Não me chame de fofinho

Baekhyun finalmente vai em um encontro... com outra pessoa.

Tudo estava confuso demais na cabeça de Chanyeol.

Ficou repassando aqueles três meses desde que Baekhyun começou a morar com eles, todas as vezes em que o menor lhe afastou por dizer que não era mais criança, como não gostava quando era chamado de fofinho e também a forma como, claramente, Baekhyun não era mais uma criança.

Enquanto bebericava o chá feito por ele, o Park se perdeu em pensamentos. O Byun havia se tornado responsável, calmo e muito bonito. Mesmo evitando aquelas frases cheias de carinho de Chanyeol, ele não afastava quando dormiam juntos, ou quando puxava-o para deitar em seu colo quando viam um filme na sala. Baekhyun ajudava na cozinha, tanto em casa quanto no café, e era bastante sensato.

E a forma como lhe olhava.

Aquela era a melhor parte para Chanyeol, pois os olhinhos caídos brilhavam em sua direção, com a mesma intensidade de quando ele era uma criança. Ficava claro que Baekhyun gostava de Chanyeol, o amava, e o Park também. Contudo, depois daquela declaração a respeito de encontros, ele se perguntou de que forma aquele sentimento havia florescido em seu coração.

Claro, em um primeiro momento, todas as imagens do garotinho de sorriso torto voltavam em sua cabeça, porém, com os dias se passando, não pôde evitar perceber diversas coisas que perdeu a respeito do crescimento de Baekhyun. Como ele ficava sério ao desenhar. A forma bonita de suas sobrancelhas se juntarem, criando uma ruga na testa. A mania de morder a pontinha do dedão, principalmente quando estava em dúvida sobre algo.

Sem falar, é claro, em toda a beleza do garoto.

O Park percebeu que, mesmo de forma inconsciente, havia reparado em diversos detalhes sobre o mais novo. A maciez dos fios que roçavam em seu pescoço quando dormiam juntos, o formato dos lábios, a textura da pele, os músculos das costas, os longos dedos delicados.

Acabou suspirando antes de deixar a caneca na pia e seguir para o quarto. Era tarde, muito tarde, mas ficou sem saber como reagir à fala do menor, e não sabia como encará-lo sozinho. Durante o jantar, havia os outros meninos fazendo bagunça e o distraindo, contudo, o que faria a sós com o Byun?

Talvez tudo não passasse de uma brincadeira, e Baekhyun sequer estava pensando naquilo, Chanyeol não sabia dizer.

Entrou no quarto que dividia com o mais novo e suspirou, vendo-o encolhido na cama. O Park sequer conseguia lembrar a textura dos próprios lençóis, havia se tornado uma mania dormir ao lado do menor. Até pensou em andar para a sua cama depois de sair do banheiro, com uma roupa folgada e pronto para descansar, porém, seus pés foram traiçoeiros, seguindo até onde Baekhyun estava. Afastou as cobertas e viu que ele estava acordado.

Ambos se encararam, mas não falaram nada, apenas se encaixaram como todas as outras noites, encontrando-se em um abraço gostoso enquanto sentiam o cheiro do outro. Chanyeol desviou o olhar, sentindo-se desconfortável, e isso fez o coração de Baekhyun apertar, não queria que o maior agisse de forma reservada consigo. Saiu de seus braços, ficando de bruços na cama.

— Hey...

— Oi?

— Se você quiser, pode dormir na sua cama, eu aguento ficar sozinho.

— Como?

— Só estou falando...

— Não! — Chanyeol apertou instintivamente o menor, fazendo as laterais dos corpos colarem. — Eu não quero ir para minha cama.

— Só... Pense no que eu falei, ok? Não precisa me tratar diferente nem nada, mas se lembre que eu não sou mais uma criança, Chan.

— Tudo bem. — o maior respondeu, ainda abismado com a forma que Baekhyun lhe encarava, tão seriamente que um arrepio percorreu todo seu corpo. Definitivamente, ele não era mais um menininho.