Falling Without You (G-Dragon)

Capítulo 13 - That XX

*Jiyong POV*

Estou há mais de um mês sem vê-la, os poucos dias que passei com ela fizeram tanta diferença em mim, e o pensamento de ela estar com aquele cara me machuca muito. Hikari tem me aguentado e ajudado esse tempo todo, tem me acompanhado nas bebedeiras e tudo mais de burrices que alguém no meu estado emocional faz, mas ultimamente, ele tem me dado muitas broncas, talvez não queira que eu me destrua. Tem sido difícil não acabar comigo mesmo, nem faço ideia de como ainda estou vivo.

Minha depressão ameaça voltar a todo instante, me ronda como um urubu faminto, eu já posso sentir o vazio, minha sorte é ter meu amigo por perto.

Me pergunto o motivo de ter acreditado, nem que fosse 1%, que aquilo daria certo e que eu seria o amor de Senshi, e não aquele seu amigo, o tal Rida, que passou boa parte da vida acompanhando-a. Eu devo estar perturbado mesmo. Eu não era ninguém para ela, na verdade, eu era só mais um paciente.

Nunca mais consegui realizar contato com ela pois meu celular foi perdido no dia da minha imprudência. Apesar de ter arranjado um número novo, não tinha contato com ninguém e muito menos pude recuperar seu número.

Hikari falou meu nome em um tom alto, o que me fez espantar.

- Jiyong! O que você acha de dar uma ida até uma balada? Vão alguns amigos.

- Cara... Tá, tudo bem. - Pensei em recusar, mas não o fiz.

(...)

Ao entrar no local, tive a oportunidade de sentir todos os cheiros presentes, o álcool, o gelo seco, os perfumes fortes e provavelmente caros dos que estavam presentes, mas logo todos eles se misturaram e já fiquei zonzo só de estar ali, a luz vermelha também não ajudava, talvez eu estivesse ficando enferrujado demais pra isso.

Virei-me ao sentir uma cutucada em minhas costas, era Hikari trazendo duas bebidas.

- Toma aí. Se diverte mas tenta não ficar muito louco dessa vez. - Meu amigo revirou os olhos ao me reprimir.

Eu sabia que eu não seria o único a sentir os efeitos da bebida, então um sorriso de desprezo se fez em meu rosto.

- Certo. Ninguém vai ficar louco hoje, não é?! - Nunca antes haviam saído palavras tão mentirosas da minha boca.

Pude reconhecer alguns amigos de Hikari que também estavam na festa no dia em que... Bom, no dia em que ele ligou para Senshi de madrugada e tentou me obrigar a falar algo. Foi bem constrangedor, mas me dava muita saudade. Ela foi o motivo de eu entrar nesse estilo de vida meio que autodestrutivo - o que é bem irônico pelo fato de ela ser alguém que, na teoria, ajuda com seus problemas emocionais -, não que tenha sido sua culpa, nem de longe, é minha. Não deveria deixar um sentimento aflorar por minha psicóloga, me sinto ridículo ao perceber meu nível de carência. Apesar de tudo, não podia negar que nós combinávamos e que eu realmente gostava dela, talvez meu emocional vulnerável tenha me empurrado para um sentimento verdadeiro.

No pequeno tempo que passei apenas pensando em meus arrependimentos, se foram três copos daquela bebida forte e eu já estava zonzo. Deve ter se passado uma hora e eu já não respondia por mim. Provavelmente tudo aquilo na minha cabeça estava sendo uma verdadeira zona ou como se eu estivesse num parque de diversões. Tenho a sensação de que havia feito algo errado, mas eu não fazia ideia do que estava fazendo, nem mesmo lembrava meu próprio nome. Não lembro bem o que foi, mas senti que iria me arrepemder depois.

(...)

O barulho do ventilador parecia uma britadeira, triturando meu cérebro aos poucos. Vi uma parede rosa claro e logo estranhei, não era um lugar que eu conhecia. Sentia muito calor e sede, quando decidi me virar na cama e dei de cara com Violet deitada ao meu lado, visivelmente sem roupa.

O que diabos aconteceu ontem?

Levantei-me sorrateiramente, tentando não acordá-la. Me vesti e fui até a porta. Ao sair do quarto, encontrei Hikari na porta com um amigo.

- Ei, onde você tava? - perguntou parecendo um pouco afoito.

- Estou bem aqui, algum problema? - me preocupei um pouco.

Antes de Hikari me responder, ele deu um passo a frente e viu pela porta entreaberta a moça dormindo na cama. Logo me encarou.

- Cara, o que você fez? Tá tudo bem? Meu amigo viu ela te enchendo de bebida ontem. - me olhava nervoso ao perguntar.

- Eu não faço ideia, eu não lembro. - respondi confuso.

- Achei por um momento que ela estava fazendo de propósito, parecia que ela queria te embebedar. - o amigo de Hikari se pronuciou.

Espera um pouco... Como assim? Por que ela faria isso?

Violet se acordou e veio até nós.

- Certo, não vamos atrapalhar, já estamos indo. - meu amigo se despediu e foi embora.

Agora, eu precisava passar isso a limpo. Não sei o que esperar dessa situação. Seja lá o que aconteceu, nunca deveria ter sido feito.

- Violet, o que foi isso? - confrontei-a

- Jiyong... Eu... Te dei bebida a mais e nós nos beijamos, mas não passou disso. Você não gostou? Parecia que estava gost-

Antes que ela terminasse a frase, eu a interrompi.

- Como diabos você acha que estava gostando se nem raciocinar eu conseguia?! Eu não lembro de absolutamente nada! O que deu em você, sua louca? - Elevei um pouco o tom de voz, não conseguia segurar minha raiva naquele momento. Não podia ser real.

Antes que ela pudesse falar qualquer coisa a mais, saí correndo daquele lugar. Pude ouvir alguns comentários dos amigos de Hikari que também passaram a noite lá, falando alguma coisa sobre meu como me diverti ontem com minha nova namorada.

Eu não podia acreditar em todas as merdas que estavam acontecendo, isso tudo só ia acabar mais comigo. Eu deveria estar com Senshi. Ela deveria ser minha namorada, ninguém mais. Mas agora eu não sabia onde ela estava e não tinha ninguém que pudesse me ajudar com isso.

Recebi uma mensagem de Violet.

"Não adianta, agora eu já tenho o que queria. Quando isso chegar ao ouvindo daquela fodida, ela não vai mais querer saber de você. Boa sorte sozinho."

Joguei o celular no chão e pisei nele. Eu estava decidido a sumir.

Corri, sentindo o frio da manhã perfurar minha pele e meus olhos encherem de lágrimas, embaçando minha visão. Cheguei a estação de trem e comprei a primeira passagem que tivesse, nem que fosse para um lugar longe, até acho que ia preferir assim. Eu estava completamente perdido.