Eu não quero metade de você!

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Algumas horas antes.

Eu estava em casa, ainda pensando no porque o Gustavo foi tão grosso comigo por pouca coisa, falei um tempo no telefone com a Nicoly minha amiga do Brasil, contei pra ela sobre não ter acordado bem hoje. Estava com uma angústia no peito.
Deduzimos ais deveria ser só saudade mesmo. Nunca fiquei tanto tempo longe.

Algumas horas mais tarde o Gustavo chegou com uns amigos da faculdade e a Christine estava junto. Eu tinha me esquecido que eles vinham e acabei sendo pega de surpresa, deitada na sala de pijama.

-Ursinho legal! -disse Christine, mas não foi com maldade e sim de um jeito mais leve.

-Obrigada -respondo meio sem jeito.

-Ei você! -disse uma mulher baixinha com jeito de Índia e longos cabelos lisos, olhos pequenos e extremamente linda.

-Oi -respondi sem jeito - Tudo bem ?

-Tudo! Você é realmente linda, até com pijama de ursinhos.

-Essa doida nem se apresenta- disse Mayla -Essa é a Amabily, minha namorada.

-Eu sou a Pollyana, é um prazer, eu não sabia que você namorava Mayla.

-Há, nos começamos hoje, mas a gente já se conhecia antes, ela me enrolava - disse, mas foi contente em forma de brincadeira.

-Ela não sossega o faixo, se tem boca a Mayla tá beijando, assim não dá né - ela respondeu brincando também. Elas combinam

-É verdade - concordei distraída, estava olhando o Gustavo junto com a Christine, eles parecem tão íntimos, eu poderia dizer fácil que são um casal.

-Disfarça menina - disse a Amabily -Todos tão vendo você secando ela.

-Relaxa todo mundo tá vendo o pijama super sexy dela. -disse o Brian, surgindo de só Deus sabe onde e se metendo na conversa.

-Obrigada por falar mal da minha roupa. -disse irônica

-Amigos são pra isso. - ele piscou depois de falar.

Disse a eles que iria me trocar, então subi.
Estava terminando de amarrar a blusinha frente única quando ouvi alguém bater.

-Entra !

-Oi -falou Christine pondo o rosto entre a porta sem jeito -Tá ocupada ?

-Já terminei, senta! -apontei a cama.

-Tá tudo tão diferente - ela disse olhando em volta com cara saudosa.

Não respondi, porque não sabia ao certo o que responder.

-Eu vivia aqui -ela continua -Eu fui a primeira colega de quarto, e não demorou muito pra eu estar apaixonada, pelos olhos castanhos dele, pelo jeito como ele é seguro, pelo jeito chato de escolher roupas melhor do que eu. Ou os sorrisos no café da manhã, os olhos pequenos antes de dormir, os beijos nos tornozelos, e  pelas tantas formas como ele é incrível. Você sabe disso, você deve estar vivendo isso.
Eu não estou aqui pra jogar nada na cara, e nem pra balançar o que vocês tem. Eu sei que estão tentando ter algo. Eu estou aqui porque ele é um homem bom, um amigo melhor ainda.

-Eu ainda não entendi o porque de tudo isso, nós estamos ficando mas não é nada sério, e você não tem que se explicar, apesar de ser gentil da sua parte.

-Acredite ou não, eu nunca fui bonita no ensino médio, e eu sofri muito bullying e outras coisas por isso. E o Gustavo na faculdade me ajudou, me levou a me achar bonita, e me fez mudar por fora e também por dentro. E nós namoramos. Mas ele não foi capaz de fechar as minhas feridas.

Olhei pra ela ainda ser saber onde essa conversa vai chegar.

-Eu o amava, amava demais, eu o amava porque ele me amava, mas algo não encaixava sabe, e eu percebi que era eu o problema, eu não havia superado o meu passado, só havia maquiado ele, e percebi que eu não o amava, por mais que eu tentasse, porque eu não me amava, e não tem como você dar aos outros uma coisa que você não tem, isso deve ser de fora pra dentro.
Eu terminei com ele, porque sei que ele sempre mereceu alguém completo. Depois de um tempo eu tentei suicídio, por realmente não conseguir superar e a dor ser sufocante.

-Oh meu Deus. -estremeci.

-Fiquei em coma, por 7 meses, e o Gustavo não me abandonou, e hoje ele é super protetor comigo, depois que sai do coma comecei a terapia, e estou bem a 5 meses. Mas melhorando a cada dia.

-Que ótimo, e espero que continue assim, ninguém merece passar por essa barra toda.

- A questão é que eu amo o Gustavo, mas como o ótimo amigo que ele é. E ele gosta de você eu sei, só que ele nunca amou, nem mesmo a mim, mas acho que ele possa te amar. Só sei lá... Achei que devia saber que eu apoio vocês, apoio acima de tudo a felicidade dele.

-Obrigada de verdade, mas eu não quero te dar esperanças e nem pro Gustavo, eu tenho um passado e tanto também.

-Ele me contou meio que por cima, mas enfim espero a sua felicidade também, e espero que possamos ser amigas.

-Claro que podemos -sorri e a abracei, pegando nos duas de surpresa.

Depois de um tempo na festa tudo corria bem, menos o Gustavo ele nem me olhava direito.

Mais tarde quando a maioria já tinha ido e só restou o Brian Gustavo e eu.

O Gustavo estava com o som muito alto, e já era tarde e meio da semana.

-Gustavo, abaixa isso, daqui a pouco o sindico liga - falei

-Me deixa Pollyana.

-Ela só está dizendo pra abaixar, pra que isso? -me defendeu Brian.

-Não sei pra que todos defendem ela. -ele retrucou.

-Não sei pra que você está tão amargo, qual a necessidade disso? Que merda eu te fiz?

-A deixa eu ver, surgiu do nada na minha vida, bagunça tudo, e então vem com essa de ver aonde da, mas não dá certeza de nada. E quando você istala os dedos eu estou feito um idiota atrás de você.

-Então essa é a questão?

-A questão é que você usa o seu passado como desculpa para as suas inseguranças. Você culpa o seu ex por te deixar, bom eu te culpo por não me deixar entrar.

-Você está pedindo mais do que eu posso te dar e sabe disso.

-Você é uma covarde! E eu não quero metade de você. Ou é por inteiro ou não é nada!

Eu me calei..

-Ótimo, você decidiu por nós! O seu silêncio diz tudo.

-Então acabou ?

-Nem começou Pollyana, porque você não deixou.

-Ótimo !

-Ótimo! -respondeu ele.

-Gente calma.

-Deixa ela Brian. Ela é só mais uma garota aos pedaços, que se continuar assim vai morrer sozinha.

E foi essa frase que me quebrou. "Vai morrer sozinha "

Fui até meu quarto e chorei, chorei muito.
Uma lágrima chamava a outra, uma dor trazia outra.

Peguei o celular e liguei pra Bárbara.

-Alô? -ouvi a voz dela e fiz o possível pra me manter sem chorar.

-Oi -minha garganta fechou com o soluço -eu nem sei se você pode falar agora...

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