I-Saudades

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Oh! Virtuosa saudade que ecoa calada,
silenciosa como sonatas tocadas ao vácuo;
Nesse espaço morto, devastado e confuso,
Deveriam ao som destas partiduras mudas,
Dançarem estas lembranças cruas
Na gélida valsa de emoções nostálgicas,
Esperando o mísero perdão do além...
Mas apenas houve ressentimentos e mágoas.

Vieram, no caos dessa sinfonia melancólica,
Dores e amarguras de folhas românticas Guardadas pela horrenda paixão traida...
Onde o delírio na imaginação ingênua,
Cria um universo sem lama e fome.

Quando sofrimentos saudosos clamarem...
Suplicando pelo tempo esvaído...
Caíam em prantos agonizantes
Estas pérfidas recordações reluzentes
De minh'alma de arrependimentos,

Para que meus olhos, não chorem...
Sem antes pintar nas telas coloridas
Por saudades, aquela aquarela
Que crianças admiravam antes
De serem reprimidas pelo medo da vida.

Ramos de Oliveira.

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