Twelve

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            Entregar-se a um sentimento era errado, isso ela sabia. Achar que um beijo era algo significante já era burrice. O grande problema era que seus sentimentos de uma garota de dezoito anos se juntavam, de certo modo, aos malditos sentimentos fofos de uma menininha de onze ou doze anos, bem no início da puberdade, cheia de paixões e ilusões. Nunca havia se apaixonado e pretendia não mudar aquilo, tinha medo de amar. Mariko sempre dizia para ela que o amor podia ser bom, mas também podia atrapalhar completamente a vida de uma pessoa. Mariko... Satty tinha tantas saudades da época que sua irmã era mais aberta consigo, porém, sabia que esse tempo havia ido embora e jamais voltaria.

            Empurrou Tae com força. Parte de si dizia para beijá-lo mais, mas a outra dizia para afastá-lo, logo, ouviu a que dizia coisas mais coerentes, ou seja, tentou afastar Taehyung de si.

            – O quê? – ele murmurou vendo que ela tinha realmente o repelido.

            Em sua vida inteira, nunca levara um sequer fora. Kim sempre foi o garoto que todas queriam, nunca foi recusado, seu beijo era o sonho de todas as meninas.

            – Caso faça isso novamente, terei de contatar Mariko – ela falou com um tom de voz sério e foi para seu quarto, fechando a porta lentamente ao entrar e olhando perigosamente nos olhos de Taehyung. Aquele foi o primeiro momento que ele viu uma semelhança entre as Park.

            Ainda chocado, Tae permanecia com os olhos arregalados. Aquela garota havia acabado de dispensá-lo?! Seu semblante indignado foi substituído por um malicioso, sorriu de lado.

            – Eu não vou me dar por vencido.

            Mesmo que fosse errado, mesmo que Mariko tentasse cortar sua cabeça, valeria a pena. Aquela garota, céus...! Ela, definitivamente valeria a galinha inteira!

          
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            Akemi encarava Jin com um nó em sua garganta. Ela morria de medo do que poderia acontecer. Tinha medo do que aconteceria caso dissesse o tão esperado "Sim" e tinha medo do covarde "Não" que poderia escapar de seus lábios a qualquer minuto. O moreno ainda segurava sua mão, ainda estava ajoelhado à sua frente.

            – Vai deixar esse homem lindo e gostoso esperando ajoelhado? Ele malha muito, é forte, mas não aguenta tanto assim ajoelhado, não.

            Ela riu e respirou fundo.

            – Escute com atenção, Jin. Quando te vi pela primeira vez, a situação estava desesperadora, tinha acabado de ser trocada pelas pessoas que eu amava, ou melhor, me forçava a tentar amar. Passamos poucos dias juntos, dias estes que pareceram uma eternidade. Você cuidou muito bem de mim, deu-me algo que eu não conhecia de verdade: carinho. Desde quando me levou para a escola, venho me perguntando acerca do que sinto em relação a você. Jin, você levou meses para se apaixonar por mim, eu levei menos de uma semana.

            Os olhos dele se encheram de lágrimas, não conseguia acreditar no que tinha ouvido. Agarrou as pernas de Akemi, sentindo a água salgada molhar o pano fino do vestido que ela usava.

            – Eu te amo – murmurou diversas vezes.

            Desnorteada pela reação de SeokJin, ela piscou os olhos algumas vezes, não esperava aquilo dele. Jin sempre pareceu um homem forte, nunca pensou que ele agarraria suas pernas, choraria e diria que a amava.

            – Levante, Jin. O que pensa que está fazendo ainda ajoelhado aí? – questionou passando as mãos no cabelo do moreno.

            Sinceramente, ele não queria levantar. Era estranho, mas se sentia bem ali, aos pés da mulher que amava. Tinha errado com ela naquele dia, sabia disso, mas repararia qualquer e todos os erros, não a machucaria mais.

Burglar's LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora