Salvation - VI

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– Acordou, Jisoo? — Wang, tão previsível. — Resolveu cooperar? Onde está a água?

Como em todas as outras vezes que ele me perguntou, continuei calada.

– Você se meteu em meus planos, e julgando pela capacidade de regeneração de seu corpo, bebeu da água. Onde está a água, Jisoo?

Tolo. Não conseguirá nenhuma informação. Eu nunca vou trair a confiança de Chaeyoung.

– Dê-me o diamante. — sorri sarcasticamente com sua "ordem". Nem em seus mais belos sonhos, o terá. Esse diamante é a única coisa que me faz ter certeza que estão todas bem. — Vai continuar calada?

Ele sabe que sim, não sei por quê ainda insiste tanto.

– É péssimo estar tendo que te tratar assim, você teria tanto futuro em meu exército, lutando por mim, seguindo os passos de Haseul.

– Não chame o nome da minha mãe. Não se atreva a mencionar ela ou alguém da minha família. — retruquei, o vendo sorrir para mim.

– Você resolveu falar. — se aproximou, cauteloso como sempre. Ergueu a cabeça para poder me encarar nos olhos. — Sabe o que vai acontecer se você não falar onde está Chaeyoung, não sabe? — novamente, permaneci calada. — Meus homens já foram até onde deveria ser a entrada da floresta, e aparentemente tudo lá está destruído. Isso só pode significar que a profecia se cumpriu.

Sorri anasalado.

– Vou te contar uma história, menina Jisoo. — dito isto, ele sentou-se no chão da masmorra, me encarando. — Quando eu tinha quinze anos, encontrei com Chaeyoung na província de Jin, eu estava em uma invasão, junto com os soldados de meu pai. E ela me salvou. Me levou até a floresta, enquanto todos estavam me procurando, ela cuidava de mim. E continuamos nos encontrando, mesmo após eu ter saído da floresta em segurança. Entretanto, alguns anos depois, eu soube que uma das fagulhas haviam tomado forma de um ser humano. Pelo que Chaeyoung me falou, uma fagulha só toma forma quando a criadora dela, encontra com sua alma gêmea. Então eu te pergunto Jisoo, acha mesmo que Chaeyoung te ama? Lalisa não é filha da rainha, ela é minha filha com a sua amada guardiã.

Gargalhei com escarnio.

– Do que ri?

Você é obcecado em Chaeyoung, a ama. Está explicado o motivo de querer a água da fonte, quer ser imortal para tê-la com você para sempre. Acha mesmo que Lalisa é filha de vocês? Repense, meu caro. — comentei, em meio à risadas. — Pode me torturar quantas vezes quiser, mandar seus guardas tentarem possuir meu corpo, ou o que for, eu nunca, NUNCA, irei trair a confiança de Chaeyoung. Quer meu conselho? Se mate de uma vez, por quê quando eu sair daqui, EU VOU ATRÁS DE VOCÊ.

– Os soldados logo chegarão.

– Estorvo! — grunhi, e ele deu meia volta, apanhando uma espada de bronze, e a acertando em meu estômago.

Senti a queimação em minha pele, e o sangue logo apareceu. Mordi minha língua com força para reprimir o grito de dor que provavelmente soaria. O gosto metálico já estava em minha garganta.

Ele não retirou a espada.

– Vamos ver quanto tempo você aguenta sem regenerar seu órgão. — não pensei duas vezes antes de cuspir seu rosto, vendo o bolo de sangue se desfazer em seu maxilar.

O aperto que estava mais frouxo na minha canela esquerda, foi desfeito quando forcei a perna à chutar o rosto de Wang.

A suspensão de meus braços agora está ainda mais comprometida.

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