Bianca Konzession
As iluminações de todos aqueles vagalumes estavam dando mais show do que qualquer conjunto de luzes artificiais naquela noite incrível na floresta Dunkel.
— Vovó estes ainda são os mesmos vagalumes bonitinhos de ontem. — exclamei apontando na direção do enxame e não dei importância às figuras estranhas se formando atrás dos arbustos ou aos uivos de animais.
— Concentre-se no que vê! — Gretel resmungou enérgica.
Minha avó era sempre tão histérica.
— Mas eu não vejo nada além de luzes. A senhora deveria parar com essa mania de querer estudar demais a natureza. — a critiquei.
— Desisto! Você já está ficando velha demais e ficou claro que estou cometendo um erro em...
— Falou à mulher que tem arrastado a neta de quatorze anos de idade para a mata fechada atrás de sua propriedade para contar vagalumes. — tossi também perdendo a paciência com ela.
— Bia, você um dia estará ainda mais velha para isso e verá que a vida não é uma fazenda de pôneis. E eu não estarei lá para ajudá-la a enxergar o que tenho tentado fazer com que aprenda. — senti que aquilo foi uma praga indireta.
— Vovó a senhora às vezes se comporta como uma bipolar rabugenta.
— Isso está mesmo demais para mim. Vamos retornar para...
— Vai me deixar limpar os seus instrumentos necropsia? — perguntei animada com a ideia de poder entrar em sua sala de preparação mortuária.
— Eu definitivamente estou cometendo erros com você. — resmungou fazendo um sinal para que a seguisse.
— Bia, ruiva? Agora não é a hora para dormir! Você tem um casamento para ir. — fui acordada do sonho com o passado por uma nada bela travesseirada na minha cara vinda de Caroline.
— Sua guria filha da mãe! — rosnei me sentando na cama do quarto que dividia com ela.
'' Sim. Eu vou me casar. '' — demorei a me situar no pensamento de que Paulo estaria me esperando no altar em breve.
— E antes que eu esqueça. Por que você substituiu o vestido de noiva por uma roupa de couro da mulher gato?
— O que?
— O tintureiro acabou de deixar o saco de roupa comigo e abri para olhar e...
— Ai! Fizeram novamente alguma confusão comigo. — falei já saltando da cama ainda grogue e já irritada, pois na última vez eu tivera de ir trabalhar usando um jaleco de hospital rosa Pink devido à confusão da tinturaria em achar que eu era a tal ''Koncecion'' que trabalhava como atriz de filmes para adultos e enviava os seus adereços ao mesmo estabelecimento.
E esta confusão louca acontecia por conta do meu sobrenome incomum do qual todas as pessoas sempre achavam ser um nome próprio, um sobrenome espanhol ou um sobrenome italiano. O que na verdade era um engano por ele se tratar de um sobrenome alemão herdado de minha avó paterna maluca.
( Nota da autora: A pronúncia do sobrenome em alemão é '' Konzezion.'')
— Fique calma! Vá se aprontar e eu ligarei para eles. — Caroline disse sempre toda zen.
O mundo poderia estar caindo e ela continuava atuando daquele modo. Já que a única coisa que poderia deixá-la irritada era estar perto de pessoas que ela considerava fontes de energias negativas. O que sempre a fazia querer defumar o apartamento inteiro para espantar qualquer coisa estranha vinda da rua.

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A Concessiva
ФанфикBianca Konzession não queria cair diretamente numa cidadezinha pacata no estado da Baviera que nem ao menos aparece no mapa do país. Porém o seu roteiro de vida exemplar dos sonhos dera errado e ela não tinha mais nada a não ser a casa funerária de...