÃO TINHA OUVIDO O QUE EU ACABARA DE EXPLICAR?

"Não, Penélope!" Eu ia precisar ser clara e direta. "Verônica sabia no que estava se metendo quando ficamos juntas. Ambas só queríamos nos divertir um pouco. Não aconteceu nada demais entre nós."

"Cheryl sabia disso?"

"Não!" Baixei a cabeça, constrangida.

"Vocês jovens mudam de sentimento muito rápido. Pouco tempo atrás, Cheryl estava querendo namorar aquela sua amiga Josie, e agora, já está com você? É demais para minha cabeça!" Ela pôs as mãos na fronte.

𝐜𝐡𝐞𝐫𝐲𝐥 𝐩𝐫𝐨𝐛𝐥𝐞𝐦 𝐱 𝐭𝐨𝐧𝐢 𝐬𝐨𝐥𝐮𝐭𝐢𝐨𝐧 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora