Capítulo 11 - Flor, a Iguana de Sangue

160 15 19
                                    

Lílian demorou a dormir naquela noite. Deitada de barriga para cima, com as mãos atrás da cabeça, encarava o teto. Seus pensamentos estavam longe...

Só de lembrar aquele sorriso... seu coração batia mais rápido. Como ele era lindo. Até aquela mania de constantemente arrepiar os cabelos, que antes a fazia revirar os olhos, agora era só mais um detalhe que ela lembrava com carinho.

Nem percebera quando havia começado a confiar em Tiago. E jamais imaginara que viveria uma situação como essa. Gostando dele... confiando nele... apaixonada por ele...

E olhe que, pensando bem, havia uma personagem muito interessante nessa história: Flor, a iguana de Hagrid. O animal tinha sido desde o começo uma preocupação para a garota. A predisposição do meio-gigante de achar até a criatura mais ameaçadora apenas "mal compreendida" fazia-o subestimar o estrago que esses animais podiam fazer. Mas a ruiva gostava dele por sua simpatia e enorme coração e temia que ele um dia acabasse tendo de enfrentar sérias conseqüências (de repente ser até demitido) por ter colocado os alunos em perigo, ainda que sem querer.

Fosse como fosse, Flor estava, de certa forma, ligada à aproximação de Lily e Tiago. Compartilhar esse segredo, tivera esse efeito.

Fora tudo isso, Tiago parecia ter mudado consideravelmente. Estava mais responsável, mais gentil e, especialmente, não ficava o tempo todo tentando se aparecer contando vantagem, se exibindo com o pomo ou saindo com metade do castelo.

E aquele rosto... aquele sorriso...

-Ah, o que eu faço. – ela suspirou

Amy dissera que estava na hora "de tirar o luto". Ok, ela já admitia o que sentia pelo Maroto. Mas e agora?

Não sabia se valia a pena arriscar. Não sabia sequer quais eram os pensamentos de Tiago a respeito dela. E agora?

Às vezes parece que é mais fácil fazer algumas coisas quando não estamos pensando muito nelas. Como um elefantinho que anda sem analisar qual pata vai primeiro, qual logo em seguida... Se uma centopéia parasse para pensar em como faz para andar, será que conseguiria andar de novo?

E agora? Falar com Tiago até aquele dia havia sido automático, então como continuar falando com ele sem demonstrar tão claramente o que ia em seu coração? E agora...?

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Na manhã seguinte, Amy estava para sair do Salão Comunal quando o Retrato da Mulher Gorda abriu de repente e ela foi derrubada por dois rapazes que entraram correndo.

-Eu me rendo! Por favor, não me matem. – falou ela estatelada no chão

-Amy! – fez Tiago levantando

-Desculpa. – falou Sirius rindo depois de ver que ela não estava machucada – Nós não vamos matar você.

-Por que tanta pressa? – falou ela aceitando a ajuda do amigo para levantar também

-Se nós contássemos, , teríamos que te matar. – Sirius respondeu

-Muito reconfortante. – disse ela – Vocês têm muita sorte.

-Por que?

-Se fossem pegos por tudo o que aprontam, passariam o ano inteiro em detenção, mas só passam, o que, um quarto do ano. – respondeu ela - Não são nem 8:00 da manhã!

-Só não conte ao Remo. Ele ainda tem aquele distintivo horrível de monitor e sabe usá-lo.

-Longe de mim semear discórdia entre os Marotos. Agora eu posso ir, ou tem um bando de hipógrifos prestes a me atropelar também?

Apenas um SorrisoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora