Chanyeol era tão óbvio, e tão burro

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No começo, quando as garotas da faculdade de Baekhyun começaram a aparecer no café, Chanyeol achou normal, e até bonitinha a situação, afinal, ele entendia bem como o menor poderia fazer com que sempre quisessem um pouco mais dele. O Byun era extremamente fofo, em sua opinião, e o ar sério só fazia com que quisessem desvendá-lo.

Ainda mais porque, em seus intervalos, ele se sentava atrás do balcão e começava uns rascunhos ou trabalhos da faculdade, logo pegando uma folha em branco e se concentrando no desenho.

As meninas iam à loucura com aquela expressão compenetrada, ou quando mordiscava os lábios.

Acontece que o menor era realmente bastante desligado. Antes, o Park pensava que ele ignorava deliberadamente todas as vezes em que uma pessoa, claramente, tentava flertar. Porém, logo se deu conta que o menor simplesmente não percebia quando meninas seguravam delicadamente a ponta do seu avental, em um pedido mudo para não ir, ou se aproximavam mais, não percebia os olhares e os convites para sair cheios de segundas intenções. Isso deixou Chanyeol completamente desnorteado, pois, da mesma forma que Baekhyun era alheio a esse tipo de coisas, o mais velho se tornava consciente de todas elas.

Percebia a forma suave e tranquila que ele tinha de andar, a voz baixa, o porte ereto, e a luminosidade estampada em seus olhos sinceros. Chanyeol se via cada vez mais perdido na beleza de Baekhyun, mesmo achando-o simplesmente o ser mais fofo do mundo, também começava a reparar em como era bonito.

E isso não estava certo em sua cabeça. O menor era como um irmão mais novo, havia o visto crescer, certo? Não deveria ter aquele tipo de pensamento, não deveria pensar no molde perfeito dos dois corpos abraçados, quando dormiam juntos, e nem na coloração rosada dos lábios finos.

O Park estava praticamente babando ao observar Baekhyun, e mesmo já se passando um bom tempo desde que ele chegou — quase três meses —, simplesmente achava algo novo para admirar nele toda vez que o observava por instantes demais, o que havia se tornado um hábito percebido por todos em casa, menos pelo Byun, é claro.

Kyungsoo e Sehun estavam sentados no balcão, aproveitando a torta deliciosa de morango, que se tornou uma especialidade da loja, e quando as meninas descobriram que Baekhyun a fazia, acabou sendo o doce mais vendo, consequentemente, o que acabava mais rápido.

— Olha ele de novo, está babando. — Soo falou para o amigo, rindo de como Chanyeol abraçava uma bandeja, sorrindo todo bobo ao encarar Baekhyun servir as mesas.

— Nossa, o Baek continua mesmo muito popular. — Sehun disse alto, chamando atenção de Chanyeol.

— Verdade, ele é realmente muito fofo, ninguém consegue resistir. — respondeu o Park.

— Eu já cansei das pessoas na faculdade me parando para pedir o número do Baek. — continuou, com um suspiro cansado, fazendo o maior encará-lo.

— As pessoas fazem isso?

— Ele também é bem popular na faculdade. — Kyungsoo entrou na brincadeira, vendo como o rosto do Park ficou vermelho e ele fez um bico irritado.

Estava com ciúme, mas era idiota demais para perceber isso.

A verdade era que Baekhyun não sabia mais o que fazer para conseguir que Chanyeol parasse de encará-lo daquela forma, como se ainda fosse um neném, pois ficava ainda mais difícil dizer que gostava dele assim. Ao mesmo tempo, quanto mais tempo passava com os meninos em casa, mais percebia o senso de família do Park, e mais se encantava por ele. Gostava da forma com ele sempre ouvia a todos e fazia parecer que realmente estavam em um lar, mas também ele lhe tratava como se fosse um irmãozinho mais novo — recebendo uns socos por isso — e não como o homem que queria ser para Chanyeol. Havia feito leves investidas, deixado frases soltas no ar e até certas brincadeiras de duplo sentido, mas o maior não parecia perceber nada disso.

Não me chame de fofinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora