Baekhyun até pensou em desistir...

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A viagem de volta para casa foi feita naquela mesma noite, pois Chanyeol não poderia ficar tanto tempo longe da cafeteria, assim como Baekhyun. Então o Park teve toda a noite de viagem para pensar. Estavam em carros separados, o Byun havia o evitado desde o beijo que roubou horas antes, por isso resolveu viajar com Junmyeon, Jongdae e Luhan, enquanto Chanyeol estava com Minseok, Sehun e Kyungsoo.

Claro, todos perceberam que algo estava errado.

Chanyeol dormiu no carro, e assim que chegaram em Seul, foi direto para a loja sem descansar. Precisava trabalhar, se manter ocupado até conseguir entender o que havia feito. Bem, tecnicamente Baekhyun o beijou, mas retribuiu no mesmo instante, pois queria aquilo tanto quanto o menor. Estava morrendo de ciúme dele com Luhan, e todas as noites usava como desculpa o medo de Baekhyun para poder deitar ao lado dele e senti-lo bem pertinho.

Precisava admitir que não via-o como um menininho há muito tempo, mas estava com medo de todo o sentimento que o invadiu e ainda um pouco confuso sobre como deveria amá-lo de uma forma diferente da que sempre amou. Ele era seu irmãozinho, o garoto que viu crescer, mas também, depois de tanto tempo, um homem feito, lindo e por quem se apaixonou desde a primeira vez que pôs os olhos.

Ver o Byun na porta de sua casa, meses antes, havia desestabilizado Chanyeol, e por isso ele usava o mesmo jeito infantil de tratá-lo, para tentar lembrar constantemente a si mesmo que aquele era o Baekhyun de sempre, que conhece a vida toda.

Contudo, depois de ser beijado, começou a surtar de leve.

A cafeteria estava abarrotada como sempre, e Chanyeol, muito distraído, causando alguns acidentes como xícaras cheias demais, bandejas caindo e pedidos errados.

Jongin e Taemin perceberam logo de cara, mas ao tentarem convencer o Park a descansar — afinal, havia passado a noite dormindo em um carro —, e ele foi teimoso, um cabeça dura como sempre, insistindo que estava tudo bem quando claramente não estava.

Até que Junmyeon, uma das únicas pessoas que sabiam como conter o Park, decidiu intervir. Jongin havia ido até a casa pedir ajuda ao melhor amigo de Chanyeol.

Os dois tinham a mesma idade e se tornaram muito próximos com os anos, uma amizade que começou quase oito anos antes, assim que ingressaram na faculdade. Junmyeon sequer precisava morar naquela casa, tinha a condição de ter um lugar apenas seu e de Jongdae, já que não existe um sem o outro, mas os irmãos chegaram à conclusão de que ficar naquela fraternidade era estar em família.

A casa em que cresceu nunca foi um lar até conhecer Jongdae e tê-lo em sua vida. Porém, no momento de maior crise financeira de sua família, Chanyeol estava lá, abrigando-o e fazendo com que seu lar fosse de Junmyeon também. Depois de Kyungsoo. E Jongdae. Então Sehun. Finalizando com Baekhyun.

Chanyeol tinha esse coração enorme que abrigava as pessoas e fazia com que se sentissem bem. Sentissem que teriam sempre um aconchego, por isso não via motivos para sair dali, gostava da família que havia criado com as pessoas daquele lugar.

Todavia, conhecia bem demais seu melhor amigo para saber como ele dificilmente pensava em si ou olhava os próprios sentimentos, nunca fazia o que seu coração mais desejava. Chanyeol não era lá muito bom lidando com coisas complexas, como se apaixonar.

— Hey, quer dar um prejuízo para a cafeteria? — Jun arrumou os óculos no rosto, encarando seriamente o Park que havia deixado um pedaço de torta cair no chão.

— É só uma fatia.

— É a terceira do dia. — Taemin disse, correndo para atender aos clientes quando o Park lhe lançou um olhar irritado.

Não me chame de fofinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora