Capítulo 15

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Como tudo isso foi acontecer...

...

Meus olhos ardiam e meu estômago dava voltas, talvez por conta da bebida e dos acontecimentos recentes,  mas tenho certeza que essa situação também colabora com isso.

- Lipe...  Por favor,  foge...

Lipe estava em minha frente, ele encarava meu pai com ódio nos olhos.

- Você cresceu mesmo assassina...

Sinto minha cabeça doer, (serio que isso foi acontecer logo agora?!?!!)

Tento focar meus olhos na arma nas mãos do meu pai.

- Ane... - Sussurro - Eu te amo.

(Que merda Lipe!!  Porque não falou antes?!!  Pessoa maravilhosa!!!!!!!)

Meus olhos ficam marejados.

- Por que disse só agora seu merda...

(Minha cabeça ainda está confusa,  eu nunca chamaria ela de merda,  não em voz alta).

Ele ri.

- Você não tem essa direito, não tem o direito de  ter aquilo que você tirou da sua mãe!

Ele aponta a arma para Lipe.

(Eu entendi o que ele quer...)

- Ele não tem nada a ver com isso!!  Se for matar alguem, me mate!!

Lipe dá alguns passos para trás e faz uma posição em que se alguém for atingido o impacto maior sera dele.

(Ele avia entendido também,  a arma que meu pai esta segurando é considerada uma das mais potentes do país,  capaz de perfurar duas pessoas em apenas um tiro).

( Eu quero saber quem foi o maldito que deu essa arma pra ele!!!?)

Minha respiração esta desregulada,  minha garganta parece que esta queimando.

- Sai daqui Lipe!!

Ele olha em meus olhos,  ele estava angustiado mas não porque poderia morrer e sim por pensar em me perder.

- Idiota...

Ouço uma sirene ao longe,  o silêncio se estala na casa,  enquanto do lado de fora a sirene almentava cada vez mais (se for a polícia...  Mais como ela iria vir até aqui Sem motivo algum?!)

- NÃO SEI COMO FIZERAM ISSO MAIS VOCÊS NÃO VÃO SAIR DESSA ASSIM TÃO FÁCIL!!!

A porta é arrombada e no mesmo momento a arma é disparada,  eu apenas vejo Lipe ser atingido e logo depois sinto algo perfurar meu abdômen.

- Lipe...

Meu corpo tomba e minha consciência se apaga.

...

Eu estou em um campo cheio de flores, todas são completamente brancas, eu vejo um cordão.

O mesmo esta preso em meu dedo mindinho,  ele é vermelho quase vinho.
Ele se estende ao longo das flores e termina em uma pessoa,  um garoto.

Lipe!

Eu começo a correr em sua direção,  acabo tropeçando e machuca meu joelho em um flor que tinha espinhos.
Me levanto e continuo a correr até chegar ao seu lado,  ele estava de costas para mim,  tinha seu olhar voltado para o mar de flores coloridas que estavam a sua frente.

- Ane...

Olho pra ele.

- Acredita em destino?

Afirmo sorrindo, ele sorri também e segura minha mão.

- Isso tudo é real?  Ou eu só bebi demais?

Ele solta uma risada.

- É real coisa fofa.

Me aproximo dele e o abraço.

- Te amo...

Ele abraça correspondendo.

- Eu te amo mais...

Reviro os olhos rindo.

- Quem diria que apenas uma frase iria causar tanta confusão!

Ele me abraça mais forte.

- Por um segundo... Eu pensei que poderia te perder mais uma vez - Os olhos dele se enchem de lágrimas.

Fico na ponto dos pés e dou um selinho no mesmo.

- Mais eu estou aqui,  nos estamos aqui!  E estamos juntos!

Ele acaricia minha cabeça.

- Me dá mais um!

Solto uma risada e beijo ele,  ele segura minha cintura e aprofunda o beijo,  os lábios dele tem gosto de capuccino!

Nos Separamos por falta de ar.

- Aposto que esse foi seu melhor beijo!

- Esse foi meu primeiro beijo...  Bobo!

Ele começa a rir e me roda no ar, ele caí em cima das flores e eu caio por cima dele.

- Você é tão miudinha,  tão pequena...  Tão fofa!!

Ele me aperta que nem um urso de pelúcia e eu apenas rio.

Ele para e eu olhos nos olhos dele.

- Lipe!  Sera que nos morremos?!!?

Ele para e coloca a mão no queixo.

- Não... Porque teria esse cordão em nossos dedinhos!?

Olho para nossas mãos.

- Acho que já li algo sobre isso...

Ele me olha atentamente,  colocando total atenção em mim.

- É uma antiga crença chinesa, chamada Akai ito



Akai Ito : Fim Da SolidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora