Bianca Konzession não queria cair diretamente numa cidadezinha pacata no estado da Baviera que nem ao menos aparece no mapa do país. Porém o seu roteiro de vida exemplar dos sonhos dera errado e ela não tinha mais nada a não ser a casa funerária de...
Eu queria gritar, mas o som não saía e aquilo nem era a culpa de Bianca porque eu decidira ir junto dela por conta própria e agora estava sendo castigada por ter uma doença que me levou diretamente para as garras de um lunático.
'' Como alguém pode ser tão sórdido apenas por causa de potes de mel e do controle de dar a última palavra?'' — eu não conseguia encará-lo quando fiquei de pé na saída da casa Stein.
— Com licença. — Bianca chamou pelo trio e eles vieram até ela com atenções em sua expressão de aborrecimento.
— Sei que deveria agradecer e sou mesmo grata pelo que fizeram lá dentro, mas devo adverti-los de que em relação as minhas meninas, eu sou capaz de usar os meus instrumentos cirúrgicos para cortar paus. Portanto comportem-se com elas. — o tom que soou não era uma brincadeira e ambos piscaram assentindo, embora eu duvidasse que Julian Draxler iria pegar leve.
— É bom que tenham me escutado. E meninas eu as verei amanhã na funerária para uma conversa sobre tudo o que está acontecendo. Sinto-me culpada nesse momento e incapaz de olhá-las nos olhos sem ter vontade de matar alguém que já é a morte. — emendou cansada e não escondendo que se sentia derrotada enquanto Toni a observava de longe no quintal da propriedade.
— Que culpa você teve em não saber que sua avó era uma mulher amaldiçoada? Vá em paz, Bia. Nós estamos colhendo o que fizemos por vontade própria. — Julie foi condescendente como sempre se portava em situações que não podiam ser remediadas.
— O que está feito... Está feito. Há coisas que não se pode prever. — falei tentando animá-la em não demonstrar que queria fugir.
Ter descoberto a verdade e ter visto tudo de perto não era nada em comparação ao que imaginava que poderia me esperar.
— Sabe que teríamos ido até o fim do mundo por você. E pelo menos estamos vivas para que você possa brigar conosco como sempre. Agora vá descansar e amanhã nos veremos. — Caroline ainda sorriu, mas também estava visivelmente abalada e eu cogitei que era pelo estresse vivido por nós todas e sua preocupação em relação à segurança e a saúde de Bianca depois daquelas bombas.
— Sou uma amiga horrível e ainda estão me dando...
A amparamos num abraço coletivo.
— Ficaremos bem. — dissemos em coro, mas nenhuma tinha a certeza disto.
E após a despedida cada uma teve de seguir o seu respectivo carcereiro mor até os seus veículos.
— O cinto. — a voz de Julian soou antes que ele desse a partida em sua Pick up Ford azul e sem me dignar a olhá-lo o obedeci como se fosse uma condenada rumo ao caminho do fim.
Abraçando a mim mesma ainda envolta daquela toalha de linho, eu apenas me mantive de cabeça baixa durante todo o trajeto até a propriedade daquele homem.
— Desça e entre na casa enquanto guardo o veículo. — pediu ameno ao estacionar e me soltei destravando a porta sem olhar para trás.
Caminhei pelo quintal banhado por um poste de luz discreto e notei que o suporte para os potes de mel tinham desaparecido. E em silêncio subi o lance de degraus até o familiar alpendre e então empurrei a porta de entrada indo parar na rústica sala aconchegante e logo de cara ouvi latidos.
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