Que merda fomos fazer Samantha- Onde está a porcaria dos testes?- diz Giovana procurando pelas prateleiras da farmácia. Maia aproxima-se com três testes de marcas diferentes.
- Por precaução, imagina que um diz a coisa errada- Maia vai até à caixa e dá os três testes à senhora, que nos encarava com um olhar estranho. Maia pagou e agarrou no pequeno saco.
- Estes jovens de hoje em dia- a senhora diz baixinho enquanto íamos embora
O caminho para casa da Giovana foi curto, mesmo eu desejando que demorasse muito tempo, ou então que não acabasse. Entrámos na casa em silêncio, já que estavam todos a dormir.
Maia colocou os três testes em cima da cama de Giovana e ficámos a encarar eles em silêncio.
- Bem, vamos desejar que dê negativo nos três- Maia sorri ansiosa e Gi olha para mim. Pego nos testes e entro na casa de banho, olho para mim no espelho e suspiro. Ou dava negativo e festejavamos, ou dava positivo e eu choraria feita louca.
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- Só podem estar a brincar comigo- digo baixinho. Os três testes deram positivo e em baixo de um deles dizia "Parabéns! A mamã do ano!"
- Puta merda- Maia diz e depois olha para mim. Os meus olhos enchem-se de lágrimas e choro nos braços das meninas.
- E agora? Que merda é que eu fui fazer, nunca mais transo na minha vida- digo enquanto Gi mexia nos meus cabelos numa tentativa de me acalmar e Maia abraçava-me.
- Já pensaste em...abortar?- Giovana diz e eu olho para ela.
- Não, não vou abortar. Nada contra abortar mas, iria ficar com um peso na consciência- digo e começo a sentir dores de cabeça- Eu não sei o que fazer, eu estou- as meninas abraçaram-me e Maia limpou as minhas lágrimas.
- Aconteça o que acontecer, nós estámos aqui para ti- diz e eu tento sorrir.
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Entrei na escola arrasada. Estava cansada e tinha vontade de simplesmente sumir. E agora? Como vou contar aos meus pais? Como eles vão reagir?
Eu não estou pronta para ser mãe, mal cuido de mim mesma, imagina cuidar de uma criança. Deitei a minha cabeça na mesa e fechei os olhos. Ok Samantha, vamos organizar as coisas. As meninas disseram que poderiam ajudar-me se precisasse de alguma coisa. Os meus pais irão ficar chateados mas depois irão compreender, espero. O Zach...merda. Vou começar por contar para ele.
-Menina O'Brien, está connosco?- a minha professora chama a minha atenção e vários alunos curiosos olharam para mim.
-Posso ir à casa de banho?- digo e a professora suspira e dá-me o passe.
Levantei-me e saí rápido, mal fechei a porta da sala comecei a chorar.
Sê forte Samantha, tens de parar de chorar pelos cantos e ser uma pessoa madura.
Fui à casa de banho e lavei a minha cara. Vou ficar encostada ao lado da porta da sala do Zach até a aula acabar.
O sinal toca e eu acordo da minha sesta de meia hora. Levanto-me do chão e fico à espera que Zach saia com os amigos. Logo em seguida, Zach e dois amigos dele saiem a rir da aula.
Tu consegues Samantha.
Aproximei-me e toquei no ombro dele chamando a atenção do mesmo.
- Olá Samantha, não sei onde está a minha irmã. Procura no campo- diz e volta a virar costas mas eu agarro o braço dele.
- Precisámos de conversar- a minha voz não sai tão confiante quanto eu achava que sairia. Ele me encara confuso e depois olha para os amigos.
- Podemos conversar mais tarde? Tenho de tratar de umas coisas- assenti e ele sorriu afastando-se.
Passei o resto do dia nervosa. Antes não tinha tempo para pensar por isso seria mais direta mas agora já posso pensar como ele vai reagir, no que dizer e fazer. Vai ser ainda mais difícil.
Eu falei à Maia que iria para casa dela e contaria ao seu irmão, ela disse que se precisasse iria comigo falar com o irmão dela mas é uma coisa que eu tenho de dizer sozinha.
O caminho para casa da Maia foi sossegado, o rádio tocava no mínimo e Maia olhava para a estrada pensativa. Gi mandou uma mensagem a dizer que aconteça o que acontecer ela estava lá para mim e para não me preocupar demais, o que me fez sorrir.
- Bom, chegámos. Queres que fique aqui em baixo enquanto vocês conversam?- Maia diz abrindo a porta de casa.
- Sim, por favor.- digo baixinho e ela sorri.
- Cheguei! E trouxe uma amiga! - Maia berrou e Zach desceu as escadas. O meu coração batia mais rápido a cada passo que ele dava.
- Olá Maia- Zach deposita um beijo na testa da Maia e depois vem até mim- Ainda queres falar?
Assenti e ele levou-me para o quarto dele.
- Então, o que é?- diz tirando a t-shirt. Dou um passo para trás- Relaxa, só vou trocar de roupa, mas também já viste tudo- ele diz calmo e eu respirei fundo.
- Lembraste daquela noite?- começo a falar.
- Claro que me lembro, foi uma das melhores que eu tive- diz enquanto se descalçava e eu sorri lembrando da noite.
- Eu pus o preservativo, foi um bocado difícil mas pus- digo e ele tira as calças- Talvez o preservativo não fosse resistente o suficiente...- ele pára o que estava a fazer e olha para mim.
- O que queres dizer com isso?- ele estava nervoso, provavelmente estava a pensar o pior.
- Eu estou grávida- comecei a chorar- vamos ser pais Zachary.
Ele levantou-se com os olhos arregalados e depois senta-se de novo. Ele olha para mim e depois para o chão.
- Tens a certeza?- ele diz e eu reviro os olhos fungando.
- Fiz três testes, todos deram positivo- digo e limpo algumas lágrimas- Que merda fomos fazer Zach.
- Já pensaste em, tu sabes, abortar?- diz e eu olho para ele- Não que eu queira mas, se quiseres, eu compreendo.
- Eu não vou abortar- digo e ele assente.
- Que merda fomos fazer Samantha- diz e eu ponho a minha cabeça no seu ombro.
HEY GALEROUS!
TUDO BOM?
Parece que as coisas vão mudar na vida destes dois.
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Oh Fuck, I'm Pregnant
Ficção AdolescentePequenas coisas podem mudar tudo. Uma pedra no meio do caminho pode criar uma explosão na estação de gasolina da esquina, um pequeno caco de vidro pode fazer o maior incêndio do ano, unhas acabadas de fazer podem fazer um bebe.