Two

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            Ela era uma covarde. Não conseguia se mover, aqueles olhos estavam deixando-lhe com uma mistura de ansiedade e atração. Eram tão sentimentais, tão diferentes... profundos. A ansiedade que sentia refletia-se no frio que se instaurou em sua barriga. Sentir-se desejada era uma sensação nova e ela gostara muito daquilo, muito mesmo.

           Era diferente. Será que era sobre aquilo que os livros românticos e eróticos tanto falavam? Química. Sentir-se atraída sem motivos por um desconhecido, definitivamente, nunca estivera nos seus planos. Era como saltar de paraquedas numa imensidão de possibilidades, uma mais quente que a outra, e ela só queria saber em qual delas pousaria.

            Sua coragem estava no zero. Atitude? Quem a dera ter. Aquele homem era sensual, lindo e estava lhe dizendo coisas bonita, como responder à altura? Aliás, morar com ele? Aí precisava pensar mais. Isso era loucura!

            – Akemi – Jin disse sério – Você está assustada, não está? Por favor, Ake, acalme-se. Venha comigo, vou fazê-la sentir-se melhor.

            SeokJin segurou seus braços, temendo que ela fosse ao chão, afinal, sentia o seu corpo tremer. Akemi era tão forte e linda, só não parecia saber daquilo ainda, talvez por isso tivesse tanta baixa autoestima.

            – Vamos fazer o seguinte – sorriu – Que tal... hum... uma massagem?

            O sorriso dele o mais lindo e quente que já vira e a fizera ter mais um choque de realidade naquela noite. Ainda não sabia como ele podia ser mil vezes mais atraente para si que seu próprio namorado (ou ex). A loira, então, tentou mover-se e acabar com aquela sensação horrível que tinha quando ficava petrificada, mas falhou.

         – Posso te levar? Você parece que vai cair a qualquer instante. Deve ser muita informação para digerir num só dia. Eu peço perdão, eu queria que fosse diferente para nós.

         – Pode – sussurrou fraco.

            Jin pegou-a no colo como se fosse sua noiva. Era tão delicado, mas tão forte ao mesmo tempo. Ele sabia equilibrar as duas coisas e fazer com que ela se sentisse bem em seus braços.

            Há alguns meses, a vira naquele cemitério, chorando aos pés do túmulo com os olhos foscos e repletos de lágrimas, os fios loiros caindo no rosto, molhados. Kim, no mesmo momento, sentiu o coração bater mais forte, angustiado. Ele sabia como ela se sentia. Sabia o que era a rejeição, sabia o que era perder quem amava, estar desamparado, chorar compulsivamente para uma placa de concreto, querendo voltar no tempo e impedir os desastres.

            – Você está com medo? – sussurrou sereno – Fique um pouco comigo, por favor. Vou te deixar mais relaxada.

            Colocou-a na cama com delicadeza e ajeitou-a sentada na ponta.

            Com uma palma, Jin desligou as luzes. Sentou-se atrás dela. A luz da lua que entrava pela varanda aberta iluminava o quarto, essa era a única iluminação que ele recebia, assim, deixando o ambiente mais interessante.

            Ele sentia o corpo pequeno perto do seu e podia vê-lo ser levemente iluminado, fazendo seu coração bater de forma mais acelerada à cada segundo. A loira conseguiu induzir o corpo para trás em um ato impensado e seu corpo chocou-se com o dele, pois estavam próximos demais. Estavam tão quentes. Yoko imediatamente voltou o corpo para frente com os olhos levemente arregalados e Jin estava incrivelmente surpreso de ter tido aquele contato – mesmo que rápido – com o corpo dela.

            A garota não se virou inicialmente para ver o moreno por estar nervosa demais, mas acabaou cedendo. Estava finalmente se movendo de novo e um pouco mais calma, então, ajeitou-se por si só na cama. Algo queimava dentro de si, estava ficando cada vez mais atraída por aqueles olhos negros. Kim mirou-lhe com carinho, sorrindo.

Burglar's LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora