FEM

245 20 2
                                    

[Por gentileza comentem, votem. Boa leitura]

— Eu posso me ver… Com você.

Næsheim sorriu convencido e mal aguentou seus instintos. Abraçou o corpo do menor, que levou suas mãos aos cabelos de Even e aninhou-se em seu peito.

Como Isak era quente, confortável e um porto seguro… Ele transmitia tudo isso, calado, sem expressar o que realmente desejava.

— Eu gosto tanto de você, Isak, mas não quero ficar longe de ti só porque foi isso que os seus antepassados fizeram.

— Eu também não quero, mas é uma questão que realmente nos impede, eu só não sei qual pois não consigo ver…

— Acha que… Podemos tentar?! — Isak segurou os seus braços e o afastou.

Retirou de seu pescoço o amuleto que lhe foi herdado e apertou a pedra ali pendurada como pingente.

Passou-a pela cabeça de Even e o pôs em seu pescoço, pondo a destra sobre o grande pingente de pedra e o esquentando ao peito do mesmo.

— Acho que isso irá o proteger… — sussurrou dando um último passo para frente.

Even segurou as mãos de Isak, que suavam assim como as suas. Fechou os olhos e passou a ponta de seu nariz sobre o do menor.

Encostou vagarosamente os lábios aos de Valtersen, arqueando os ombros pelo contato extremamente quente.

Aquele beijo queimou a boca de Even, mas o mesmo não se importou. Tão somente segurou o rosto de Isak e distanciou-se para que o mesmo desse continuidade.

O maior o puxou pela cintura e buscou a língua do mais novo dentro da boca, puxando seu lábio inferior e sentindo a respiração quente do menor em seu rosto.

Sem que notassem, o olho direito de Isak brilhou fortemente, mais do que na vez anterior. De sua boca, a mesma fumaça quente desferiu-se à boca de Even, ao qual ele se afastou e tossiu.

Pelo impacto, seu corpo foi ao chão, e ao peito, Naesheim sentia fisgadas fortes.

Valtersen levou suas mãos ao pescoço, envolto por diversas memórias serem recordadas de todos os seus antepassados.

Era por aquele motivo que os seres de cura preferiam ficar sozinhos, pois eles poderiam machucar não só quem amavam, mas a si próprios também.

Valtersen tinha alucinações quando seus joelhos atingiram o chão, ao lado do corpo de Liam.

Tudo estava vermelho, numa floresta com árvores altas e flores desabrochando. Pode ver a si mesmo girando por meio dos matos, como se estivesse alcançando uma luz ou se distanciando de seu plano carnal.

Caiu sobre o corpo de Even, com a mão ao seu peito, sobre o amuleto, tendo a respiração enfraquecendo aos poucos.

Naesheim segurou a sua mão e tentava o manter acordado, o que era um pouco estúpido, já que não conseguia nem mesmo manter-se vivo.

Valtersen tossia e uma fumaça cinza continuava a sair de sua boca, mas seu olho perdia o dourado que tinha.

— E-Even, Even… Por favor… Even !!



With YouOnde histórias criam vida. Descubra agora