*Senshi POV*
Jiyong era tudo aquilo que faltava em mim. Sua forma de ver a vida, todas as coisas em que ele investia, seus passatempos preferidos eram coisas que eu sempre reneguei quando mais nova e que até agora ainda tenho alguns preconceitos, mas comecei a perceber que foram interesses meus que silenciei há muito tempo. Não é como se eu tivesse uma razão realmente boa para odiá-los a não ser minhas próprias inseguranças, muros que construí com a ajuda das pessoas que me rodeavam desde pequena. Era metade minha culpa e metade culpa delas, mas eu prefiro não lembrar muito disso, já é o bastante.
O que sei é que, agora, eu redescobri gostos pessoais que escondi por todo esse tempo e aprendi coisas novas com ele.
Nem em um milhão de anos eu imaginei que pudesse achar alguém que eu me identificasse tanto, nunca achei alguém com que me sentisse conectada de tal forma.
Todas as pessoas em que me visualizava nelas ou com elas, eram amigos ou amantes, já Jiyong, era um sentimento que não conseguia rotular ou classificar. Ele era um monte de coisas para mim, talvez posso dizer que Kwon Jiyong fosse o meu tudo. Você me pergunta: "Nossa, mas faz só dois meses que você conheceu ele? E além de tudo, foi seu paciente." Bom, provavelmente você é o Rida ou nunca se aficionou por aguém. Veja, o ponto não é por quanto tempo você conhece alguém, isso não significa que você saiba tudo sobre essa pessoa, talvez você só esteja convivendo, pois cada um vê as coisas e pessoas de maneiras diferentes.
O melhor exemplo disso é Rida, tudo que ele fez agora parece ter sido uma tentativa falha de me obrigar a estar com ele. Não é assim que as coisas funcionam.
Jiyong é a única pessoa a quem me apeguei de tal forma, e agora que estamos separados sem motivo, não tenho respostas e nem coragem de buscá-las. Todo dia tenho brigado comigo mesma para restaurar minhas energias e ir procurá-lo. Talvez já fosse a hora.
O caminho até o apartamento em um lugar escondido e sossegado da cidade estava enevoado, o que deixava a visão meio turva. Os tons de cinza deixavam a paisagem do jeito que eu sempre gostei. A brisa gélida entrava pela janela do táxi, enquanto a chuva começava a cair e bater na janela, produzindo um som que se assemelhava a pedras caindo do céu.
Tudo propiciava a tornar o dia solitário e melancólico.
Entrei no prédio e perguntei ao recepcionista em qual andar Jiyong morava.
- Senhora, lamento informar, mas ele não se encontra mais aqui. - O homem falou hesitante.
- Como assim? Ele se mudou? - Perguntei ao senhor.
- Sim, faz uma semana e não disse onde foi para ninguém, você não é a primeira a vir aqui procurá-lo, antes veio uma menina. - Afirmou.
- Que menina? Quem era? - Comecei a pensar em algumas possibilidades, mas logo espantei, não queria deixar isso me tomar agora.
- Olha, eu não sei dizer. - Mais uma vez hesitou.
- Tudo bem, posso pelo menos ir até o antigo apartamento dele? Pode me mostrar? - Pedi.
- Certo, me acompanhe.
Subi as escadas, eram apertadas e estavam empoeiradas, minha alergia estava gritando dentro de mim.
- Aqui está. - Mostrou a porta aberta enquanto havia um novo morador fazendo sua mudança para lá.
Pelo jeito, ele vendeu seu apartamento, não vai voltar tão cedo. Queria entender o que tinha acontecido, mas acho que já era tarde.
- Oi, você conhecia o antigo dono? - Resolvi perguntar ao rapaz que estava se instalando naquele aposento.
- Não moça, por quê? - O jovem me perguntou.
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Falling Without You (G-Dragon)
Hayran KurguA vida de uma pessoa pode realmente ser mudada por algo com que ela convive diariamente? Ou esta já deveria estar acostumada com o desapego sentimental? O que pode cruzar a linha que limita o pessoal e o profissional? Talvez o amor, talvez a dor. Se...