II-Talvez um eterno adeus.

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Comovida desponta a aurora,
Com chuvosas palavras, tristonhos soluços
Que em despedidas derramam-se
Afogando o saturado espírito boêmio
Fragimentado pelo a-d-e-u-s...

Separado, corrompido, despedaçado...
Assim está esta bela existência deixada;
Abandonada por ser incompetente,
Um erro, um lixo, feio, horrendo,
Defeituoso, pecador, degradante...

A delicada insanidade desses fugazes
Momentos de alucinações e entorpecimento
Talvez façam versos doces e serenos,
Por cortes aflorados, que enfeitam
Braços e pernas de coitados...

Ou então, nebulosas abraçaram
Pulsos, veias, nervos e tendões
Na esperança de estrelarem
A despedida mais sensível...
A morte por suicídio.

E estes foram versos recitados
Na embriagues d'uma madrugada
Na qual a mente não dorme
Sem se apagar pela tormenta
De uma existência infeliz... incompleta.

Ramos de Oliveira.

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