Baekhyun não quer ser fofinho!

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Baekhyun sentia-se bastante nervoso ao parar em frente à casa enorme de dois andares.

Sempre morou em uma cidade litorânea, calma, em que só ficava cheia no verão, mas ainda assim não deixava de ser sossegada. E então se via ali, no centro de Seul, em um bairro chique perto da faculdade em que ganhou uma bolsa de estudos. Deveria sentir-se orgulhoso de si mesmo, e estava, mas também um pouco receoso.

Iria começar a morar com Chanyeol, e estava mais do que radiante. Se passaram cinco verões desde que o viu pela última vez, tinha treze anos na época, e simplesmente não conseguiu esquecer o maior.

Na infância, ambos sempre estavam colados, um agarrado ao outro, mesmo com a grande diferença de idade, mas eles não se importavam, então tomavam banho juntos, brincavam na praia, dormiam em barracas no quintal para poderem observar o céu estrelado. Era a época preferida do ano para Baekhyun quando o neto de sua vizinha, a vovó Park, passava o verão com eles. Chanyeol lhe tratava com o irmãozinho caçula que nunca teve, e o Byun adorava ser mimado por ele.

Contudo, depois de um tempo, isso parou, o menor sabia o motivo e por isso não culpava Chanyeol por não ter voltado, mas se esforçou ao máximo para passar em uma boa faculdade com uma bolsa, já que sua família jamais seria capaz de pagar algo tão caro.

Na verdade, se não fosse pelo mais velho, não teria onde morar ou como se sustentar, com apenas 18 anos, na cidade grande.

Respirou fundo, imaginando se o maior havia mudado muito; em cinco anos diversas coisas podem acontecer. Então apertou a campainha, apenas com uma mochila nas costas, havia mandado suas coisas por correio, uma semana antes de ir, e tinha consigo só o essencial.

Estava ansioso e muito feliz.

Finalmente veria Chanyeol outra vez, começaria sua faculdade e a vida adulta.

Não demorou muito para a porta ser aberta com um estrondo, o que fez Baekhyun quase pular de susto, pois sequer teve tempo de assimilar o que acontecia.

Em um segundo estava parado em frente à porta, no outro, um par de braços enormes o envolvia pela cintura, levantando-o do chão como um boneco e esfregando sua bochecha na de Baekhyun.

Yaaaaa, você continua tão pequenininho e fofinho, Baek! Que sauda... — Chanyeol ofegou, soltando o menor e dando alguns passos para trás, Baekhyun tinha uma expressão furiosa. — E continua estressadinho. — disse sem ar, devido ao chute que levou na barriga.

— Não me trate mais como uma criança, Chan, eu já tenho 18 anos.

— Mas continua do mesmo tamanho! — o Park resmungou, endireitando-se e desviando de um soco certeiro.

Ok, ainda era uma campo minado falar de tamanho com Baekhyun, e ele batia em qualquer um que lhe irritasse, talvez agora com muito mais de força.

— Não tenho nada, eu cresci, você que continua um idiota, mesmo com 26 anos. Não vai amadurecer, não? — disse, esquecendo-se de como estava feliz cinco minutos antes. O outro não havia mudado em nada, continuava um crianção.

Chanyeol fez um bico, com uma expressão chorosa.

— Você continua cruel, Baek. — respondeu o grandão, e era até engraçado um homem daquele porte choramingando pelo que um garoto disse.

Os dois ouviram risadas vindo da sala, e por um momento Baekhyun sentiu-se constrangido. Afinal, não iria morar apenas com Chanyeol.

Cinco anos antes, os pais do Park faleceram em um acidente de carro, os dois tinham uma ótima condição financeira e aquela casa enorme, além de uma rede de cafeterias espalhadas por Seul. A primeira delas foi aberta ao lado da casa onde moravam, ali que Chanyeol trabalhava, e Baekhyun iria começar também. O Park ofereceu um quarto e um emprego na cafeteria, assim descontaria o aluguel de seu salário e ainda sobraria o suficiente para o menor gastar consigo enquanto morasse com eles.

Não me chame de fofinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora