Sabe quando alguém diz para você que cresceu rápido demais, esse sou eu, mas não é no sentido de tamanho nem de idade, mas sim de questão mental, psicológica. Tive que amadurecer muito cedo e desde pequeno, de criança, tinha vontade de fugir de casa.
O que irei contar daqui para a frente é algo doloroso para mim, mas quero hoje compartilhar com vocês.
Minha primeira tentativa de fuga de casa foi aos dois anos de idade, claro que não me lembro com exatidão, mas minha mãe já me falou várias vezes. Ela contou assim – Você era bem pequeno – falava ela fazendo gestos com a mão em direção ao chão, e continuou – Chegou alguém em casa e deixou o portão aberto, e tu saiu, ninguém percebeu – viu, nessa época eu já passava desapercebido, pensava eu – Foi quando um senhor que conhecia a gente daqui de casa me chamou e tu estava nos braços dele, e ele disse que te encontrou 3 ruas depois de casa – Concluía ela, achando graça. Mas isso não é a parte dolorosa, até eu me divertia com ela contando.
Outra lembrança que tenho da vontade que tinha de sair de casa foi por volta dos meus 7 anos, nessa época morávamos todos na casa dos meus avós maternos, eu, meus pais e minha irmã.
Era uma tarde de sol como qualquer outra, estava brincando na calçada de casa, minha mãe estava lavando roupa no quintal de casa. Fiquei com sede e entrei para tomar água. De onde eu estava até a cozinha era uma reta, passaria pela área de visita, depois pela sala e seguindo um corredor que daria de frente onde ficava a geladeira, mas meu trajeto foi interrompido quando passei pela sala.
Neste cômodo havia uma grande janela, onde era ótimo armar uma rede e tirar aquele cochilo. E no momento que estava passando tinha uma rede armada, e alguém estava nela.
Aquela voz masculina me chamou para deitar um pouco, e eu fui, adorava me balançar na rede ali, mas não sabia eu que daquela vez seria diferente. Assim que deitei nos balançamos um pouco, e depois de alguns segundos comecei a sentir uns toques diferentes em meu corpo que estava de costas para aquele corpo adulto, senti seu membro me tocar, minha visão começou a ficar turva, não sabia ao certo o que estava acontecendo ali, mas sabia que queria correr, mas não tinha forças.
Me lembro das últimas palavras ao final daquilo, saindo da boca daquele homem – Vai ser o nosso segredo – Foi o que escutei antes de sair correndo, mesmo sem enxergar quase nada a minha frente.
Cheguei onde minha mãe estava e fiquei ali sentado, sem dizer absolutamente nada, e ela como estava ocupada nem me percebeu ali. Mas minha mente gritava por socorro, meu corpo gritava por socorro, mas nem uma palavra saia da minha boca, nem chorar eu conseguia.
Sentia apenas medo. Medo do que ele poderia fazer se eu falasse alguma coisa. Conhecia a má índole dele. Lembro de uma vez enquanto ele discutia com minha mãe e partiu para agressão, eu tentei ajudar, pulei nas costas dele gritando – Para pai, para. Vai matar a mãe – E só me lembro despois de acordar no canto da parede com a cabeça no colo da minha mãe que me molhava com as lágrimas que caiam de seu rosto. Sim, eu havia sido arremessado contra parede, e eu era apenas uma criança.
Me lembro também de outras vezes que acordamos no meio da noite, com a porta de casa sendo derrubada, quando não era pela polícia, era por traficantes atrás dele. Lembro-me também das vezes que ele me colocava em seu colo, quando estava com seus amigos usando drogas, e ficava fazendo piadas, falando assim – Olha só a bonequinha do papai – falava isso enquanto fazia aquela brincadeira de cavalinho nas pernas dele.
Todos esses pensamentos percorriam minha mente naquele momento, sentando no batente da porta que dava para o quintal. Depois daquilo eu nunca mais seria o mesmo. Eu me sentia só, devastado, violado, imundo, eu só queria sumir. Mas não consegui fazer nada, eu era apenas uma criança.
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Então gente, esse é começo de uma jornada, espero que gostem desse inicio, sei que foi pank de cara, mas espero ter sido bom. Vou tentar postar a segunda parte logo. Mas se tiverem gostando não esquece de votar e compartilhar pros coleguinhas, agradeço imensamente!
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Desventuras do amor (Drama Gay)
Literatura FaktuAqui você saberá das mais impuras juras de amor que Caleb recebeu durante toda sua vida, entre outros fatos que marcaram seu crescimento familiar! Também saberás da tristeza em seu coração ao se reconhecer gay e tendo que carregar uma culpa que não...