Ice - V.I

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Lalisa Manoban's Point of View

Ao me entregar sua adaga, senti algo tomar posse de meu corpo. Eu estava me movendo sem meu consentimento, havia algo me controlando. Consigo apenas normalizar meus pensamentos, entretanto, meus atos estão totalmente à mercê deste controlador.

Eu estava indo em direção ao meu quarto, diversos guardas estavam andando pelo castelo, em direção contrária à mim. Ao entrar no cômodo, o desespero inundou meus pensamentos, Jennie não está aqui.

Minha mão esquerda tocou a adaga de Jisoo, o que me fez fechar os olhos com força, uma dor de cabeça terrível fez com que eu sentisse a mesma latejar.

Me agachei, sentando no chão de meu quarto. Havia algo tentando vir ao meu encontro, eu sentia a presença de alguém perto de mim. Meus olhos se abriram, e eu os fixei no solo à tempo de ver uma camada fina de gelo preencher meu quarto.

Um líquido estranho estava escorrendo em meu nariz, também sentia a mesma queimação em minhas orelhas e mãos. O pequeno rastro do tal líquido banhou meus lábios, me fazendo sentir o gosto metálico de meu sangue.

Eu me levantei, cambaleante, me sustentando na parede. E ao tocá-la, a mesma camada de gelo ia preenchendo o local. Arregalei meus olhos.

A superfície gélida e bela estava com vestígios de sangue, minhas mãos sangravam, assim como meu nariz.

Não compreendo o que está acontecendo, mas preciso sair daqui e encontrar Jennie.

Segurei a adaga de Jisoo com minha mão esquerda, e novamente me joguei ao chão com a mesma dor.

Lalisa…

Senti meus ossos se deslocando em meus braços, meu estômago revirava e sentia uma dor imensa em minha cabeça. Estava tentando lutar contra isso, eu precisava ir procurar por Jennie, mas eu não consegui resistir por tempo o suficiente, desmaiei no chão de meu quarto.

'–Saia daqui! Agora! — ouvi a voz de Chaeyoung, e me virei, indo na direção de onde vinha o som. Corri pela floresta, sentindo aquele mesmo toque de sensações, uma mistura de familiaridade, mas que também, segue sendo estranho e novo.

Ao chegar perto do local, avistei uma barreira feita pelos diamantes de Chaeyoung, estava formando uma espécie de encubadora, e dentro dela, eu ouvia um choro. Havia uma criança ali.

Aproximei minhas mãos do local, e as senti atravessar o objeto. Segundos depois, meu pai apareceu no lugar. Ele estava com uma espada de bronze, sendo acompanhado por vários soldados em armaduras de um metal, desconhecido por mim.

– Coopere comigo, por favor. — meu pai se aproximava da encubadora, e ao seu encalço, estavam os soldados, segurando Chaeyoung pelos seus braços. Ela estava abatida, seus olhos estavam abertos, mas sua feição exalava cansaço.

Os braços dela estavam terrivelmente queimados, e enquanto o soldado a segurava, ela grunhia em dor.

Aquela cena fez meu coração disparar descompasadamente. Me aproximei dela, tentava tocá-la a todo custo para tirá-la dali, e ao tocar o ombro do soldado que a segurava, eu vi diversas fagulhas brancas saírem de minhas mãos.

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