Antes que eu esqueça 5

Capítulo 12

Mateus

Acordei em um lugar totalmente diferente do que estava, era uma enfermaria suja e fedida, eu estava vestindo com um uniforme laranja horroroso e encardido

Delegado: acordou a bela adormecida, pensei que teria que chamar um dos detentos pra te dar um beijinho pra que despertasse (sorri)

Mateus: onde eu estou, que palhaçada é essa?

Agente penitenciário: então esse é o play boy?

Delegado: esse mesmo, faça o que combinamos e será muito bem recompensado

Agente penitenciário: pode deixar a belezinha comigo, ja sei em que ala ele vai ficar

Mateus: eu quero ver meu advogado

Agente penitenciário: (sorri) você ainda não se deu conta de sua atual situação não é? tragam ele

Ele mandou um outro agente me algemar e foi me levando por um corretor escuro e úmido, o lugar fedia muito e as celas estavam super lotadas, pensei estar descendo ao inferno, e realmente era isso mesmo

A cada passo que dávamos os detentos gritavam e xingavam muito

Pareciam animais dentro de uma jaula, alguns diziam se me colocassem com eles iriam me esfolar vivo, os agentes começaram a rir, eu nunca tinha visto uma coisa daquela em minha vida, comecei a orar e a pedir a Deus que me protegesse naquele lugar

Chegando em uma das últimas celas eles abriram e quando olhei ela estava lotada também, os detentos me olharam de cima a baixo

Agente penitenciário; bem vindo ao inferno mauricinho (fala empurrando Mateus na sela)

Olhei em volta e ainda estava como se estivesse anestesiado, não conseguia acreditar que eu estava ali, não imaginava que existia um lugar assim

O mau cheiro era tão forte que meu estômago embrulhava, o espaço era tão reduzido que somente conseguia sentar e olhe lá, o banheiro era dividido por quase vinte homens

As duas primeiras semanas eu não dormia, estava sem nada, minhas coisas e roupas nem minha bíblia eu tinha mais pra ler, então comecei a falar todas as noites antes de dormir o salmos 91, na hora de comer eu sempre ia pra um canto do pátio e me sentava lá, observando tudo

Eu ja estava ali naquele inferno a um mês e ninguém tinha ido me visitar, nem meu advogado, e muito difícil manter a fé quando apenas o que vemos é trevas, em um desses dias eu estava sentado comendo quando Comecei a falar com Deus,

Mateus: porque tudo isso? porque me deixou vir pra esse inferno? eu creio que o Senhor existe o que mais quer de mim?

Não percebi que dois detentos se aproximava de mim

Detento1: esta falando sozinho mauricinho?

Detento 2: parece que ele se acha bom demais pra se misturar com a ralé irmão

Detento1: diz ai Mauricinho, o que tu fez pra vir parar aqui?

Detento 2: com essa cara bonitinha (sorri)

Levantei a cabeça e pensava no que responder e se deveria responder

Detento 1: melhor responder minha pergunta se quiser continuar com essa carinha linda inteira

Antes que eu disse algo ouvimos um túmulo começar a se formar, e um cara veio correndo dizendo que o chefe deles estava dando um ataque no refeitório, eles saíram correndo e eu fui também ver o que estava acontecendo, quando chegou lá tinha um cara no chão se debatendo com as mãos no pescoço, estava vermelho e parecia não conseguir respirar, tinham uns dois agentes que apenas observavam sem fazer nada e senti um início de túmulo entre os detentos, foi quando resolvi fazer alguma coisa antes que o cara morresse e se formasse uma guerra entre eles comigo no meio de tudo aquilo, mas minha atitude e boa ação não foi bem vista por todos, principalmente pelos agentes e eu iria sofrer as consequências
Continua.......
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